Land Rover muda: Evoque virá primeiro
Modelo da Range Rover passa à frente do Discovery Sport na fabricação em Itatiaia, RJ; preço será o mesmo do importado
Em processo de instalação da primeira filial industrial fora da Inglaterra, em Itatiaia, RJ, investindo R$ 750 milhões para implantar estrutura e iniciar montagem de produtos, Jaguar Land Rover anunciara como primeiro produto o Discovery Sport. Agora, a poucos meses da apresentação, mudou, anunciando que pioneiro será o Range Rover Evoque — seguido pelo Sport.
Procedimento curioso, pois se imaginava prontas listagem de equipamento necessário, individualização, encomendas na origem e no mercado interno, treinamento da equipe pioneira para absorver os detalhes do fazer na Inglaterra para depois disseminar os conhecimentos aos colegas locais.
Por que mudou? Gabriel Patini, 31, administrador, na JLR há 10 anos, passagens por Inglaterra e Rússia, hoje Diretor de Marketing e Produto, justifica pela mudança de prioridade da matriz. Os funcionários enviados para treinamento com o Sport foram surpreendidos com o redirecionamento do objeto e do treino, mudado para o Evoque. Razão da troca terá sido motivada pelas 20 mil vendas do Evoque, liderando vendas da marca no mercado brasileiro. Entende o executivo a mudança foi positiva, começando com o líder.
Quanto
Das curiosidades da legislação chamada Inovar-Auto, regras incentivando a instalação de fábricas locais em troca da isenção do pagamento do IPI adicionado em 30 pontos percentuais, está o preço final do produto feito no Brasil. Deveria ser mais barato pela não incidência do Imposto de Importação (35%) e do IPI expandido, mas não o será. A JLR anunciou, o Evoque começará a R$ 169 mil, exatamente o preço hoje cobrado pelos importados.
Outra característica é o processo produtivo. Sem índice mínimo de nacionalização, marca-se pelos poucos passos de acrescentar mão de obra e peças brasileiras. No caso, como praticam outras recentes montadoras, carroceria virá pronta, pintada, para montagem da mecânica e eletro-eletrônica na nova fábrica. Cinco versões, gasolina 2,0-litros, 240 cv e diesel, 2,2-litros e 190 cv, câmbio automático de nove marchas.
Mercedes Asa, o melhor da Autoclasica
Maior evento de automóveis antigos na América Latina, destacando-se pela raridade, qualidade e quantidade de veículos antigos, Autoclasica em sua 15ª. edição mostrou fórmula crescente de atração de público. Com crise ou sem, vésperas de eleições variadas, 50 mil pessoas passaram pela bilheteria, lá deixando 120 pesos/dia — R$ 30 se pelo câmbio paralelo, o Blue.
Vencedor do título mais disputado, o Best of Show, foi Mercedes-Benz 300 SL de 1955, o Gull Wing, traduzido universalmente. Aqui é Asa de Gaivota para lembrar o insólito abrir as portas para cima. Carro de corrida contido ao andar na rua. Restauração sem concessões em cinza próximo ao original — original banido por utilizar chumbo em sua fórmula. Rodas em liga leve, restauração sem melhorias ou concessões.
Em motos, inglesa Brough Superior 11/50 de 1.000 cm³ de 1948. Premiação pela FIVA, Cadillac de 1927, veículo sem restauração, festejando a originalidade, equivalência ao prêmio Pátina do Tempo, iniciativa do Carro do Brasil, evento brasiliense pioneiro no reconhecimento da importância aos veículos mantendo a originalidade de suas características. Depois do evento nacional, o Pebble Beach Concours d’Elegance e a FIVA adotaram o critério.
Premiação com critério FIVA, sem concessões de originalidade, nada dúctil com amizades e influências paralelas, prestigia os vencedores. Um, de merecimento especial, o Torino 380W um dos três participantes da Missión Argentina, ida oficial à 84 Horas de Nürburgring, moedor mecânico em forma de corridas. O Torino foi desclassificado por firulas regimentais, apesar de ter dado voltas de vantagem sobre o segundo lugar.
