Trombada em segurança: nota zero para Clio e Àgile
31 de julho de 2013
Agile, sem bolsas de ar, no teste do LatiNCap
A divulgação da terceira rodada de provas de choque contra barreiras fixas pela LatinNCap, entidade supra nacional e supra oficial que analisa segurança de veículos, criou caso e motivou contestação de maneira cruzada. Pelos testes, Renault Clio e Chevrolet Ágile tiveram nota zero.
Em termos de estratégia de comunicação social a posição das montadoras é de omissão. Apenas no Brasil, Luiz Moan, presidente da Anfavea, a associação das montadoras, tomou iniciativa institucional, deu a cara a bater, contestando os conceitos. A Adefa, grêmio argentino, ignorou, apesar de os carros serem feitos no vizinho.
Na contestação a Anfavea questiona a metodologia própria da LatinNCap, discrepando das normas estadunidenses e europeias. Alega pontualmente, os carros testados não portavam bolsas de ar, apesar do equipamento ser disponível; que no Brasil boa parte dos carros novos utiliza estes equipamentos e ABS.
Em números e conceitos, os testes da LatinNCap são de colisão frontal a 64 km/h contra barreira deformável descentrada em relação ao automóvel. Nos EUA, 48 km/h para colisão frontal contra barreira fixa não deformável, e na Europa o impacto se dá a 56 km/h contra colisão frontal descentrada, em barreira deformável. A metodologia europeia difere da adotada pelo LatiNCap em 8 km/h, uma enormidade em diferença e resultados.
Independentemente do pé firme da entidade brasileira, que marca posição mas não gerará mudanças, o desgaste deve ser imposto aos órgãos oficiais da Argentina e do Brasil pela leniência com que tratam o assunto segurança em automóveis e seus prejuízos à sociedade. As montadoras de lá e daqui seguem a lei – mas a lei é lenta, atrasada, e não acompanha a expansão da frota, da circulação, do aumento de velocidade. Aqui, os Ministros da Previdência e da Fazenda deveriam ir ao Gabinete Civil da Presidência apresentando os dados das perdas de vidas, materiais, gastos com reparos e absenteísmo por acidentes, clamando por legislação para deter esta sangria – a imagem é válida.
Internet
Curiosidade no setor, como GM e Renault não se manifestaram, lá e cá, logo alguém aproveitou a oportunidade, criando falso Community Manager respondendo, como se fosse a GM, com direito a logomarca e aparência, as questões endereçadas à marca na Argentina. Coisa irônica, exibida pelo Autoblog.ar, onde o interessado pergunta e a falsa GM responde que segurança não importa pois as pessoas compram os carros com tecnologia superada em 20 anos … ; que segurança não preocupa pois o importante é vender.
Muita calma nesta hora
A Mercedes aliviou a pressão no acelerador em seu projeto de voltar a produzir automóveis no país. Grupo de trabalho entre Brasil e Alemanha definiu o produto, a nova família Classe A, iniciando pelo sedã, o CLA e permitindo expansão em versões como o utilitário esportivo GLA. A principal faina é tabular cidades, aferir facilidades de logística para fornecedores, comparar incentivos e apoios – do tipo a municipalidade escolhida doar o terreno, fazer toda a infra estrutura, ligações rodoviárias, eventuais obras de arte, terraplanagem, ligações, estação elétrica e de recuperação d’água, coisas caras, além da isenção de IPTU.
Implantar fábrica de automóveis é tecer com enorme quantidade de dados atuais e sua projeção para o futuro, uma aposta no país e no mercado.
Para a decisão de onde localizá-la, na listagem processada algumas possibilidades iniciais foram desconsideradas, a começar pelas soluções domésticas, com adaptações nas instalações que a empresa possui em São Bernardo do Campo, SP, ou aproveitamento da antiga e desativada fábrica de ônibus Mercedes em Campinas, SP, e também a criação de novos espaços na antiga fábrica onde fez os antigos Classe A e C em Juiz de Fora, MG. Esta planta foi recentemente modificada e transformada para a produção de caminhões, como faz.
Possibilidade industrial e comercial consequente à realização de acordo com a Renault-Nissan. Seria utilizar mão de obra da fábrica que erige em Rezende, RJ, onde a Nissan montará, a partir do ano próximo, o March, o Versa e o Go, e comprar os serviços para a montagem de um Mercedes sob teto Nissan. Outra vertente seria a locação de espaços para que a Mercedes fizesse seus carros na nova instalação franco japonesa. Entretanto fonte ligada ao grupo descarta ambas as possibilidades.
