Opinião
15-07-13 | Texto: Roberto Nasser | Foto: Divulgação e Daniel Magri[url=javascript:history.back();]Voltar[/url]
Novo Golf será o primeiro VW “global” da nova gama a ser feito no Brasil
Estratégia da marca é tornar globais todos os modelos vendidos aqui. Up! chega este ano
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Uma sequencia de reuniões na Alemanha estudam condições industriais, de mercado, cálculos e projeções de crescimento, capacidade de consumo interno e externo para definir ampliação das atividades da Volkswagen no Brasil.
Na prática as reuniões buscam definir o futuro olhando o mercado europeu cair em vendas, patinar na recuperação e, somente no distante 2017 imagina voltar às vendas iguais a 2009. Idem para o Estados Unidos. Nesta década perdida os novos mercados emergentes instigam decisões e investimentos em fábricas novas ou ampliação de capacidade industrial para colher bons resultados na China, na Rússia, Brasil, Índia, África do Sul, México.
Golf, AudiO que busca a Volkswagen do Brasil é voltar ao clima de atualização de produtos fugazmente desfrutado em 1998 quando inaugurou a fábrica de Pinhais e dela extraia atualizados Golf e Audi. O Golf continua em homeopática produção, mas o Audi e seu modelo A3 se foram pela baixa escala de vendas.
Agora, mudadas condições e mercados mundiais, os níveis de lucratividade brasileira são tão volumosos quanto desejados, a disputa local permitiu chegada de montadoras japonesas, coreanas e, até, quem diria, chinesas. Resultado, as pioneiras, antes detentoras de mais de 80% do mercado, caíram a menos de 70% - e o descenso as empurra para abrir espaço às chegantes.
Os encontros advém de decisão maior, como a
Coluna contou em outubro passado: a VW do Brasil acabará com a carreira
solo, de produtos exclusivos e peculiares, como Gol e Fox, frutos de seu rentável isolacionismo, e falará a linguagem industrial e comercial da empresa no mundo: produtos com mecânica padrão e eventuais diferenças estéticas, formando o mandatório tecido da marca, juntando seus produtos para atuar globalmente.
A decisão a ser efetivada é o varejo da filosofia e significará, por questão industrial e demanda comercial, a construção de dois produtos. No Golf sairá a Geração 4, substituída pela atual a 7ª. A reboque, pela disponibilidade da nova plataforma, voltará o Audi.
Guarda chuvaOnde entra simplório Guarda Chuvas numa operação de automóveis?A imagem explica. É instrumento de agregação e proteção, e exibe como será a operação da Volkswagen do Brasil pós decisão. Havendo, a empresa tomará ares de
holding, face de grupo, com todas as marcas por ela controladas – e a VW é poderosa no pedaço -, terá sob a mesma condução, liderança e proteção todas as operações industriais e comerciais de veículos diversos como caminhões Scania, produção e importações da Volkswagen no Mercosul e distribuição sul americana, Audi, as importações de Porsche, Lamborghini, Bentley e, até, em outro extremo, produção manauara e distribuição pela América Latina das motos Ducati.
Raciocínio é, com controle central e direção apontada, acabarão as distorções pontuais que refreiam a operação da marca como grupo: a pífia presença da Audi, e a criticada operação Porsche, com desmesurados lucros ao importador, em lugar de preços menores, lucros proporcionais, - e vendas maiores, interesse da VW.
Exceto por fator externo – como ocorreu há alguns anos e a VW mundial criou agradável cargo na Argentina para um ex-premier da Áustria -, o líder da
holding deve ser o alemão nacionalizado, administrador, 49, presidente da VW na América Latina Thomas Schmall.
Anfavea quer Brasil híbrido e ligadoA Associação dos fabricantes de veículos, por seu novo presidente Luiz Moan, protocolou proposta no Governo Federal: reconhecimento de novas tecnologias –
motor flex + elétrico; elétrico auto carregável por motor flex; totalmente elétrico; por célula de combustível.O documento, consenso entre as 40 associadas da entidade, visa iniciar convívio com novos produtos e caminhos, permitindo importar veículos, absorver tecnologia e aplicá-la em futuros nacionais. Parametriza o negócio com os conceitos e prazos do projeto
Inovar-Auto, que vai até 2017 e barra, por inviabilidade tributária, importações às marcas sem operação industrial local.
