VW já filma comercial do Up
Publicado em 06-12-13 às 14h48 por
Car and Driver COMENTE!
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Compacto chega às lojas em fevereiro por R$ 27 mil
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Por Lucas Litvay // Fotos: Javier_J - Autoblog Uruguay // Projeções: João Kleber AmaralA
Volkswagen prepara o principal lançamento de 2014: o pequeno
Up que já começou a ser fabricado em Taubaté (SP). O carro chega às lojas em fevereiro e a unidade de produção recebeu investimento de R$ 360 milhões para produzir o novo modelo, que aparece na imagem acima feita em Montevideo pelos espiões do site
Autoblog Uruguay, enquanto eram feitas as filmagens do filme publicitário do novo modelo.
Em relação ao
Up europeu, o feito no Brasil terá algumas diferenças, como adiantado na edição 71 de C/D. Nossas fontes nos disseram que o modelo nacional terá 2,45 metros de entre-eixos (30 milímetros a mais que o europeu), o que é suficiente para levar três passageiros no banco de trás sem muito aperto. Além disso, o carro que será montado no interior paulista terá tampa do porta-malas de metal no lugar da de vidro, o repetidor de seta sai do para-lama e passa para o retrovisor - por economia de escala, será a mesma peça usada no
Gol. E mais: no nacional, a janela da porta traseira não é basculante; é dividida, permitindo a descida do vidro para o interior da porta.
Essa mudança afetou a coluna central que possui desenho revisto na versão brasileira. Já a coluna traseira é mais larga, porém mantendo as linhas do
Up alemão. Devido ao acrécimo do porta-malas, o carro terá balanço traseiro maior. Assim, o para-choque cresce para acompanhar o aumento de proporção. E a tampa do bagageiro de aço e sem vincos ou ressaltos evidencia que, apesar do banho de loja, o
Up é um carro de entrada, para brigar com
Fiat Uno e cia.
Ainda entre os detalhes exclusivos do
Up brasileiro há uma súbita elevação da capota em direção à coluna traseira, também para ajudar no espaço interno. Com as novas medidas, o
Up brasileiro deve ter capacidade de porta-malas de cerca de 280 litros (ou 30 litros a mais que a versão vendida na Europa).
Por dentro, as mudanças prosseguem. Enquanto as portas do
Up alemão exibem a pintura da carroceria, no brasileiro elas serão revestidas por completo de plastico, mais bem-aceito pelo público nas clinicas feitas com consumidores no ano passado, explicam fontes ligadas à marca. Não haverá revestimento polido no painel. Ou seja, ele segue o padrão de acabamento da linha
Gol. O volante com comandos de som e o sistema multimídia serão vendidos como opcionais nas versões topo de linha. A de entrada virá com rodas de 14 polegadas com calotas e maçanetas para abertura de vidros. Por imposição da resolução 312 do Contran, que entra em vigor em janeiro, air bags frontais e freios ABS serão itens de série.
Preço? "Ainda não definimos, os ´noves´ finais", diz uma fonte. Ou seja, o valor exato ainda não foi fixado. Mas espere por valores próximos de R$ 27 mil para a versão de entrada com duas portas. O quatro portas deverá custar um pouco menos de R$ 30 mil, enquanto o Cross sairá por cerca de R$ 35 mil. O
Fiat Uno parte de R$ 26.270, enquanto o
Gol G5, que seguirá em linha, R$ 27.920.
20 km/l O
Up será equipado com o refinado motor EA211, o 1.0 de três cilindros que estreou no
Fox Bluemotion, em julho. Graças a diversas inovações (veja mais detalhes abaixo) ele chega a ser 17% mais eficiente que seus concorrentes da mesma cilindrada. No
Fox, o consumo rodoviário foi de espantosos 19,3 km/l de etanol nos nossos testes. "No
Up, mais leve, aposte em um número acima de 20 km/l", diz uma fonte que já andou no modelo. Ele antecipa que o tema economia será um dos principais motes da campanha de marketing do carro.
O EA 211 gera até 82 cv e 10,4 kgfm de torque. Diante do 1.0 TEC que equipa o GOl, por exemplo, são 6 cv a mais com etanol. Embora o torque máximo do três cilindros seja ligeiramente menor que o de quatro (10,4 kgfm x 10,6 kgfm) ele chega em rotação mais baixa (3.000 rpm x 3.850 rpm). Em resumo, além de mais econômico, ele anda mais.
Janeiro é o mês de lançamento do
Up. As primeiras unidades começam a chegar às revendas em fevereiro, de acordo com o cronograma oficial. O segmento mais importante do mercado brasileiro, que representa mais da metade de tudo que é vendido por aqui, está prestes a receber um jogador de peso. E, ao que tudo indica, ele não vem em missão de paz.