A busca continua e tanto S. Paulo por sua magnitude, facilidades quanto a fornecedores, e fretes menores para distribuir os automóveis prontos aos dois maiores mercados do país – a Capital e o Estado -, quanto estados ao Sul, pelas facilidades portuárias e ligações com a Argentina maior parceiro no Mercosul, continuam considerados. Não é novela, é projeto pessoal do presidente mundial, fazer da Mercedes a alemã líder em vendas de automóveis em todas as faixas. Decisão deve sair em 90 dias.
Pé na porta. Mercedes compra 5% da Aston Martin
Comunicado hígido, franciscano em dados, diz, a divisão AMG da Mercedes e a inglesa Aston Martin fizeram acordo tecnológico: estudarão motores V8, farão integração em eletrônica, e a alemã compra 5% das ações.
Palavras são apenas palavras. Na prática da porca e do parafuso significa, negócio expectativo: a Aston, conviverá com a AMG – 100% controlada pela Daimler, dona da marca Mercedes. Manterá, inicialmente, o uso da motorização Ford com quem recentemente assinou prorrogação de fornecimento pelos próximos cinco anos. Entretanto já deve ter enviado carros para a AMG em Affalterbach, pequeno burgo perto de Stuttgart, sede da matriz Mercedes. Lá, estudos de parte a parte. Os ingleses querendo conhecer mais dos motores, e os alemães a respeito da peculiar construção Aston, com elevada dose de manufatura.
A parte negocial pode ser projetada: a Aston, ajeitada e vendida pela Ford com largo prejuízo, quase quebrou após. A Dar, grupo investidor do Kwaitt, sem o T grande automobilístico, comprou-a. O italiano InvestIndustrial assumiu 37,5% de ações. Há grandes aditivos favoráveis à expansão da Mercedes a custo contido: a situação atual exibe sinal vermelho: declínio de vendas; de valor para a empresa. Situação que ultrapassou as cercas, e para efeitos mundiais é rotulada pelo agencia Moody’s como B3 de não-investimento.
Com este cenário, pelo fato de ser a última produtora de esportivos luxuosos não pertencente a marca poderosa, tudo indica a AMG botou o pé na porta. Além de querer entender o carro, usar os direitos dos 5% das ações para assistir às assembleias e reuniões de acionistas, abrir todos os armários da Aston para ver se há algum esqueleto escondido para, com a queda de valor e a falta de sangue automobilístico de seus controladores, assumi-la. A Daimler não tem marca esportiva de prestígio, e a dignidade dos Aston fará bem.
Quanto motorização, questão menor. O contrato com a Ford é negociável e a Mercedes tem três famílias de motor: 12, 8 e 4 cilindros. Esta permite, até, fazer um Aston menor e mais barato, de entrada.
Roda-a-Roda
Surpresa – Estudo divulgado pela JD Power, tradicional agencia de pesquisa sobre automóveis, deu ao novo Land Rover Ranger Rover Vogue, título inédito para a marca, resultado de pesquisa entre 83 mil proprietários de marcas diversas para aferir o índice de desempenho, dirigibilidade e design. O Vogue foi lançado em outubro do ano passado e possui inovadora estrutura em alumínio para reduzir peso.
Range Rover Vogue. Prêmio.
Fora – Um recall de 114 mil veículos Chevrolet Tavera na Índia provocou demissão de 10 técnicos e de Sam Winegarden vice presidente mundial de motores na GM. Razão, emissões fora de padrão, provocando a suspensão de vendas de dois modelos populares da marca. Além da redução de faturamento, dos custos para as modificações em garantia, os lucros caíram 64%. A GM diz, fez as demissões por violação de políticas da empresa. Winegard foi engenheiro chefe da marca, supervisionando o desenvolvimento de motores desde 2004.
Base – A Fiat enfrenta nova dificuldade. Nada em produto, processos, faturamento e lucros, mas de caráter institucional-afetivo, pela possibilidade de deixar a sede e base histórica da Fiat em Turim, registrando na Holanda a empresa produto de fusão com a Chrysler. Fez isto com a CNH Industrial, junção da Fiat Industrial com a de tratores CNH.
? - As dúvidas estão na emotiva reação dos italianos em perder a base da empresa. Quanto à Chrysler, sem problemas: já é italiana, seus operários querem o emprego, e a municipalidade de Detroit está mais preocupada em administrar sua falência.
