Para voltar a crescer, Kia estuda fábrica no BrasilMontadora sul-coreana não deverá aderir ao programa Inovar-Auto para
importadoresRicardo Meier | 22/2/2013 10:03
Texto:
Foto: Kia Ampliar
Modelos da Kia
Uma das marcas que mais perdeu espaço no mercado após o aumento do IPI para
veículos importados, a
Kia está numa
encruzilhada no Brasil. Ou parte para um projeto de fábrica no país ou voltará a
ser apenas figurante no mercado, como ocorria há cerca de dez anos.
A marca sul-coreana é, de longe, a que tem mais vendas entre as associadas da
Abeiva, com cerca de 29% de participação. Por essa razão, a Kia
não deverá aderir ao
programa
Inovar-Auto do governo brasileiro como importadora. Nessa versão, a
empresa obtém um teto de 4,8 mil unidades anuais para venda sem os 30 pontos
percentuais extras.
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chega ao Brasil em agosto e planeja fábrica no BrasilO problema é que a Kia esgotaria essa cota em apenas dois meses. Além disso,
para fazer parte do programa é preciso destinar 1,5% do faturamento bruto menos
impostos para um fundo que o governo criou com fins educativos. Como sua receita
é alta, a contribuição superaria o ganho com a isenção dos veículos.
Fábrica no BrasilA saída para voltar a crescer é apenas uma, construir uma fábrica no Brasil.
Com uma unidade em construção no País, a Kia poderia de imediato ficar isenta do
acréscimo do IPI bastando para isso apresentar um projeto com pelo menos 100 mil
unidades/ano. Esse volume permitiria a ela vender 25 mil carros importados sem
pagar os 30 pontos percentuais extras, dependendo do acordo que faria no
Inovar-Auto. Ou seja, metade do que importa hoje.
Como é uma marca de volume, a Kia facilmente poderia ter uma fábrica ainda
maior. Prova disso é que sua coligada,
a
Hyundai, construiu uma fábrica no interior de São Paulo que já opera quase no
limite, em torno de 180 mil veículos por ano, devido ao sucesso da
família HB20.
Conforme apurou o
iG, a Kia estuda atualmente essa fábrica
exclusiva que, caso venha a ser confirmada, será um investimento 100% da
empresa, sem compartilhamento com a Hyundai e nem mesmo a participação do
grupo Gandini, que atualmente representa a marca sul-coreana no
Brasil. No atual cenário, a decisão da fábrica não pode e não deve demorar a ser
tomada.