Tudo sobre a linha Renault 2013por Gustavo Henrique Ruffo / Projeções: João Kleber Amaral - publicado na edição nº 56 (ago/2012)No Salão de Genebra, o braço romeno da
Renault,
a Dacia, anunciou, sem medo nenhum da antecipação, que mostraria a nova
geração de um de seus carros no Salão de Paris, que começa no final de
setembro. A surpresa é que eles não anunciaram o
Logan, como se esperava, mas sim o
Sandero.
Parte do mistério começou a ser desvendada com fotos dos modelos da
marca que começaram a circular no mês passado. A outra parte a gente vai
tratar de desvendar agora. Basta ver nossas projeções.
Chamada de X52, a segunda geração do
Logan deveria chegar em 2012, enquanto a do
Sandero ficaria mais para a frente, respeitando a ordem de chegada dos modelos.
Se a do hatch chega agora, isso se deve ao fato de os dois terem se
tornado o que eles deveriam ter sido desde o princípio: versões um do
outro. Trocando em miúdos, o
Logan será o sedã do
Sandero e o
Sandero, o hatch do
Logan. As imagens de segredo não deixam margem a dúvidas.
Logo depois que a primeira geração do sedã foi mostrada, em setembro
de 2004, houve vários flagrantes de um Logan sem porta-malas aparente.
Era apenas uma mula. O
Sandero, revelado primeiro no
Brasil, se mostrou um dos segredos mais bem guardados do mundo. Desta
vez, as duas versões do novo modelo rodam juntas e disfarçadas do mesmo
modo, o que mata a possibilidade de alguma delas servir só para testar
componentes. Até a versão
Stepway, do
Sandero,
já está rodando, o que indica que os modelos chegarão ao mercado
europeu simultaneamente ou com intervalos de tempo muito curtos entre um
e outro.
Com a mesma plataforma usada atualmente, a B0, a nova geração do
Logan/Sandero será considerada realmente nova pelo grau das mudanças que deve adotar.
O modelo se tornará mais sofisticado, com uma construção ainda barata,
para manter seu maior apelo (o baixo custo), mas com um pouco mais de
esmero. O entre-eixos dos dois modelos deve ser igual, ao contrário do
que ocorre hoje (Sandero e Logan têm 4 cm de diferença nesta medida), e o
Logan deve eliminar a travessa atrás do banco traseiro, que evita o rebatimento do encosto e impede que se amplie o espaço de carga.
Em termos de estilo, a influência da nova minivan da marca, a Lodgy,
desenvolvida no Brasil, se faz notar na grade dianteira e no formato dos
faróis. Por sorte, ele não é tão pesado quanto a identidade visual que a
Volkswagen adotou como sua. Falando na alemã, nota-se uma influência do
Gol atual, em breve antigo, nas lanternas traseiras tanto do sedã quanto do hatch.
Se você espera por grandes mudanças na motorização, não conseguirá nada nem se mudar de país, já que os novos
Sandero e Logan continuarão com os mesmos motores que usam atualmente. Na Europa, eles devem compartilhar com a
Lodgy algumas opções a diesel, ainda proibidas no Brasil para carros de
passeio, e o conhecido 1.6 que também usamos no País. Por aqui, tudo
continua igual.
PrioridadeO maior beneficiado com a mudança, como se pode ver, será o Logan,
que é considerado feio mesmo pelos maiores fãs de sua excelente relação
custo-benefício. Com estilo mais agradável, construção mais cuidada e o
mesmo apelo de preços baixos, o sedã deve ajudar a Renault a melhorar
suas vendas por aqui. Em um momento de crise na Europa, o Brasil deixou
de ser opção. Passou a ser prioridade.
Apresentado em 2009 na Europa, o
Fluence muda em
2012, respeitando o calendário para reestilizações de meia-vida. Sua
estreia será no Salão de Paris deste ano e as mudanças se restringirão à
dianteira e à traseira, com algumas melhorias internas, mais do que
bem-vindas (tomara que o navegador dê lugar a um sistema melhor). A
questão é que, apesar de ser um papa-comparativos, o
Fluence não caiu no gosto do consumidor brasileiro. Com isso, e apesar do
lançamento relativamente recente (final de 2010), pode contar que a
mudança vai aparecer também no modelo brasileiro. Possivelmente já em
2013, se é que a
Renault não vai aproveitar o Salão do Automóvel de São Paulo para apresentar a novidade.
Além disso, o
Fluence terá uma linha bem
diversificada para tentar atrair mais consumidores. A versão 1.6 16V já é
vendida a empresas e frotistas. Com a nova dianteira, é bem provável
que ela seja oferecida também ao consumidor final. Já a versão topo de
linha, a GT, que avaliamos nesta edição, dará ao carro um apelo
esportivo que certamente despertará a atenção para o modelo comum. Quem
sabe não é a nova identidade visual da
Renault o que falta para o carro finalmente vender o tanto que merece?
Fonte: Car and Driver