Negócio – A Fiat detém 68,5% da Chrysler e precisa 75% para controlá-la. O restante está com o VEBA, fundo de seus operários e para a compra falta apenas a corte de Delaware arbitrar o valor das ações.
Onde ? - Há outra vertente. Presidente e CEO da Fiat tem criação e formação acadêmica estadunidense. Daí a crença que, se é para comprar briga em Turim e na Itália, que a sede seja em Nova Iorque, com bolsa de valores referencial, exigência para quem ampliou sua base de negócios, e quer atuação mundial.
Demora – Embora constando da recente arrancada publicitária da GM, o mexicano Chevrolet Tracker, utilitário esportivo pequeno, sobre a base de Cobalt, Onix, Spin e Sonic, chegará ao mercado em outubro a projetados R$ 55 mil para a versão de entrada.
Outro – Nada a ver com o homônimo anteriormente vendido aqui, Suzuki Vitara argentinizado e com maiores habilidades, como tração nas 4 rodas. Será maisfashion, menos disposto – e menor, em torno de 4m, tamanho de um Fusca, quase 30 cm menor que o Ford EcoSport, líder do segmento.
Melhor – Chegam às revendas as versões do Fiat Freemont com implemento no uso, caixa de transmissão automática revista para seis velocidades. Há muito ganho operacional, melhores reações, menor consumo. R$ 95 mil.
Da vez – Seis velocidades em caixa de marchas automática é, final e atrasadamente no Brasil, a bola da vez. Além do Freemont, a Peugeot inicia aplicá-lo em seu modelo 408. Última semana de agosto.
Cultura – Números preocupam a indústria automobilística dos EUA: 40% dos jovens com 18 anos não têm carteira de motorista: 20% entre os 20 e os 24 anos, idem, o dobro do registrado em 30 anos. A quilometragem média anual também caiu e equipamentos tecnológicos substituíram os carros como objetos de desejo.
Causas – Tempo e dificuldade de deslocamento, ausência ou falta de colaboração das montadoras com as autoridades para viabilizar projetos de mobilidade a quem não tem ou não quer usar automóvel, perda de identidade dos carros, hoje quase todos iguais, são parte das causas do desinteresse.
Muda ? – Quererá a indústria participar deste novo ciclo ? Fará carros elétricos ? Auxiliará governos em projetos de mobilidade ? Fará carros para uso compartido ? Difícil mudar as cabeças, mas há tempo para instigar as discussões. Ainda há muita gente, como maciças quantidades de chineses, indianos, querendo iniciar conviver com o automóvel. Nos EUA tal convívio está na quarta geração.
Interessante – Campanha do JAC J3 nas redes sociais. Gira em torno do tema Só falta voar, e é curioso, lúdico, bem feito, sobre a idéia de aplicar uma turbina no teto do carro.
Veja em http://www.jacmotorsbrasil.com.br/promocaoj3
Já vimos – Anúncio na TV tipo Rubinho Barrichello contra os alemães. Usa o novo Volvo S40 e disputa no autódromo gaúcho de Velopark com pilotos em carros alemães sem caracterização. Bem feito pelo clima de boxes e disputa, mas não explica o porquê da indigestão alemã de Rubinho. Inspira-se em edição recente, lançando o Ford Fusion, no mesmo autódromo, na disputa, para valer, re editando rusga antiga e conhecida, entre Nigel Mansell e Nelson Piquet. Desgastante para o Rubinho, camarada da melhor qualidade.
Aliás – Oswaldo Ramos, da Ford, não quer mandar consertar nem destruir os Fusion empregados no filme com Piquet e Mansell. Pensa leiloá-los revertendo fundos a entidades pias. Mais útil.
Tradição – Castrol botou pilha em sua linha GTX, talvez a mais lembrada pelo pioneirismo, na década de 60, 70, por informar conter tungstênio líquido, garantindo maior lubrificação. Constatando que as frotas usadas de Fiat e GM são metade do mercado, implementou a linha oferecendo na gradação 15W-40 API da classificação SL. Incluiu na fórmula um anti borra. Para motores mais usados, ou de projetos mais antigos, com maiores folgas entre componentes, a 25W-60, mais espesso, vedando melhor, reduzindo o consumo de lubrificante.
Enfim – Demorou, mas surgiu um curso de direção segura para motoristas de carro blindado. Não apenas entender a mudança de comportamento pela adição de equipamentos, saber mante-lo e, principalmente, conduzir de maneira a proteger os passageiros, incluindo conduzir o automóvel para fuga. Mais ? Escola de Pilotagem Interlagos [url=tel:%2811%29 5667-5233](11) 5667-5233[/url].
