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Coluna
Alta Roda nº 728 - Ganha-se muito ou pouco? Categorias:
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Pela primeira vez as quatro maiores marcas –
Fiat,
Ford,
GM e
VW –
alcançaram 68,6% dos
automóveis e comerciais leves comercializados. Ou seja, ainda
representam pouco mais de dois terços das vendas, mas pela primeira vez abaixo
de 70%.
Não é tão incomum, em outros países, as quatro
maiores marcas dominarem cerca de dois terços do comércio interno, ao contrário
do que muitos pensam. Japão e Índia são dois exemplos. Ou seja, a concorrência
aqui é feroz e as quatro maiores tendem a perder participação de forma mais
acelerada.
Esse surto de novas marcas vem em razão do
rápido crescimento das vendas no Brasil, quarto maior mercado mundial e quase
quatro milhões de unidades (com caminhões e ônibus) ao fim de 2013. Isso
significou lucros crescentes, mas desalinhados do resto do mundo?
Segundo Carlos Gomes, presidente da PSA
Peugeot Citroën Brasil
e América Latina, cerca de 70 milhões de veículos leves produzidos no mundo,
em 2012, deixaram lucro aproximado de US$ 50 bilhões. Desse total, US$ 18 bi
foram ganhos na América do Norte; US$ 17 bi, na China; US$ 4 bi, na América
Latina; US$ 2 bi, na Europa e US$ 9 bi no resto do mundo. Nossa região
representou 8% das vendas e 8% dos lucros. América do Norte, 22% e 36%,
respectivamente. Quem
está mal mesmo é a Europa: 22% e apenas
4%.
Nos EUA há grandes distorções. Picapes e SUVs
(45% das vendas) lá são considerados caminhões leves. Mas as margens são até
quatro vezes maiores do que as de automóveis, o que não se considerou em
pesquisa atribuída à consultoria IHS e ao Sindipeças. Pormenor: nos EUA não há
importação de picapes pois o imposto tem alíquota de 25%, cerca de 10 vezes
superior ao de automóveis, desproporcionalidade única no mundo. Em carros
ganha-se um tantinho e em picapes/SUVs, um tantão.
Outro estudo recente, do Instituto de
Planejamento Tributário, comparou preços com e sem impostos de algumas
mercadorias nos EUA, Itália e Brasil. Claro, aqui tudo muito mais caro.
Escolheram o
Corolla entre os automóveis, mas só o confrontaram com os EUA,
alegando ser modelo indisponível na Itália. Poderiam ter elegido o Focus,
vendido nos três continentes. Será porque, sem impostos, a diferença de preço é
pequena, ao contrário dos itens pesquisados?
De qualquer forma o cenário obrigará a diminuir
a defasagem dos lançamentos, com impactos sobre rentabilidade. O site inglês
just-auto chama a atenção de que mercados emergentes desejam comprar logo os
carros expostos todos os dias na internet. E citou o caso da
Honda, que
decidiu descentralizar desenvolvimento e compras já a partir do novo Fit,
abreviando seu lançamento aqui, em 2014. Até afirmou que a filial duplicará o
número de engenheiros no País.
É o caso também da Fiat. Em Pernambuco
produzirá crossover utilitário e picape média dele derivado já em 2015. Em 2016,
versão utilitária para a marca Jeep e sedã médio baseado no Dodge Dart/Fiat
Viaggio. Para Minas Gerais, ficará o subcompacto sucessor do Mille, em 2015.
Tudo com forte participação técnica de brasileiros para agilizar.
RODA VIVA
DIMINUIÇÃO de importações e recuperação de
estoques fizeram do mês passado o melhor março da história: 319 mil unidades, de
todos os tipos, produzidas. No primeiro trimestre a recuperação da produção, em
relação a 2012, foi de 12%. Até dezembro, Anfavea espera que as fábricas
produzam mais 4,5% sobre 2012, apesar de exportações fracas.
QUANTO às vendas, o presidente da associação
(em fim de mandato), Cledorvino Belini, acredita que o ano será bom. Mas
preferiu manter, por enquanto, previsão de crescimento de 3,5% a 4,5%, mesmo com
dois aumentos de IPI cancelados até o fim do ano. Chegou a admitir 5% de avanço
em 2013. Comportamento do PIB será decisivo para os resultados.
MERCEDES-BENZ deu uma guinada com novo Classe
A, em versões de R$ 99.900 e R$ 109.900. De pequeno monovolume passou a hatch de
estilo arrojado e coeficiente aerodinâmico dos melhores (Cx de 0,27). Interior
cresceu: entre-eixos generoso de 2,69 m. Bancos dianteiros de encosto alto e
alavanca seletora de câmbio na coluna de direção agradam.
MOTOR turbo 1,6 L/156 cv tem ótimo torque de
25,5 kgf∙m, entre 1.250 e 4.000 rpm. Casa à perfeição com câmbio automatizado de
dupla embreagem, sete marchas. Interessante função aciona o freio de
estacionamento ao se pisar com firmeza o pedal de freio, quando em marcha-lenta.
Faltam GPS e faróis de neblina, justo na versão mais cara (de série, na de
entrada).
UNIÃO Europeia deve rever ciclos de teste de
consumo de combustível em laboratório. Números otimistas demais e difíceis de
reproduzir na prática, em especial modelos híbridos. Provavelmente vão optar por
correção linear dos valores, como aconteceu nos EUA e no Brasil, pois novo ciclo
foi adotado há pouco mais de quatro anos.