BMW i3 vem no final de 2014; preço de R$ 230 mil vai chocar
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Fernando Calmon
Colunista do UOL07/08/201307h00
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Chegada às lojas, no primeiro mundo, deve ocorrer apenas após o Salão de Frankfurt (Alemanha), em setembro; Brasil deve receber modelo elétrico apenas no segundo semestre de 2014 -- site oficial em português já está no ar Leia mais
Kim Kyung-Hoon/Reuters No ano passado foram vendidos em todo o mundo cerca de 150 mil carros elétricos puros (a bateria), que corresponderam a apenas 2% do total de veículos comercializados. Por isso, surpreende a aposta de US$ 2,7 bilhões (R$ 6,2 bilhões) da BMW em sua nova submarca "i" (de inovação, integração e inspiração), cujos primeiros produtos são o i3 e o híbrido i8 (que chega dentro de alguns meses). Capacidade de produção inicial será de 40 mil unidades/ano.
Com pré-estreia simultânea em Nova York, Londres e Beijing, o i3 representa um conceito ainda mais ousado, por não aproveitar componentes já existentes em veículos convencionais. Até agora, apenas a Tesla abraçou a mesma estratégia, mas seu carro é caríssimo e vendido apenas em alguns estados americanos.
O elétrico da marca alemã partiu para outro conceito. Usa, pela primeira vez em grande série, estrutura total da carroceria em fibra de carbono, ligada a um chassi de alumínio. É material caro, extremamente leve e 50% mais resistente que o aço.
Todo o carro foi pensado para uso preponderantemente urbano. Seu porte é de BMW Série 1, com espaço interno de Série 3 e porta-malas de 260 litros -- equivalente ao de um compacto nacional (como Volkswagen Gol, Fiat Uno etc.). Monovolume, sem coluna central, suas duas portas traseiras são menores e têm abertura em sentido oposto ao convencional. No estilo, chamam atenção a reentrância das janelas traseiras (vidros não baixam) para melhorar visibilidade, o desenho das colunas traseiras e a porta de carga de vidro com lanternas integradas.
BMW i3: carregável em tomadas convencionais
Entrar e sair do banco traseiro exige adaptação. Atrás, há bom espaço para pernas de dois passageiros (sem previsão para um terceiro), mas há limitações para os pés sob os bancos dianteiros. Na frente, o console não se estende até o painel justamente para facilitar a saída do motorista pela porta direita, conveniente em cidades.
Como se tratava de pré-estreia, não foi possível guiar o carro em Nova York. Ao analisar a ficha técnica, porém, é fácil concluir que ele será extremamente ágil no trânsito. Motor traseiro de 170 cv, 1.195 quilos, aceleração de 0 a 100 km/h em 7,2 segundos e diâmetro de giro de 9,9 m (ótimo para manobras). Distribuição de peso 50/50 por eixo não deixa dúvida de que se trata de um BMW. Segundo um engenheiro da fabricante, retomar de 30 a 70 km/h (típico em cidades) leva pouco mais de 4 segundos. Centro de gravidade baixo e cambagem negativa nas rodas traseiras (motrizes) indicam que vencer curvas será puro prazer, apesar dos pneus finos.
Quanto à autonomia, discurso da empresa é honesto: de 130 a 160 km (até 200 km, em modo de supereconomia); 12 horas para recarga normal a 110 V; carga rápida dedicada de 30 minutos repõe 80% da autonomia (mas mais de uma vez por mês compromete a vida da bateria). Solução interessante é um motor opcional, a gasolina (de dois cilindros e 34 cv), também traseiro, para estender a autonomia em mais 140 km. Tanque de nove litros, na frente, reequilibra os 50% de peso em cada eixo.
Vendas do BMW i3 começam na Europa em novembro e a importação para o Brasil, um ano depois. Mantida a tradição premium da marca, esse compacto deve se situar aqui na faixa dos US$ 100 mil (R$ 230 mil), se mantida carga fiscal de hoje.
Siga o colunista: twitter.com/fernandocalmonRODA VIVA''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''+ Lançado em maio de 2010, novo Uno completará quatro anos, em 2014, com tradicional reestilização de meia geração. Início de produção (coluna antecipa) será em maio de 2014 e vendas, dois meses depois. Mudanças maiores na parte dianteira e, maior novidade, motor de três cilindros. Esta configuração, inexistente até mesmo nos Fiats europeus, estreia no Brasil.+ Sempre desmentida pela Volks, há dúvidas sobre produção no Brasil do Santana chinês (versão esticada do Polo sedã de nova geração). Alguns fornecedores indicaram que a produção só começaria em 2015, outros em meados de 2014. Esta semana, porém, fontes acenaram que a fábrica teria congelado o projeto. Trabalhos estão suspensos e, há quem diga, cancelados.+ Novo Fusion Hybrid evoluiu. Agora baterias de íon de lítio (mais leves, compactas e de maior densidade energética), permitiriam acelerar até 100 km/h em modo puramente elétrico, em teoria. Na prática, só em condições muito especiais. Com motor a combustão de 2 litros e 145 cv, preço baixou R$ 9 mil, para R$ 124.990. Consumo de acordo com programa Conpet do Inmetro, é de 16,8 km/l de gasolina (cidade). + Anfavea (fabricantes) e Fenabrave (concessionárias) mantêm números divergentes sobre previsão de vendas este ano. A primeira sustenta possibilidade de crescimento de 3,5% a 4,5%, sobre 2012, se considerados autos, comerciais leves e pesados. Mais cautelosa, a segunda acha difícil passar de 2% ou pouco mais, incluídos caminhões e ônibus.
+ Caso Brasil cresça só 2% este ano, como prevê maioria dos economistas, a bola de cristal da Anfavea pode falhar. Afinal, em julho, média diária de vendas caiu 6,6% sobre junho; estoques tiveram leve melhora de 39 para 35 dias. Positivo foi aumento de exportações graças à reação de mercados externos.