Homenagem – Revista Autosport listou dos 50 mais importantes pilotos do mundo que não se motivaram a ir para a Fórmula 1. No Brasil, Bird Clemente, ex piloto das equipes Vemag e Willys, primeiro piloto profissional do país, está na relação. Merecido. Como outros estelares com A J Foyt, várias vezes vencedor das 500 Milhas de Indianápolis ou Valentino Rossi, oito vezes campeão mundial em motos.
Antigos – Prefeitura de Caçapava – Via Dutra, a 110 km de S Paulo -, fará, de 2 a 4 de agosto, a Expo Roberto Lee Classic. Mais que evento para mostrar a quantas anda o processo de salvação do acervo de carros antes integrando o Museu fundado por este colecionador, será uma homenagem, ocorrendo em torno da data de seu nascimento.
… 2 – A Prefeitura recebeu da herdeira o fundo do Museu, coleção subtraída em unidades, outras saqueadas, toda a decoração furtada. Tenta, na medida do possível da municipalidade e com os esforços de Marcelo Belatto, funcionário da Prefeitura, deter o processo de degradação, funcionar os carros, mantê-los como base a iniciante museu.
Programação em www.cacapava.sp.gov.br.
História – A Dana, fabricante de auto peças, deu belo passo institucional. Em vez de patrocinar atividades distantes de seu objeto, como usual e inexplicavelmente ocorre, focou na recuperação de 23 documentários feitos pelo articulado francês Jean Manzon.
….. 2 Relatam cenas memoráveis da implantação da indústria automobilística no Brasil, indo de 1952, sobre a Cidade FNM – a transformação de pântano carioca na pioneira fábrica de caminhões -, até 1974 com reformulação industrial da velha fábrica de Taubaté, SP, onde a Willys vazou o primeiro motor a gasolina, para fazer os novos 2.3 OHC, para Mavericks, Rural, Jeep e exportações. Vai projetá-los durante o evento. Podendo, vá.
Ou veja-os em www.dana.com.br/historia.
Picape Fiat, pioneirismo com resultado
Fiat 147 picape. Tudo para dar errado, deu certo
Insólito, curioso e até de sucesso improvável. Assim era o picape Fiat construído sobre a plataforma do pioneiro 147 nos fins de 1978. Na prática, a versão furgão seccionada e, por isto, ficava patente ser balão de ensaio pela pequena plataforma de carga e sua tampa, uma porta com abertura lateral. Era o primeiro dos picapes construídos no Brasil sobre a plataforma de automóveis de passeio. O Fiat, como menor dos nacionais, parecia inteiramente inadequado à nova função, e a Fiat com dois anos de Brasil parecia nada conhecer do país e seu mercado.
Ironizado ou não, as vendas começaram a ascender e logo apareceu a versão City, com maior caçamba e tampa traseira basculante, com melhor retorno ao trabalho. Fazer picapes sobre automóveis pequenos não era criatividade nacional, nesta época à solta na Fiat, criando soluções pioneiras – de motores que funcionavam alimentados por biogás até o pioneirismo no uso do etanol. Coisa antiga, a própria Fiat no pós guerra criou picapes sobre seu modelo 1100.
Ficou solta no mercado e somente apenas 1982 outras montadoras seguiram o caminho. Enquanto isto, adequava o veículo, com reforços estruturais e a mudança da suspensão traseira para enfrentar trabalho, com um eixo dito Omega, com elevação no centro, permitindo maior área livre e o feixe de molas deixando de ser transversal, passando a ser duas mono folhas longitudinais.
Restante da história é conhecido. Melhorá-lo em estética e comportamento, dar-lhe o nome de Strada e trato de automóvel em decoração, pintura metálica, desenvolvimento de suspensão para manter a estabilidade mesmo com maior altura alavancou as vendas. Logo, o oferecimento de cabine alongada fez decolar, aumentando a distância para os concorrentes. O desdobramento chegou à cabine dupla, à colocação do sistema de bloqueio elétrico na tração, aumentando sua valentia, e redecoração externa, aumento de bitolas, oferecendo noção de maior tamanho, variedade de motores e a transmissão Dualogic para conforto em trânsito das cidades.
Parecia encerrada a capacidade de criar novidades, mas a Fiat terá outra opção: Cabine Dupla com três portas, facilitando entrada e saída.
Até o momento a Fiat produziu mais de 1 milhão e 250 mil unidades da insólita e curiosa proposta que deu certo. Muito certo e líder no segmento.