Nas alamedas asfaltadas ou no verde do Hipódromo de San Isidro, 600 veículos e 300 motos, cujo crescimento definiu espaço próprio, o Barrio de las Motos, e sólida participação na feira de peças, em sua subdivisão Autojumble. E das atrações especiais, o Grand Prix Junior, corridinha destinada a crianças entre 4 e 6 anos, em carrinhos a pedal, uma sedução ao antigomobilismo.
Feira de peças em expansão de expositores e artigos, em inacreditável variedade, como um balcão de carburadores em latão — coisa da primeira década —, idem para lanternas, faróis e magnetos. Preços elevados no salve-se quem puder econômico que há anos grassa na Argentina, onde a poupança em dólar é esporte nacional. Caras, porém raras, sugeria justificativa principal às aquisições. Advogado brasiliense Marco Conforto era sorrisos com jogo de bandas brancas e reparo de embreagem para vetusta Lambretta. Curador do Museu Nacional do Automóvel exercitou habilidades levantinas no reduzir preços e adquirir par de lanternas dianteiras e tampa de combustível para Willys Knight, impossíveis de localização no Brasil.
Vou à Autoclasica há uns 10 anos e mantenho meu conceito como o mais importante dentre tais eventos na América do Sul, fórmula não aplicável no Brasil. A meu ver faltaram atrações maiores, mesmo considerando regra do evento em repetir presenças. Peças em feira caras, pois o aluguel cobrado por área de piso, tenda e mesas de exposição desbalancearam os preços. Vale a pena? Continuo acreditando. RN
Roda a Roda
Recorde – Mercedes-Benz vendeu 12.719 unidades de modelos importados, capturando liderança do segmento premium. Mais demandado é sedã Classe C, renovado há um ano, e próximo produto industrial de Iracemápolis, SP.
Bandeira – O mais emblemático Ford no campo do alto desempenho volta em 3ª. edição. É o Ford GT. Criado em 1964 para bater os Ferraris — e o fez vencendo três vezes seguidas na massacrante 24 Horas de Le Mans —, reeditado em 4.000 unidades entre 2005 e 2006, volta agora.
Como – Serão inicialmente 200 exemplares: 100 para os EUA, outros ao resto do mundo. Em fibra de carbono em toda a carroceria, incluindo a estrutura dos bancos — são fixos, com ajustagem elétrica na coluna de direção e pedais, como no La Ferrari. Linhas inspiradas no mito e mecânica comportada: motor V6, 3,5 litros, turbo, 600 cv.
Aja – Se a fim, mexa-se. Não bastarão US$ para comprá-lo. Para valorizar o produto, a Ford recebe inscrições e pede um currículo do interessado. Pesarão identidade e interesse por veículos e, em especial, ligações com a marca.
Disparidade – Fosse no tempo do Stanislau Ponte Preta, lendário personagem do jornalista Sérgio Porto, dir-se-ia, nos EUA a questão das emissões poluentes pelos motores VW a diesel gerou edição do Samba do Crioulo Doido. Advogados e executivos da empresa terão muito trabalho para ordenar, separar, contestar ou compor, tal a variedade de demandas e valores.
O tal – Ações têm sido propostas nos 45 estados e na capital, Washington, DC, por caminhos os mais diversos: multa por poluição antiga, nova, por circular, multa por entregar produto com especificação diversa, multa em nome do estado, em nome dos consumidores. Confusão invejável para gabaritar. Exemplo: o Estado do Texas, por seu procurador geral, ajuizou pedidos para restituição aos clientes dos valores pagos na aquisição dos veículos e de multa a ser paga pelo fabricante. Em paralelo, multa diária de US$ 50 a US$ 25 mil por unidade colocada em uso — tal utilização é pelos consumidores, pois a venda de unidades 0Km está vedada. Evidentemente não indagou aos consumidores se querem devolver os carros ou ficar com eles se corrigidos.