Hoje o elétrico mais disseminado no mundo é o Renault-Nissan, aqui restrito. Em concessionários, disponíveis, híbridos Ford Fusion, Mercedes e BMW.
Respostas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, enfeixando interesses de várias áreas.
Roda-a-RodaCrescendo – Fiat exercitou direito e adquiriu mais 3,3% das ações da Chrysler, nas mãos do fundo VEBA, de seguridade dos funcionários da marca, ligado ao sindicato dos metalúrgicos de lá. Soma agora 68,5%. A empresa italiana tem opção de compra e ofereceu antecipar a adquirir os 6,5% de ações faltantes para completar 75% da Chrysler.
Adiamento – A Fiat desacelerou planos de retornar com a marca Alfa ao Brasil.
“Há muito interesse, mas não há definição”, disse-me executivo grado que transita pelo corredor da diretoria.
Quando - Alfa deverá ser um dos produtos da nova fábrica em Pernambuco, e a presunção é importar para aumentar a circulação da marca, pré produção. Oficiosamente outubro seria mês de anúncio. Agora, etéreo depois.
Quem ? – informação na Internet garante, a Caltabiano, rede multi marca, incluindo Chrysler, estaria organizando pré lista de interessados em adquirir Alfa Romeo. Os italianos serão distribuídos pela ex-norte americana e agora controlada pela Fiat.
Estou fora - Contatada, a empresa declinou da informação. Anota o nome de possíveis compradores, para possível contato em possível volta.
A Fiat confirma: não há operação em curso, e se a Caltabiano importar, será operação independente. A Caltabiano se exclui da coragem.
Mais um – Fábrica Nissan em construção em Resende, RJ, tem segundo produto anunciado: o Versa. O sedã utiliza a plataforma do pioneiro produto da instalação, o March.
Continua - Outros usuários da base comum poderão estar na mesma cadeia industrial, como o novo Renault Clio. Cronograma 2014 indica March no primeiro semestre e Versa no segundo. Empreendimento para 200 mil unidades ano. Nissan pretende 5% do mercado em 2016.
Enfim – Coisas do Brasil, 16 anos após prevista no Código de Trânsito Brasileiro, o Contran, Conselho Nacional de Trânsito, fez valer o texto legal permitindo aos motoristas sem multas no ano anterior, transformar eventual multas leves ou médias em advertência por escrito.
Perdeu - Vale desde o 1º. de julho pela Resolução 404/2012 e o multado deve recorrer ao diretor do Detran, a quem cabe decidir. Óbvia a força da exclusiva filosofia arrecadadora dos Detrans, postergando a regulamentação da medida pró contribuinte. Quem pagou, pagou, e fica por isto mesmo. A omissão beneficia os governos.
Fim – Acabou o picape Ford Courier. Baixa demanda por feição de trabalho, necessidade de espaço na linha de produção e uso de plataforma solitária.
Antigos – Novo episódio de
Mundo Museu será exibido pelo canal
+Globosat, terça, 23, às 21h. Mostrará o portentoso e didático Museu Mercedes-Benz, em Stuttgart, Alemanha, onde exibe toda a evolução das marcas criadas pelos pioneiros Gottlieb Daimler e Carl Benz. No Museu está o Daimler especificado por Emil Jellinek, e que se transformou na marca Mercedes.
Mundo Museu é co produção do +Globosat, que do ramo também exibe o programa
Oficina Motor.
[b class="vermelho-padrao size-12"]Roberto Nasser[/b]
Residente em Brasília, é advogado, especializado em indústria automobilística. Dentre suas ações de utilidade social se destacam a defesa para a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança e as propostas da criação da categoria do veículo de coleção, da dispensa de equipamentos modernos pelos carros antigos, da mudança de óptica sobre os colecionadores, da permissão de importação de veículos antigos, além da criação do Museu do Automóvel, na Capital Federal, do qual é curador. Escreve sobre automóveis semanal e ininterruptamente há 41 anos e trata este ofício como diversão e lazer. Sua coluna “De Carro por Aí” é publicada em 15 mídias.