Testes e lançamentos Volkswagen T-Cross terá motores turbo de Polo e de Golf; nós experimentamos
UOL Carros já viu o Volkswagen T-Cross
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Leonardo Felix
Do UOL, em Munique (Alemanha)
11/07/2018 11h15
Alemães querem zerar tempo perdido mostrando força e tecnologia; SUV chega em 2019A Volkswagen demorou a acordar para o segmento de SUVs compactos no Brasil, mas agora não quer mais saber de corpo mole. Com o T-Cross, que será lançado no primeiro semestre do ano que vem -- produção será iniciada em São José dos Pinhais (PR) no mês de janeiro --, a marca alemã promete montar um pacote capaz de causar muita dor de cabeça à concorrência.
Conforme antecipado por
UOL Carros nos últimos meses,
o modelo terá apenas motorização turboflex em nosso mercado: o "básico" será o 1.0, 3-cilindros, de 115/128 cv (gasolina/etanol) e 20,4 kgfm (ambos), já conhecido de Polo e Virtus; acima dele, o 1.4, 4-cilindros, de 150 cv e 25,5 kgfm (qualquer combustível) de Golf e do Audi A3 Sedan nacionais.
Tivemos a chance de conferir o modelo em primeira mão no país da Volkswagen, ainda em esquema de prévia. Apesar de observar um carro com camuflagem de carroceria, algumas informações ocultas propositadamente (não foi possível mostrar o interior do modelo) e com alguns detalhes técnicos ainda por serem definidos, podemos dizer que boa parte do caminho já foi percorrido e que, de fato, a Volkswagen está na trilha certa para recuperar boa parte do tempo perdido.
Agora, vamos analisar especificações do T-Cross. Em breve, contaremos nossas primeiras impressões ao volante do SUV compacto que vai encarar Honda HR-V, Nissan Kicks, Hyundai Creta, Jeep Renegade, Ford EcoSport, Chevrolet Tracker e outros.
Qual a receita do T-Cross
Seguindo a tendência iniciada como o novo Polo, ambas as configurações serão diferenciadas pelas nomenclaturas "200 TSI" e "250 TSI", referentes ao torque do motor (em Newton-Metro). A primeira oferecerá opções de câmbio manual de cinco marchas ou automático de seis (mesmas caixas do Polo), enquanto a segunda será sempre automática.
Também será produzida no Paraná uma configuração 1.6 MSI de 110 cv a gasolina (manual ou automática), mas só para exportação ao resto da América Latina.
Também de acordo com que
UOL Carros vinha adiantando, o T-Cross brasileiro será montado diretamente sobre a plataforma MQB A0,
mas usando a especificação do sedã Virtus. Com isso, terá 2,65 metros de entre-eixos e 4,19 metros de comprimento. Apesar de aparentemente larguinho (esta dimensão não foi divulgada ainda), o modelo não é muito alto (1,57 metro), o que lhe confere carroceria mais comprida e delgada -- a típica receita de crossover urbano.
Vamos comparar com os líderes do mercado no Brasil (usando o trio "comprimento", "entre-eixos" e "largura") para perceber que o T-Cross é mais curto que todos, porém mais espaçoso: Honda HR-V tem 4,29 m, 2,61 m e 1,58 m; Nissan Kicks, 4,29 m, 2,61 m e 1,59 m; Hyundai Creta, 4,27 m, 2,59 m e 1,78 m; Jeep Renegade, 4,24 m, 2,57 m e 1,71 m; Ford EcoSport, 4,24 m, 2,57 m e 1,69 m.
Apesar da camuflagem "à la Romero Britto", já é possível entender a traseira do T-Cross, com vigia mais inclinada, lanternas "quadradinhas" unidas por faixa horizontalizada, olhos de gato e falsas saídas de escape nos para-choques Imagem: Divulgação
Onde ganha e onde perde
Ainda assim, a promessa é de uma cabine bastante espaçosa para os parâmetros do segmento. Claro, para isso, usando as medidas acima, há ganhos e perdas.
Espaço interno tão amplo é obtido posicionando caixas de rodas bem nas extremidades da carroceria. Isso costuma garantir não só espaço "bruto", mas folga para pernas e ombros a bordo, com uma percepção de ambiente de modelos "premium". Também melhora a percepção ao volante, com dinâmica e estabilidade mais apuradas em curvas e manobras.