Quanto? – Nesta seara, revista Consumer Report “corrigiu” a parte eletrônica da injeção aferindo, nos veículos agora não poluentes, diferença de comportamento. É mínima: 0,6 segundo mais para acelerar de 0 a 96 km/h. Em consumo, mais 9%, de 22 km/l para pouco mais de 20 km/l. No recente motor EA-288, diferenças menores: 0,1 s em aceleração aos 96 km/h e aumento de consumo em 5%. Nos motores novos, correção é troca de chip e nos antigos, da central eletrônica. Informação deve reduzir fluxo de troca de pós-correção.
Ajuda – Polêmico, brilhante, jornalista inglês Jeremy “Top Gear” Clarkson entende que razão das acusações de poluição pelo diesel está nas teses ecológicas pregando as vantagens de seu uso sobre a gasolina, promovendo seu uso, nivelando vendas de carros com motores a gasolina e diesel. E lembra, 60% das emissões de NOx vêm do homem e 40% restantes de caminhões e ônibus.
Fora – Multinacional do ônibus, a Marcopolo fechou contrato para exportar 32 ônibus Viaggio 900 para o deslocamento da Royal Oman Police — a tropa de elite do governo, responsável pela segurança do Sultão. Produto refinado, 45 poltronas em couro. Mecânica Mercedes-Benz OC 500 RS 1836.
Expansão – DS, nova marca surgida pela mudança de condução na PSA Peugeot Citroën, inaugurou primeira loja em solo árabe, em Túnis, Tunísia. Rede DS tem hoje 101 lojas DS, 81 DS Salon e 20 DS World Standard.
Mais – Não é apenas espaço de expor e vender carros, mas de apresentar o universo DS, pretensiosamente a marca mais refinada da França, com 250 m² decorados em madeira laqueada, ênfase em moda, glamour e design franceses.
Outros – Crise não é freio para projetos de multinacionais. Nas bordas de Curitiba, PR, Audi aplicou-se em investimentos na fábrica ali existente do Grupo Volkswagen e iniciou produzir o A3 Sedan com motor 1,4 TFSI, seu primeiro flexível em todo o mundo, feito em São Carlos, SP. Também monta o 2,0-litros turbo substituindo o 1,8 ainda à venda. Início do ano, vez do utilitário esporte Q3.
Razão – Implantando-se aqui Audi pretende manter a posição entre as marcas premium. Na prática, estar embolada com BMW, Mercedes e possivelmente Land Rover na liderança do topo do mercado.
Mini – Mais ao Sul, na pequena Araquari, SC, na fábrica da BMW, sua associada Mini iniciou montar o modelo Countryman em versões Top e ALL4 — com tração nas quatro rodas. É o quinto produto em montagem. O modelo é primeiro cinco-portas da marca e se autoclassifica como irreverente e versátil. Tem tração dianteira e motor 1,6 turbo,. 184 cv.
Incógnita – Custam R$ 144 mil a versão Top e R$ 150 mil na versão ALL4 — é a menor diferença no Brasil entre trações. Porém, apesar de ser feito no Brasil, com menores custos de mão de obra, não pagamento dos 35% do imposto de importação, tem preço igual aos importados, ainda à venda.
Sem brincadeira – Mês da criança, Renault montou promoção interessante: se ao momento da compra houver a doação de um brinquedo, cliente pode financiar com taxa zero e ganha bônus entre R$ 500 e R$ 1.500. Brinquedos serão doados a associações apoiadas pela Renault.
Negócio – Mercedes-Benz e Anamaco, associação nacional dos comerciantes de material de construção, assinaram acordo: até o final de 2018 a fabricante de caminhões disponibilizará seu leque de produtos com preço reduzido. Tem o maior portfólio no setor, e a Anamaco os reconhece como os mais resistentes.
Alerta – Análise encomendada pela NGK de velas indicou a presença de óxido de ferro na gasolina. Contaminante avermelhado se agrega à ponta ignífera das velas, sensores de oxigênio e catalisador. Na prática causa perda de potência, dificuldades de funcionar, gasto de combustível, aumento da poluição.