31 de julho de 2013
Agile, sem bolsas de ar, no teste do LatiNCap
A divulgação da terceira rodada de provas de choque contra barreiras fixas pela LatinNCap, entidade supra nacional e supra oficial que analisa segurança de veículos, criou caso e motivou contestação de maneira cruzada. Pelos testes, Renault Clio e Chevrolet Ágile tiveram nota zero.
Em termos de estratégia de comunicação social a posição das montadoras é de omissão. Apenas no Brasil, Luiz Moan, presidente da Anfavea, a associação das montadoras, tomou iniciativa institucional, deu a cara a bater, contestando os conceitos. A Adefa, grêmio argentino, ignorou, apesar de os carros serem feitos no vizinho.
Na contestação a Anfavea questiona a metodologia própria da LatinNCap, discrepando das normas estadunidenses e europeias. Alega pontualmente, os carros testados não portavam bolsas de ar, apesar do equipamento ser disponível; que no Brasil boa parte dos carros novos utiliza estes equipamentos e ABS.
Em números e conceitos, os testes da LatinNCap são de colisão frontal a 64 km/h contra barreira deformável descentrada em relação ao automóvel. Nos EUA, 48 km/h para colisão frontal contra barreira fixa não deformável, e na Europa o impacto se dá a 56 km/h contra colisão frontal descentrada, em barreira deformável. A metodologia europeia difere da adotada pelo LatiNCap em 8 km/h, uma enormidade em diferença e resultados.
Independentemente do pé firme da entidade brasileira, que marca posição mas não gerará mudanças, o desgaste deve ser imposto aos órgãos oficiais da Argentina e do Brasil pela leniência com que tratam o assunto segurança em automóveis e seus prejuízos à sociedade. As montadoras de lá e daqui seguem a lei – mas a lei é lenta, atrasada, e não acompanha a expansão da frota, da circulação, do aumento de velocidade. Aqui, os Ministros da Previdência e da Fazenda deveriam ir ao Gabinete Civil da Presidência apresentando os dados das perdas de vidas, materiais, gastos com reparos e absenteísmo por acidentes, clamando por legislação para deter esta sangria – a imagem é válida.
Internet
Curiosidade no setor, como GM e Renault não se manifestaram, lá e cá, logo alguém aproveitou a oportunidade, criando falso Community Manager respondendo, como se fosse a GM, com direito a logomarca e aparência, as questões endereçadas à marca na Argentina. Coisa irônica, exibida pelo Autoblog.ar, onde o interessado pergunta e a falsa GM responde que segurança não importa pois as pessoas compram os carros com tecnologia superada em 20 anos … ; que segurança não preocupa pois o importante é vender.
Muita calma nesta hora
A Mercedes aliviou a pressão no acelerador em seu projeto de voltar a produzir automóveis no país. Grupo de trabalho entre Brasil e Alemanha definiu o produto, a nova família Classe A, iniciando pelo sedã, o CLA e permitindo expansão em versões como o utilitário esportivo GLA. A principal faina é tabular cidades, aferir facilidades de logística para fornecedores, comparar incentivos e apoios – do tipo a municipalidade escolhida doar o terreno, fazer toda a infra estrutura, ligações rodoviárias, eventuais obras de arte, terraplanagem, ligações, estação elétrica e de recuperação d’água, coisas caras, além da isenção de IPTU.
Implantar fábrica de automóveis é tecer com enorme quantidade de dados atuais e sua projeção para o futuro, uma aposta no país e no mercado.
Para a decisão de onde localizá-la, na listagem processada algumas possibilidades iniciais foram desconsideradas, a começar pelas soluções domésticas, com adaptações nas instalações que a empresa possui em São Bernardo do Campo, SP, ou aproveitamento da antiga e desativada fábrica de ônibus Mercedes em Campinas, SP, e também a criação de novos espaços na antiga fábrica onde fez os antigos Classe A e C em Juiz de Fora, MG. Esta planta foi recentemente modificada e transformada para a produção de caminhões, como faz.
Possibilidade industrial e comercial consequente à realização de acordo com a Renault-Nissan. Seria utilizar mão de obra da fábrica que erige em Rezende, RJ, onde a Nissan montará, a partir do ano próximo, o March, o Versa e o Go, e comprar os serviços para a montagem de um Mercedes sob teto Nissan. Outra vertente seria a locação de espaços para que a Mercedes fizesse seus carros na nova instalação franco japonesa. Entretanto fonte ligada ao grupo descarta ambas as possibilidades.
