Sedã esportivo, o Mercedes-AMG C63 S
Publicado em 28/mai/2015 em De Carro por Aí
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De Carro por Aí
Motor V8 biturbo de 510 cv transforma o luxuoso quatro-portas em
veículo com desempenho e dinâmica de esportivos sérios
Pode-se dizer, o Mercedes-AMG C63 S é o melhor dos mundos ao combinar características aparentemente inconciliáveis e distantes: habilidades receptivas de sedã em três volumes e a determinação dinâmica de esportivos sérios.
Mercedes-AMG C 63 S 01Para entender, decupando, Mercedes fabrica a casca básica de sua família Classe C, o degrau inicial de quem gosta de tração traseira; AMG, empresa associada, desenvolvedora da mecânica forte e performática, por uso de porcas, parafusos e metais corretos, mais enorme parafernália eletrônica; 63 indica o motor V8 de 4,0 litros e 510 cv, com dois turbos alojados no vale entre os cabeçotes. O S aponta a versão superior (sem a letra são 470 cv, mas não é oferecido no Brasil).
Na prática, um sedã e suas habilidades com o rendimento de esportivo: 0 a 100 km/h em 4 segundos e velocidade final cortada a 290 km/h. É o novo motor de topo da Mercedes, criado a partir de uma folha — ou uma tela — em branco para conter cilindrada, reduzir peso, consumo, emissões e obter elevada potência. O 63 indicado vem daí, com rendimento assemelhado ao antigo motor V8 aspirado com 6,2 litros, a que a marca chamava de 6.3.
Como é
Muito alumínio, pirotecnia em aços nobres, puros, mesclados, estampados a frio ou a quente, dependendo do local de aplicação, e muita eletrônica para tornar condução segura a pessoas comuns. Amplos detalhes: injeção piezelétrica forma a mistura ar-combustível e injeção por aspersão; segundo radiador na caixa de roda para resfriar o calor gerado pela produção de tantos cavalos de força.
Muitos itens mais, entretanto o gestor de capital apto a desembolsar uns R$ 536 mil — equivalendo a US$ 210 mil pelo mercediano dólar cotado a R$ 2,60 — não terá paciência para listar todos os detalhes, ou medir o retorno performático ao investimento. Quererá estar no Mercedes, apto a igualar ou superar suas demandas em acelerar, curvar, frear. E sentir a ambiência, como o som do motor, dependendo do modo de transmissão. Na parte conforto, coxins dinâmicos para o motor, novidade vinda do esportivo AMG-GT. Eles mudam a rigidez dependendo das condições de rodagem e do estilo de condução. Gostará disto e de ter sob controle o motor com assinatura autoral do engenheiro montador.
Mercedes-AMG C 63 S 03Presa ao motor, caixa de câmbio esportiva Speedshift, com sete marchas. Permite quatro modos de condução — Comfort, Sport, Sport+ e Race —, definindo o momento da troca das marchas, se o motorista está a fim de transporte confortável ou se vai pedir brio à cavalada. Nos modos Sport+ e Race é mais rápida nas trocas. Na parte inferior, outra mudança é a regulagem da suspensão rica em alumínio em três níveis.
Os modos de câmbio definem não só o momento de troca das marchas, mas as características de dirigibilidade do veículo. O conjunto ainda bonifica os adeptos da arrancada na luz verde — ou sair da cabine de pedágio. Nesta hora, chamado à função Race Start, por si só aumenta as rotações da marcha-lenta à espera do motorista aliviar o pé esquerdo do pedal do freio e apertar o acelerador com vontade, praticando arrancada para louvar-se e impressionar olhos e ouvidos alheios.
Pé esquerdo no freio? Sim, apesar da opinião contrária de alguns instrutores de autoescolas, certo é usá-lo para frear e o direito para acelerar.
Na complementação do pacote, freios de competição, amortecedores com ingerência eletrônica e bloqueio no diferencial, impedindo o patinar das rodas de aro 19 polegadas. Pneus diferem: 245/35 frontais e 265/35 atrás. Versão superior da família C se identifica por caixas de rodas, aplicação de bitolas maiores, capô em alumínio, em desenho para sugerir dinamismo. Dentro, cuidados como couro natural. Enfim, um pacote amplo em conteúdo e apto a conferir dupla personalidade.
Mais Golf, agora a Variant
Volkswagen estudou vendas e mercado, descobrindo-se como única não participante do segmento de utilitários esporte e que-tais — salvo pelo Tiguan, de faixa de preço bem superior à dos nacionais. E constatado ter dormido no ponto, sem investir em produto com tal morfologia, ora tão demandada no Brasil, resolveu capitalizar para si como a única marca oferecendo uma station, uma camioneta, perua no dizer paulista.
