30/11/2011 - 18h00
Governo vai estimular nacionalização de automóveis importados, aponta ministro
Lourenço Canuto
Da Agência Brasil, em Brasília
O governo deverá publicar até o dia 15 de dezembro o segundo decreto do
ano para definir a criação de incentivos para a instalação de fábricas
de automóveis e estimular as indústrias que já estão produzindo no país.
A informação foi dada nesta quarta-feira (30) pelo ministro do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.
O anúncio foi feito durante a Confederação Nacional da Indústria
(CNI) da Conferência Américas + 10: Empresas e Empresários nas Américas
em 2022, na qual o ministro representou a presidente Dilma Rousseff.
Segundo Pimentel, a incidência do IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados) no setor automotivo, que atualmente é de 30%, vai aos
poucos ficar restrita aos produtos "importados".
De acordo com as regras estipuladas pelo governo, essa tributação será feita em duas frentes: 1. sobre as empresas que não promovem nacionalização dos produtos; 2. sobre as que não utilizam até 65% de partes produzidas no Mercosul.
As empresas que já estão instaladas e aquelas que vão implantar novas fábricas (como a chinesa JAC Motors, quer anunciou recentemente projeto de fábrica em Camaçari) ou apresentarem projetos de implantação de novos parques industriais e passarem por avanços tecnológicos vão ter tratamento diferenciado no imposto e contarão com benefícios nos prazos para se adequarem à utilização de conteúdo local.
Segundo o ministro, o decreto trará uma série de detalhes e terá de ser publicado até o dia 15 de dezembro -- a Justiça brasileira suspendeu a elevação do IPI para carros importados até o dia 15 que, teoricamente, voltaria a vigorar automaticamente a partir do dia 16.
Com Redação
FONTE: http://carros.uol.com.br/ultnot/2011/11/30/governo-vai-estimular-nacionalizacao-de-automoveis-importados-aponta-ministro.jhtm
09/11/2011 - 13h40
Importadoras 'genuínas' têm queda de 41,2% e temem IPI até 2016
Da Redação
A Abeiva (Associação Brasileira das Empresas importadoras de Veículos
Automotores) anunciou nesta quarta-feira (9) que somente duas de suas 27
associadas tiveram alta nos emplacamentos em outubro último, na
comparação com setembro. As importadoras filiadas à entidade fecharam o
mês passado com 13.264 unidades emplacadas, 41,2% menos que em setembro,
quando venderam 22.569 unidades.
O mercado automotivo em geral recuou cerca de 10% em outubro, mas
mantendo boa média diária de emplacamentos e o otimismo para novembro e
dezembro.
As marcas que avançaram nas vendas foram Aston Martin, que cresceu 50%
-- vendeu dois carros em setembro e três em outubro -- e a Changan
(ex-Chana), que saltou de 216 unidades para 242, crescendo 12%. Clique aqui para ver o relatório completo, e aqui para as vendas divididas por modelos.
Em seu comunicado à imprensa, a Abeiva passou a chamar os carros de
suas filiadas de "importados genuínos", numa referência ao fato de que
uma parte dos carros das marcas com fábrica no Brasil vem de países do
Mercosul e do México, sem penalização no IPI (Imposto Sobre Produtos
Industrializados) e sem taxa de importação.
De acordo com a avaliação de José Luiz Gandini, presidente da Abeiva e
da Kia Motors (que viu suas vendas despencarem 51,5%), nem mesmo a
decisão judicial de que o aumento do IPI passaria a valer apenas a
partir de 15 de dezembro ajudou as vendas das importadoras. "Obviamente o
consumidor brasileiro se retraiu. No primeiro momento após o anúncio do
decreto houve uma corrida às concessionárias de importadoras, mas logo
no início de outubro o setor sentiu duro golpe", disse Gandini.
"Estamos satisfeitos com a decisão do Supremo Tribunal Federal, mas
nossas associadas não tiveram tempo de se programar" ressalvou,
referindo-se à logística da importação "genuína" -- no caso dele,
originada na Coreia do Sul.
"O ciclo de importação, de pedido, confirmação do pedido, produção e
período de transporte, é de no mínimo 90 dias", explica o executivo.
"Assim, mesmo com a suspensão do IPI no dia 20 de outubro o setor ficou
impossibilitado de trazer mais unidades para o Brasil, já que os
próximos pedidos passam a desembarcar somente na segunda quinzena de
janeiro de 2012. Ou seja, já estarão em vigor as novas alíquotas do
IPI", lamentou Gandini.
No cômputo anual das vendas ainda há folgada vantagem neste ano: em
outubro de 2010 foram emplacados 10.562 "importados genuínos", e ante
este número as 13.264 unidades do mês passado ainda significam dianteira
de 25,6%. O resultado é ainda mais espetacular ao se considerar o
acumulado de janeiro a outubro, quando as associadas à Abeiva emplacaram
165.114 carros, 98,3% mais (sim, praticamente o dobro) que no mesmo
período de 2010 (83.254 veículos). Assim, as associadas têm agora 5,03%
do mercado brasileiro (no mês) e 5,92% no ano.
RUMOR E TEMOR
A Abeiva acredita que a tendência das vendas em novembro e dezembro é
de retomar a média mensal de 2011, chegando a 200 mil unidades neste
ano. Nos próximos 14 meses, todas as 27 associadas prometem manter as
operações no Brasil e reajustar os preços de seus produtos pela menor
taxa possível, com vistas a 2013 -- ano em que, segundo o decreto, a
alíquota do IPI volta aos níveis normais.
Ou não. Segundo Gandini, a Abeiva está preocupada com os rumores de que
o IPI especial seja estendido até 2016. "As manifestações do ministro
Guido Mantega [Fazenda], de ampliar os índices de nacionalização e de
localização regional para acima de 65%, sinalizam endurecimento com o
setor de importação", disse o executivo.
FONTE: http://carros.uol.com.br/ultnot/2011/11/09/importadoras-genuinas-tem-queda-de-412-e-temem-ipi-ate-2016.jhtm
COMENTÁRIOS: Isso é MONSTRUOSO, pois foi dada uma proteção à incompetência, à ineficiência, lembrando que o setor já está "aberto" aos importados a praticamente VINTE ANOS, portanto, tempo mais do que suficiente para que se conseguisse ESCALA, o que temos, sendo o 4º, 5º maior mercado do mundo; produtividade, tanto pelo tempo decorrido, quando pelos estímulos dados ao longo do tempo, em especial, o regime de financiamento oferecido pelo governo anos atrás, através do BNDES com jutos subsidiados e com isenção de impostos, por conta do governo federal. Agora, com a crise internacional se aprofundando, começam a aparecer declarações de "deixar o país" ou de congelamento de investimentos.
Aqui, quando o dólar está barato, não se investe (em maquinário e projetos em boa parte importados), porque é melhor importar, quando está caro, não se investe para "preservar" as finanças da operação aqui. Quando o mercado aqui está ruim, não se investe, porque não vende; se o mercado está bom, não se investe porque "não se mexe em time que está ganhando". Tudo isso, ultimamente escancarando o LUCRO BRASIL, que no fim das contas, serve mesmo para salvar as matrizes, para trazer carros importados que geram lucros, empregos e divisas lá fora ou mesmo para manter operações no México ou Argentina funcionando, pois caso contrário, fechariam.