A busca continua e tanto S. Paulo por sua magnitude, facilidades quanto a fornecedores, e fretes menores para distribuir os automóveis prontos aos dois maiores mercados do país – a Capital e o Estado -, quanto estados ao Sul, pelas facilidades portuárias e ligações com a Argentina maior parceiro no Mercosul, continuam considerados. Não é novela, é projeto pessoal do presidente mundial, fazer da Mercedes a alemã líder em vendas de automóveis em todas as faixas. Decisão deve sair em 90 dias.
Pé na porta. Mercedes compra 5% da Aston Martin
Comunicado hígido, franciscano em dados, diz, a divisão AMG da Mercedes e a inglesa Aston Martin fizeram acordo tecnológico: estudarão motores V8, farão integração em eletrônica, e a alemã compra 5% das ações.
Palavras são apenas palavras. Na prática da porca e do parafuso significa, negócio expectativo: a Aston, conviverá com a AMG – 100% controlada pela Daimler, dona da marca Mercedes. Manterá, inicialmente, o uso da motorização Ford com quem recentemente assinou prorrogação de fornecimento pelos próximos cinco anos. Entretanto já deve ter enviado carros para a AMG em Affalterbach, pequeno burgo perto de Stuttgart, sede da matriz Mercedes. Lá, estudos de parte a parte. Os ingleses querendo conhecer mais dos motores, e os alemães a respeito da peculiar construção Aston, com elevada dose de manufatura.
A parte negocial pode ser projetada: a Aston, ajeitada e vendida pela Ford com largo prejuízo, quase quebrou após. A Dar, grupo investidor do Kwaitt, sem o T grande automobilístico, comprou-a. O italiano InvestIndustrial assumiu 37,5% de ações. Há grandes aditivos favoráveis à expansão da Mercedes a custo contido: a situação atual exibe sinal vermelho: declínio de vendas; de valor para a empresa. Situação que ultrapassou as cercas, e para efeitos mundiais é rotulada pelo agencia Moody’s como B3 de não-investimento.
Com este cenário, pelo fato de ser a última produtora de esportivos luxuosos não pertencente a marca poderosa, tudo indica a AMG botou o pé na porta. Além de querer entender o carro, usar os direitos dos 5% das ações para assistir às assembleias e reuniões de acionistas, abrir todos os armários da Aston para ver se há algum esqueleto escondido para, com a queda de valor e a falta de sangue automobilístico de seus controladores, assumi-la. A Daimler não tem marca esportiva de prestígio, e a dignidade dos Aston fará bem.
Quanto motorização, questão menor. O contrato com a Ford é negociável e a Mercedes tem três famílias de motor: 12, 8 e 4 cilindros. Esta permite, até, fazer um Aston menor e mais barato, de entrada.
Roda-a-Roda
Surpresa – Estudo divulgado pela JD Power, tradicional agencia de pesquisa sobre automóveis, deu ao novo Land Rover Ranger Rover Vogue, título inédito para a marca, resultado de pesquisa entre 83 mil proprietários de marcas diversas para aferir o índice de desempenho, dirigibilidade e design. O Vogue foi lançado em outubro do ano passado e possui inovadora estrutura em alumínio para reduzir peso.
Range Rover Vogue. Prêmio.
Fora – Um recall de 114 mil veículos Chevrolet Tavera na Índia provocou demissão de 10 técnicos e de Sam Winegarden vice presidente mundial de motores na GM. Razão, emissões fora de padrão, provocando a suspensão de vendas de dois modelos populares da marca. Além da redução de faturamento, dos custos para as modificações em garantia, os lucros caíram 64%. A GM diz, fez as demissões por violação de políticas da empresa. Winegard foi engenheiro chefe da marca, supervisionando o desenvolvimento de motores desde 2004.
Base – A Fiat enfrenta nova dificuldade. Nada em produto, processos, faturamento e lucros, mas de caráter institucional-afetivo, pela possibilidade de deixar a sede e base histórica da Fiat em Turim, registrando na Holanda a empresa produto de fusão com a Chrysler. Fez isto com a CNH Industrial, junção da Fiat Industrial com a de tratores CNH.
? - As dúvidas estão na emotiva reação dos italianos em perder a base da empresa. Quanto à Chrysler, sem problemas: já é italiana, seus operários querem o emprego, e a municipalidade de Detroit está mais preocupada em administrar sua falência.