EA211: O 1.0 Três cilindros em linha da Volkswagen
Com bloco e cabeçote feitos de alumínio, o EA211 é 24 kg mais leve do que o quatro cilindros EA111. Segundo a
VW, a eficiência energética é 17% melhor graças às várias inovações que você vê abaixo. Foram 2,4 milhões de km em testes, sendo 100 mil abaixo de - 15°C
Polias triovais
A correia dentada movimenta os comandos de válvulas por polias triovais. Elas não são círculos perfeitos, tem formato com ligeiras três faces. Como uma esfirra fechada. Com isso, no momento que o came encosta no rolamento, a polia tem maior área de contato com a correia. Isso diminui atrito e vibração, reduz o desperdício de energia e aumenta a durabilidade do sistema.
Admissão
O coletor de admissão é feito de plástico de alta resistência e com baixa rugosidade, assim o ar entra com mais facilidade e com temperatura mais baixa, o que proporciona melhor combustão. Um ressonador diminui o ruído da admissão. O comando de acelerador é eletrônico.
Virabrequim
Para equilibrar o giro dos três cilindros, o virabrequim de ferro fundido usa contrapesos menores nos cilindros 1 e 3, e no cilindro 2 eles foram dispensados. Os mancais têm diâmetro menor do que no quatro cilindros, o que diminui o atrito e a inércia, pois a peça é 350 g mais leve do que no motor EA111. Quanto mais leve a peça, menos energia é desperdiçada para movimentá-la.
Partida a frio
Nada de tanque auxiliar. O EA211 usa sistema de aquecimento do combustível desenvolvido em parceria com a Bosch. Se o Fox tiver etanol no tanque e a temperatura estiver abaixo de 17,5°C, o sistema usa uma resistência elétrica na galeria de combustível e aquece a mistura. O aquecimento é mais forte e prolongado de acordo com a severidade do frio. A solução é mais leve, diminui emissões e é mais prática para o motorista, que só precisa virar a chave.
12V e vela de ignição central
Com maior diâmetro dos cilindros, a
VW pode adotar 12 válvulas. Duas de admissão e duas de escape (o EA111 tinha só duas por cilindro). O que permite mais ar no motor é diminui a chance de pré-ignição. O acionamento é por balancis roletados, isso reduz a perda energética no atrito dos cames. A vela de ignição é centralizada para facilitar a queima do ar/combustível.
Duplo comando de válvulas
Ele é variável na admissão e integrado à tampa do cabeçote. O eixo de comando é resfriado a -70°C e os cames são aquecidos até 130°C. Depois, o eixo passa pela tampa e cames. Tudo é posicionado com precisão cirúrgica. Quando a temperatura volta ao normal, o comando está pronto sem soldas e integrado à tampa. Assim, os mancais dos eixos têm diâmetro menor e perdem menos energia pelo atrito. O ângulo do comando varia até 40° para entregar o melhor desempenho em todas as rotações.
Coletor de escape integrado ao cabeçote
Este recurso permite que o motor chegue à temperatura ideal de funcionamento mais rapidamente. Assim, o óleo chega à viscosidade de trabalho e diminui o atrito entre os componentes. O catalisador, colocado logo após o coletor, também é beneficiado. Ele se aquece rapidamente, funciona em sua plenitude e diminui as emissões durante a fase fria do motor.
Bielas
Elas são 20% mais leves do que uma convencional. O desenho é mais esguio e chanfrado na conexão com o pistão. Isso diminui o atrito, mas atrapalha a lubrificação, normalmente feita por dentro da peça. A solução é um jato de óleo jogado para cima. Pelo design mais estreito na junção com o pistão, a biela é guiada pelo virabrequim para não oscilar.
Duplo circuito de arrefecimento
As temperaturas ideais de funcionamento do cabeçote e do bloco são diferentes, 80°C e 105°C, respectivamente. Para conseguir gerenciar isso, a
Volkswagen usa um duplo circuito de arrefecimento. Ao ligar o motor, o sistema deixa o cabeçote atingir a temperatura ideal. Em seguida, a água começa a circular para manter os 80ºC e prevenir pré-detonação do combustível. Quando o bloco chega à temperatura certa, o sistema gira a água pelos dois circuitos com duas bombas d’água. Isso diminui a perda de energia e melhora o consumo de combustível.
COMENTÁRIOS: Eu tinha medo que com esta aumento de tamanho na traseira, o carro ficasse desbalanceado no visual total, o que se vê pelas fotos, NÃO OCORREU. Não gostei do desenho destas rodas. De mais a mais, acho que ainda preferia o interior "estilo fusca", com a cor exterior invadindo o interior. Sinceramente, ACHO QUE A VW ESTÁ COM UM TREMENDO SUCESSO POTENCIAL EM SUAS MÃOS, pois guardadas as devidas proporções em relação ao tempo e ao espaço, o Up! tem tudo para ser o novo Fusca: tamanho razoável, possibilidade de ser confortável, contando com soluções inteligentes e modernas. Basta a marca não abusar na etiqueta de preço.