Para virar 'gente grande', Mitsubishi amplia fábrica no Brasil
Marca japonesa deverá produzir 100 mil carros no País a partir de 2015 assim que o sedã médio Lancer concluir projeto Anhanguera II
Ricardo Meier |
18/6/2013 14:37
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Texto:
A cidade, com seus quase 100 mil habitantes e poucos sinais de riqueza, não dá indícios que ela esteja lá; o porto mais próximo, distante cerca de 600 km, e a estrada tortuosa e esburacada que a liga ao estado de São Paulo, tornam a hipótese mais improvável ainda. Mas, sim, existe uma fábrica de automóveis em Catalão, município que é o 3º maior PIB de Goiás.
A
Mitsubishi está instalada na cidade desde 1998 e, com investimento nacional do grupo
Souza Ramos, deve chegar a 2015 com capacidade para produzir 100 mil veículos, que vão da picape
L200 (primeiro produto da marca a ser nacionalizado) ao
sedã Lancer.
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Murilo Mattos/Mitsubishi
Robô faz parte das soldas da carroceria: modernidade na linha
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Tudo isso mesmo com as dificuldades inerentes a um projeto de optar por sair dos grandes centros industriais do País. A fábrica brasileira da Mitsubishi é uma espécie de “franquia” da montadora japonesa. A empresa MMC, apesar da sigla, não tem um único centavo da “matriz”, apenas a licença de comercialização e produção de alguns modelos.
O que parecia ser uma ação secundária para a Mitsubishi se transformou em um dos seus mais promissores mercados mundiais. E tudo mudou com a implantação do projeto Anhanguera II a partir de 2010 e que prevê R$ 1,1 bilhão de investimentos.
Gigante da pinturaO
iG conheceu a unidade de Catalão na semana passada e pode comprovar se tratar de uma fábrica um tanto diferente de outras já visitadas em território nacional ou mesmo no exterior. Em plena ampliação, a fábrica mescla galpões empoeirados e linhas de montagem simples com estruturas que não devem nada a outras plantas como na linha do novo
ASX, que conta até com robôs em parte dos processos.
Mas o que impressiona mesmo é o novo prédio de pintura, processo que é considerado o gargalo atual da fábrica. Com uma altura de pelo menos 30 metros e três andares, a estrutura está sendo construída para entrar em operação até julho de 2014 com um sistema automatizado de pintura e capacidade para até 130 mil veículos por ano, portanto, acima da capacidade da fábrica nos próximos anos.
“Não reparem na bagunça”, se antecipou Robert Rittscher, o presidente da empresa no Brasil. “Estamos trabalhando em várias frentes e a aparência da fábrica ainda está devendo”, explicou. De fato, todo o terreno lembra um canteiro de obras e que deve continuar assim por mais tempo. A ideia é que os principais fornecedores se instalem perto da unidade, algo que hoje praticamente não acontece. As peças da carroceria, por exemplo, vêm de Monte Alegre, em Minas Gerais, onde uma subsidiária da Usiminas faz a estampagem de portas, assoalho, capôs e outros elementos.
Muita coisa, no entanto, ainda vem do exterior. A fábrica de motores, recentemente aberta, apenas monta os kits enviados do Japão, mas esse panorama deve mudar aos poucos para atender os requisitos do
programa Inovar Auto. Um dos próximos passos será ambicioso, construir um novo prédio para instalar o setor de engenharia da empresa em Catalão – hoje o contingente de engenheiros e técnicos se divide entre a cidade e São Paulo, onde fica a sede da Mitsubishi.
Tiro no alvoA Mitsubishi entra a partir do segundo semestre na fase mais complexa dos seus mais de 20 anos no Brasil. Com o início da produção do
ASX no País, a marca passa a lidar com um produto bem mais sofisticado que traz mais eletrônica que qualquer outro da sua linha nacional – o Lancer deve se beneficiar desse aprendizado no ano que vem.
Veja também: avaliação do Mitsubishi ASX importadoO maior desafio, no entanto, vem do fato de a Mitsubishi passar a buscar clientes fora da sua zona de atuação hoje. Picapes e SUVs 4x4 já foram bem trabalhados pela marca nos últimos anos e mantêm seu público cativo. O ASX e o Lancer, não. São modelos com apelo urbano, apesar de algumas familiaridades com os veículos todo-terreno.
Questionada sobre a boa aceitação de ambos mesmo nas versões importadas, os executivos da marca não titubearam: “nossa imagem de aventura e liberdade tem trazido gente que admira a marca, mas não via um produto com sua cara”, explicou Fernando Julianelli, diretor de marketing da Mitsubishi. “Mas o bom resultado de vendas também vem de um trabalho em cima dos nossos clientes, que estão acostumados a ter um tratamento mais personalizado”, ressalta.
A empresa, no entanto, desconversa sobre uma futura fase III do projeto Anhanguera. Apesar de admitir que há espaço para ampliar a fábrica, Ritscher diz que as conversações sobre novos produtos ainda ocorrerá. Um dos passos naturais para crescer no Brasil seria a produção de um modelo compacto como o
Mirage, hatch que é vendido na Ásia, mas o volume de investimentos alto e a grande concorrência no segmento poderiam ser um empecilho. Nada que impeça, no entanto, que o próprio representante brasileiro projete um modelo local – a reestilização do TR4, feita pela equipe, é um bom exemplo da capacidade da empresa de Souza Ramos.
As vendas crescentes e a tenacidade da “filial” brasileira parecem ser suficientes para encarar qualquer desafio pela frente. Se depender deles, Catalão deve deixar a poeira apenas para os aventureiros de plantão.