Negócio – A Fiat detém 68,5% da Chrysler e precisa 75% para controlá-la. O restante está com o VEBA, fundo de seus operários e para a compra falta apenas a corte de Delaware arbitrar o valor das ações.
Onde ? - Há outra vertente. Presidente e CEO da Fiat tem criação e formação acadêmica estadunidense. Daí a crença que, se é para comprar briga em Turim e na Itália, que a sede seja em Nova Iorque, com bolsa de valores referencial, exigência para quem ampliou sua base de negócios, e quer atuação mundial.
Demora – Embora constando da recente arrancada publicitária da GM, o mexicano Chevrolet Tracker, utilitário esportivo pequeno, sobre a base de Cobalt, Onix, Spin e Sonic, chegará ao mercado em outubro a projetados R$ 55 mil para a versão de entrada.
Outro – Nada a ver com o homônimo anteriormente vendido aqui, Suzuki Vitara argentinizado e com maiores habilidades, como tração nas 4 rodas. Será maisfashion, menos disposto – e menor, em torno de 4m, tamanho de um Fusca, quase 30 cm menor que o Ford EcoSport, líder do segmento.
Melhor – Chegam às revendas as versões do Fiat Freemont com implemento no uso, caixa de transmissão automática revista para seis velocidades. Há muito ganho operacional, melhores reações, menor consumo. R$ 95 mil.
Da vez – Seis velocidades em caixa de marchas automática é, final e atrasadamente no Brasil, a bola da vez. Além do Freemont, a Peugeot inicia aplicá-lo em seu modelo 408. Última semana de agosto.
Cultura – Números preocupam a indústria automobilística dos EUA: 40% dos jovens com 18 anos não têm carteira de motorista: 20% entre os 20 e os 24 anos, idem, o dobro do registrado em 30 anos. A quilometragem média anual também caiu e equipamentos tecnológicos substituíram os carros como objetos de desejo.
Causas – Tempo e dificuldade de deslocamento, ausência ou falta de colaboração das montadoras com as autoridades para viabilizar projetos de mobilidade a quem não tem ou não quer usar automóvel, perda de identidade dos carros, hoje quase todos iguais, são parte das causas do desinteresse.
Muda ? – Quererá a indústria participar deste novo ciclo ? Fará carros elétricos ? Auxiliará governos em projetos de mobilidade ? Fará carros para uso compartido ? Difícil mudar as cabeças, mas há tempo para instigar as discussões. Ainda há muita gente, como maciças quantidades de chineses, indianos, querendo iniciar conviver com o automóvel. Nos EUA tal convívio está na quarta geração.
Interessante – Campanha do JAC J3 nas redes sociais. Gira em torno do tema Só falta voar, e é curioso, lúdico, bem feito, sobre a idéia de aplicar uma turbina no teto do carro.
Veja em http://www.jacmotorsbrasil.com.br/promocaoj3
Já vimos – Anúncio na TV tipo Rubinho Barrichello contra os alemães. Usa o novo Volvo S40 e disputa no autódromo gaúcho de Velopark com pilotos em carros alemães sem caracterização. Bem feito pelo clima de boxes e disputa, mas não explica o porquê da indigestão alemã de Rubinho. Inspira-se em edição recente, lançando o Ford Fusion, no mesmo autódromo, na disputa, para valer, re editando rusga antiga e conhecida, entre Nigel Mansell e Nelson Piquet. Desgastante para o Rubinho, camarada da melhor qualidade.
Aliás – Oswaldo Ramos, da Ford, não quer mandar consertar nem destruir os Fusion empregados no filme com Piquet e Mansell. Pensa leiloá-los revertendo fundos a entidades pias. Mais útil.
Tradição – Castrol botou pilha em sua linha GTX, talvez a mais lembrada pelo pioneirismo, na década de 60, 70, por informar conter tungstênio líquido, garantindo maior lubrificação. Constatando que as frotas usadas de Fiat e GM são metade do mercado, implementou a linha oferecendo na gradação 15W-40 API da classificação SL. Incluiu na fórmula um anti borra. Para motores mais usados, ou de projetos mais antigos, com maiores folgas entre componentes, a 25W-60, mais espesso, vedando melhor, reduzindo o consumo de lubrificante.
Enfim – Demorou, mas surgiu um curso de direção segura para motoristas de carro blindado. Não apenas entender a mudança de comportamento pela adição de equipamentos, saber mante-lo e, principalmente, conduzir de maneira a proteger os passageiros, incluindo conduzir o automóvel para fuga. Mais ? Escola de Pilotagem Interlagos [url=tel:%2811%29 5667-5233](11) 5667-5233[/url].