Volkswagen Golf VariantA disponibilidade da fábrica mexicana de Pueblo, onde faz o Golf a nós exportado, juntou o apetite à vontade de comer. Motor 1,4 do Golf, em alumínio, 140 cv, injeção direta de gasolina, 16 válvulas, comandos variáveis e turboalimentador. Tem formidável torque de 25,5 m.kgf a partir de 1.500 rpm. Câmbio DSG com duas embreagens, sete marchas.
Peso não atrapalha? O raciocínio lógico do sobrepeso da carroceria de station relativamente à do hatch procede, mas os dados físicos discrepam. Pesa mais 119 kg, entretanto permite acelerar de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos — contra 8,5 s para o Golf. Velocidade final levemente reduzida: reais 205 km/h (Golf, mais 7 km/h). É agradável, muito, de conduzi-la, harmônico à proposta de veículo familiar.
No pacote segurança, sete bolsas infláveis e controles de tração e estabilidade, e na parte conforto, ar-condicionado com difusor traseiro, sensores de estacionamento à frente e atrás, tela multimídia sensível ao toque, assistente de partida em rampa. Duas versões e meia dúzia de subversões. Preços abrem em R$ 87.490 da básica Comfortline com os equipamentos listados. Primeiro nível de opções, pacote Elegance, a R$ 4.500. Se a fim de incremento, conta acelera: sistema de entretenimento, R$ 3.390; teto solar, R$ 5.300.
VW entende vender neste ano entre 2.000 e 2.500 unidades — parece razoável pela enorme rede de revendedores, significa entre 3 e 4 unidades/revenda ao mês, nada impossível pela construção, composição e exclusividade. O termômetro de aceitação indicará sua produção ou não no Brasil, complementando a linha industrial do Golf a ser produzido no segundo semestre em São José dos Pinhais, PR.
Renault Kwid 01 Fiat Aegea 02
Novidades, o Kwid e o Aegea
Renault e Fiat — de fora do país — mostraram na Índia os futuros produtos nacionais. Renault, o Kwid (quid em latim, significa o que), substituto do cansado Clio. Será o produto de entrada na marca para o hemisfério sul: menos de 4 m de comprimento e a boa novidade da troca de motores por gerações atualizadas, incluindo novo engenho 1,0-litro de três cilindros e turbo.
Novidade Fiat é o sempre comentado substituto do Linea. No caso, utiliza a mesma plataforma do Jeep Renegade e próximo picape e é tratado como Aegea — nome latino designador do mar entre a Grécia e a Turquia, o Egeu. Foi apresentado para produção na Turquia e vendas em novembro. Família terá station e hatch — utilitário esporte, não. Quem cumpre esta função é o Fiat 500X, similar do Renegade. Pelo fato de tal plataforma ser construída em Pernambuco, sopra a possibilidade de sua produção no país.
Roda a Roda
Defeito – Departamento de Justiça dos EUA definiu, houve crime e maus procedimentos de recall por ex-empregados na GM com relação aos defeitos nos cilindros de ignição, responsáveis por desligar os veículos da marca e anular equipamentos de segurança.
Caminho – GM, instada, havia criado fundo para indenizações, projetando terem sido 13 mortos. Investigações mostraram foram, até agora, 104. Empresa deve fazer um acordo de indenização global superior ao US$ 1,2 bilhão pago pela Toyota pelo defeito de súbita aceleração de seus produtos.
Piscou – Sete anos de pressão pelo órgão estadunidense de segurança viária, o NHTSA, e a Takata Corp, fabricante de bolsas de ar, reconheceu, ao menos 34 milhões destes equipamentos contêm defeito de fábrica. Takata negava responsabilidade. Questão lembrava os Toyotas acelerando por conta própria: havia o evento, mas desconheciam-se as causas. Mas começa com monumental recall.
Recomeço – Dia 24 Alfa Romeo anunciará seus planos para o futuro, incluindo novos produtos e volta à tração traseira. Na festa de 105 anos da marca, para mostrar o projeto como iniciativa séria, reabrirá o Museu em Arese, fechado e criticado ante a notícia da venda do acervo para fazer recursos.
Patamar – Novo produto, em protótipo chamado Giulia, será sedã concorrente com Mercedes Classe C, BMW Série 3, novo Jaguar XE e Audi A4. Com este alemão quer identificar-se, aprimorando produto, linha de produção e mão de obra.
Festa – Chinesa Lifan comemora dois anos de vendas do utilitário esporte X60, montado no Uruguai. Faz balanço e pela venda de quase 8 mil unidades, crê ter-se tornado referência como carro chinês; consequência de mudança comportamental no país, com o fim da fidelidade às marcas.