Causa – Origem desconhecida, mas possivelmente fomentada pela confessa ausência de fiscalização da Agência Nacional do Petróleo — cujo serviço está cobrado no combustível. (COMENTÁRIOS: SÓ PARA COMPLEMENTAR, O BRASIL, O ESTADO BRASILEIRO ESTÁ DEVENDO US$ 18,5 MILHÕES PARA A OEA, US$ 250 MILHÕES PARA A ONU, JÁ COM REFLEXOS NA REPRESENTATIVIDADE DO PAÍS - VOCÊ OUVIRIA, APOIARIA OU DARIA ESPAÇO A QUEM DEVE? - FORA R$ 3 MILHÕES PARA A ENTIDADE QUE CONGREGA OS PRODUTORES DE CAFÉ MUNDO AFORA, INCOMPETÊNCIA TOTAL QUE ESTÁ SE REFLETINDO UMA IMAGEM DE REPÚBLICA DE BANANAS FALIDA PARA O BRASIL)
Meio ambiente – Fábrica da FCA para produtos Fiat em Betim, MG, ganhou novos prêmios em sustentabilidade pela Câmara de Comércio Americana/RJ. Empresa conseguiu reusar 99% de água aplicada ao processo industrial — neste ano quer 99,4% — e entre 1994 e 2014 reduziu geração de resíduos em 51%.
Futuro – Município da Grande Porto Alegre, Canoas, RS, iniciou teste por 60 dias do primeiro carro elétrico da cidade. Veículo é chinês BYD. Uma das razões da análise é a autonomia, 300 km, dobro do concorrente Nissan Leaf.
Antigos – Goiânia, GO, instituiu o 5 de novembro como Dia do Antigomobilismo, por ações do Volks Clube de Goiás e patrocínio da vereadora Célia Valadão (PMDB).
Gente – Waldemar Verdi, 97, empresário, passou. Sólida referência na comercialização do país, desta fez base para muitos negócios: rede de revendas de veículos Mercedes e Toyota, banco, seguradora, leasing, o poderoso consórcio Rodobens, garantidor de boa parte do fluxo comercial dos caminhões Mercedes, e negócios na Argentina, incluindo a mítica revenda Fangio. / Fabrício Biondo, ex-VW e executivo da Peugeot, trabalho. Além das áreas de Marketing & Produto América Latina, agregou Comunicação & Relações Externas. Peugeot-Citroën em catarse depurativa. / Claudio Passerini, da Pirelli, promoção. DG América Latina, para pneus veículos de passageiros. Para comerciais, Dino Maggioni mandão geral: CEO para América Latina e Nafta — EUA, México e Canadá.
Vito, um Mercedes com benção do Papa
Mercedes-Benz Argentina iniciou fornecer ao seu maior cliente, o mercado brasileiro, sua novidade e de maior produção, o Vito. Veículo hábil para configurar transporte de passageiros e carga, situando-se em posição quase solitária na base do mercado e, por isto mesmo, com elevada expectativa de vendas, começou muito bem.
O fabricante adensou seu relacionamento com o Vaticano e o também argentino Papa Francisco, doando a primeira unidade, com devido autógrafo papal, à entidade Scholas Occurrentes, fundação internacional de Direito Pontifício voltada à integração e inclusão de crianças e adolescentes através do esporte, arte e tecnologia, inspirada pelo Papa Francisco, obra disseminada em 71 países. Crê-se, pelo supra valor de constituir-se na primeira unidade e implementada pelo endosso papal, o veículo seja sorteado ou leiloado para formar recursos.
No Brasil os Vitos acabam de desembarcar em versões de transporte de carga, com motorização diesel, 1,6-litro, turbo, 114 cv, e duas outras para 7+1 e 8+1 passageiros e, por imposição legal, motores flexíveis 2,0-litros, turbo, 184 cv. Vendas começam imediatamente através da rede Mercedes-Benz de veículos comerciais, previstas como sucesso de mercado. Para esta projeção soma-se estimado leque de clientes, e pelo fato de as versões flexíveis, separadas por decoração interna (a 7+1 emprega bancos em couro e maior dotação de conforto), até por dimensões contidas, permitem uso desde familiar até condução para receptivo de hotéis e restaurantes, podendo ser conduzida por motoristas com habilitação “B”, para automóveis.
Foto: Papa autografa o primeiro Vito