Por outro lado, a porção central da carroceria pode pegar em locais com lombadas, valetas e entradas de garagem fora dos padrões de normalidade e bom-senso -- comuns no Brasil, infelizmente. Isso pode se comprovar, inclusive pela baixa altura total do T-Cross. De novo, ganha-se na percepção de se ter um modelo mais próximo dos padrões de carros do segmento superior.
Por fim, a principal perda está no volume do porta-malas, que não empolga. Por privilegiar o espaço para pessoas, o local para cargas acaba sendo mais acanhado -- como no EcoSport, por exemplo: são 345 ou 390 litros no T-Cross (o modelo da Ford tem 356 litros), a depender da configuração do encosto lombar do banco traseiro, cuja angulação é variável em duas posições. Está aquém dos mais de 400 litros oferecidos por HR-V e Kicks.
Equipamentos
Na última semana, a VW alemã divulgou esboços do T-Cross. Fica claro que aqueles desenhos correspondem ao modelo europeu.
Assim, haverá diferenças para o T-Cross brasileiro. O SUV europeu será 8,5 cm mais curto (terá os 2,56 m do entre-eixos do Polo, com 4,11 m no total) , para não canibalizar com o T-Roc, SUV derivado do Golf.
Terá ainda grade (desenho das divisórias) e para-choques diferentes. Por conta disso nosso T-Cross pesará cerca de 50 kg a mais. Suspensões terão sempre arquitetura McPherson e eixo de torção nos eixos dianteiro e traseiro, respectivamente.
É claro que a Volkswagen não abriu quantas versões de equipamentos o T-Cross brasileiro terá, nem o que virá de série ou como opcional, mas confirmou alguns itens.
Na segurança, o utilitário contará com seis airbags (frontais, laterais e de cortina), carroceria reforçada por aços de alta e ultra alta resistência, controle de estabilidade e tração, frenagem automática pós-colisão, detector de fadiga e assistente de estacionamento paralelo ou perpendicular, que também ajudará a sair da vaga.
Nas versões mais caras, terá faróis de LED com projetor e luz de posição integrada. Nas demais, conjunto será bi-parábola, sendo usado o LED somente na luz diurna, localizada junto às luzes de neblina no para-choque.
Lanternas traseiras também terão luzes de posição e frenagem em LED, além de uma faixa horizontal ligando uma peça à outra, tal qual exibem os primeiro desenhos oficiais do modelo já divulgados pela Volkswagen -- é uma solução semelhante, em acabamento (preto brilhante),
àquela vista no SUV-Coupé de luxo Audi Q8 e que deve se tornar padrão em comerciais leves do Grupo Volkswagen.
Partida do motor por botão, start-stop, volante de Golf (e não de Polo), central multimídia de 6,5 ou 8 polegadas com projeção de celulares, quadro de instrumentos 100% digital em tela de 12,3 polegadas e até teto solar panorâmico formarão os pacotes.
Mais curto que rivais, só que com mais entre-eixos; essa é a receita do T-Cross Imagem: Divulgação
Quanto vale o show?
Preços, claro, ainda são mistério.
UOL Carros aposta nas faixas entre R$ 80 mil e R$ 100 mil, não tanto pelo nível geral de configuração vista, mas por acreditar que posicionar o modelo exatamente nesse patamar será a chave para ter sucesso com o modelo no Brasil.
O conjunto, no geral, tem potencial para ir bem. Resta saber se a Volkswagen saberá posicionar o produto da maneira que ele merece. E você, o que acha? Comente!
COMENTÁRIOS: Não sabia que a imprensa brazuca tinha sido convidada para a festa. Primeiro, em vista de outros projetos, esta conversa de desenho "para o Brasil", SEMPRE me decepcionou, sendo que eu prefiro o "original", ou seja, acaba ficando mesmo é a sensação de piora para economizar uns trocados por aqui. O texto não me pareceu claro se os equipamentos citados são para o modelo brasileiro TAMBÉM ou se é um mero exercício de futurologia, em vista do que vai ser oferecido no modelo europeu. Veremos.