Surpresa – A visita de Li Kegiang, Primeiro Ministro da China ao Brasil, foi o Parto da Montanha. Pelos rumores e tremores esperavam-se enormes surpresas, capazes de captar investimentos hoje impossíveis ao país.
Transporte – Aguardava-se assinatura para construir linha férrea ligando Atlântico ao Pacífico — não acontecida. Idem, nova fábrica de caminhões em Pouso Alegre, MG; ações para a liberação do empréstimo baiano para a chinesa JAC; e anúncio de atividade industrial conjunta entre chinesas Chery e Lifan.
Produto – Prática resumiu-se à criação de Polo Industrial em Jacareí, SP, onde está a Chery, 25 empresas instaladas, US$ 700 milhões em investimentos. Doze produtoras de autopeças, cinco afiliadas, duas sistemistas.
Martelo – Volkswagen decidiu: o Up com motor 1,0 turbo chamar-se-á 1.0 TSI — nada de GT, RS ou TS como imaginado. Segundo semestre e com jeito de ser a coisa mais divertida do mercado.
Festão – Mercedes promoveu festa dinâmica no belo e correto autódromo Velo Cittá, em Mogi Guaçu, SP. Levou família AMG, fez seriadas apresentações à imprensa, vendedores dos concessionários, e arrematou com um Ladies Day mesclando apresentação dos produtos e aula de direção. Público feminino, maior componente decisório, foi chamado para entender os muitos algo mais dos AMG.
Oportunidade – Na arrancada capitaneada pela Anfavea, a associação dos fabricantes de automóveis, buscando seduzir os 240 mil detentores de carta de crédito em consórcio, a materializar a conta, Mercedes oferece caminhões a preço de fábrica até 15 de junho, assim como usados.
Caminho – Nissan, mais recente das fábricas locais, aderiu cautelosamente: descontos entre R$ 500 e R$ 1.000 ao cliente trocando a carta de crédito por March, Versa, Sentra ou picape. Deixou a dúvida: R$ 500 ou R$ 1.000 fazem cliente decidir? Outras marcas não oferecem mais? Tais quantias em relação ao preço de um picape não é uma merreca?
Promoção – Mitsubishi instiga nova campanha “Pajero. One million views. One car”. Até 18 de junho internautas deverão postar fotos pelo Instagram respondendo à questão: o que você gostaria de ver da janela do seu Pajero? Autor da melhor foto poderá focar outras: Mitsubishi cederá Pajero para viagem à Cordilheira dos Andes e deserto argentino.
Ford Modelo THistória – 25 de maio finalizou produção do automóvel mais importante do mundo, o Ford Modelo T. Em 1927 Henry Ford e seu filho Edsel conduziram a unidade 15-milhões para fora da fábrica — a produção continuou até acabar o estoque de peças para cada umas montadoras espalhadas mundo afora.
Fórmula – Era desengonçado em sua peculiar transmissão, duas marchas trocadas pelos pedais; ignição atrapalhada por comutador, vibradores e bobinas, mas motorizou o homem e a América. Vendia, sozinho, até 1925, dois terços da produção estadunidense. Preço decrescia pela economia de escala, e chegou a US$ 290 — uns atuais US$ 15 mil.
Em torno – Motorizou a América, criou gerações de compradores e o mercado de venda dos usados — era melhor vender o carro de pneus carecas e comprar um novo —, fazendo daí monumental disponibilidade para carros de corridas.
Tempo – O pesado bloco em ferro — primeiro fundido com cilindros incorporados — deslocava quase 3.000 cm³ e produzia 20 cv a 1.400 rpm. Criou o fordismo como filosofia de construção, implantou a linha de montagem, e bateu recorde nunca igualado no monumental processo vertical da Ford. Em quatro dias o minério de ferro extraído das minas da companhia se transformava em automóvel funcionando, colocado em prancha ferroviária — e faturado à rede! Tipo da pedra ao dólar em 96 horas.
Gente – Cledorvino Belini, 65, paulistano, presidente da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) América Latina, prêmio. Executivo de Valor, o melhor gestor no setor de veículos e peças. Escolha do jornal Valor Econômico. / Antonino Labate, italiano, executivo, mudança. À hora de se aposentar após 30 anos em Fiat e Abarth, mudou para a Ducati. Tomará conta de operação Brasil. Ducati, de motos, é marca Volkswagen.
FONTE: http://bestcars.uol.com.br/bc/informe-se/colunas/de-carro-por-ai/seda-esportivo-o-mercedes-amg-c63-s/