Homenagem – Revista Autosport listou dos 50 mais importantes pilotos do mundo que não se motivaram a ir para a Fórmula 1. No Brasil, Bird Clemente, ex piloto das equipes Vemag e Willys, primeiro piloto profissional do país, está na relação. Merecido. Como outros estelares com A J Foyt, várias vezes vencedor das 500 Milhas de Indianápolis ou Valentino Rossi, oito vezes campeão mundial em motos.
Antigos – Prefeitura de Caçapava – Via Dutra, a 110 km de S Paulo -, fará, de 2 a 4 de agosto, a Expo Roberto Lee Classic. Mais que evento para mostrar a quantas anda o processo de salvação do acervo de carros antes integrando o Museu fundado por este colecionador, será uma homenagem, ocorrendo em torno da data de seu nascimento.
… 2 – A Prefeitura recebeu da herdeira o fundo do Museu, coleção subtraída em unidades, outras saqueadas, toda a decoração furtada. Tenta, na medida do possível da municipalidade e com os esforços de Marcelo Belatto, funcionário da Prefeitura, deter o processo de degradação, funcionar os carros, mantê-los como base a iniciante museu.
Programação em www.cacapava.sp.gov.br.
História – A Dana, fabricante de auto peças, deu belo passo institucional. Em vez de patrocinar atividades distantes de seu objeto, como usual e inexplicavelmente ocorre, focou na recuperação de 23 documentários feitos pelo articulado francês Jean Manzon.
….. 2 Relatam cenas memoráveis da implantação da indústria automobilística no Brasil, indo de 1952, sobre a Cidade FNM – a transformação de pântano carioca na pioneira fábrica de caminhões -, até 1974 com reformulação industrial da velha fábrica de Taubaté, SP, onde a Willys vazou o primeiro motor a gasolina, para fazer os novos 2.3 OHC, para Mavericks, Rural, Jeep e exportações. Vai projetá-los durante o evento. Podendo, vá.
Ou veja-os em www.dana.com.br/historia.
Picape Fiat, pioneirismo com resultado
Fiat 147 picape. Tudo para dar errado, deu certo
Insólito, curioso e até de sucesso improvável. Assim era o picape Fiat construído sobre a plataforma do pioneiro 147 nos fins de 1978. Na prática, a versão furgão seccionada e, por isto, ficava patente ser balão de ensaio pela pequena plataforma de carga e sua tampa, uma porta com abertura lateral. Era o primeiro dos picapes construídos no Brasil sobre a plataforma de automóveis de passeio. O Fiat, como menor dos nacionais, parecia inteiramente inadequado à nova função, e a Fiat com dois anos de Brasil parecia nada conhecer do país e seu mercado.
Ironizado ou não, as vendas começaram a ascender e logo apareceu a versão City, com maior caçamba e tampa traseira basculante, com melhor retorno ao trabalho. Fazer picapes sobre automóveis pequenos não era criatividade nacional, nesta época à solta na Fiat, criando soluções pioneiras – de motores que funcionavam alimentados por biogás até o pioneirismo no uso do etanol. Coisa antiga, a própria Fiat no pós guerra criou picapes sobre seu modelo 1100.
Ficou solta no mercado e somente apenas 1982 outras montadoras seguiram o caminho. Enquanto isto, adequava o veículo, com reforços estruturais e a mudança da suspensão traseira para enfrentar trabalho, com um eixo dito Omega, com elevação no centro, permitindo maior área livre e o feixe de molas deixando de ser transversal, passando a ser duas mono folhas longitudinais.
Restante da história é conhecido. Melhorá-lo em estética e comportamento, dar-lhe o nome de Strada e trato de automóvel em decoração, pintura metálica, desenvolvimento de suspensão para manter a estabilidade mesmo com maior altura alavancou as vendas. Logo, o oferecimento de cabine alongada fez decolar, aumentando a distância para os concorrentes. O desdobramento chegou à cabine dupla, à colocação do sistema de bloqueio elétrico na tração, aumentando sua valentia, e redecoração externa, aumento de bitolas, oferecendo noção de maior tamanho, variedade de motores e a transmissão Dualogic para conforto em trânsito das cidades.
Parecia encerrada a capacidade de criar novidades, mas a Fiat terá outra opção: Cabine Dupla com três portas, facilitando entrada e saída.
Até o momento a Fiat produziu mais de 1 milhão e 250 mil unidades da insólita e curiosa proposta que deu certo. Muito certo e líder no segmento.