Treze de maio, o Dia do Automóvel
Publicado em 15/mai/2015 em
De Carro por Aí[url=https://www.addtoany.com/share_save#url=http%3A%2F%2Fbestcars.uol.com.br%2Fbc%2Finforme-se%2Fcolunas%2Fde-carro-por-ai%2Ftreze-de-maio-o-dia-do-automovel%2F&title=Treze de maio%2C o Dia do][/url]
Data foi instituída em 1926 para chancelar a inauguração da
primeira estrada pavimentada, de Duque de Caxias a Petrópolis
É coincidência histórica comemorar no 13 de maio a abolição da escravatura e saber que a mesma data é oficialmente dedicada ao Dia do Automóvel. Na prática, duas efemérides dedicadas à liberdade. Humana e social, tentando apagar marca em nossa história, e de reconhecimento ao maior ícone do século passado, ferramenta concedendo ao homem poder então desconhecido, o da mobilidade. Desnecessário falar, foi também a maior enzima tecnológica do período.
A decisão é de 1926, pelo Decreto 24.224, e serviu para chancelar a inauguração da primeira estrada pavimentada do Brasil, ligando o denominado Pé da Serra, em Xerém, município de Duque de Caxias, à turística cidade de Petrópolis, ambos no estado do Rio de Janeiro. O espírito era reconhecer a importância da via rodoviária, implementada pelos sócios e promoções do Automóvel Club do Brasil. A entidade privada reunia os adeptos do automobilismo em época na qual a posse e o usufruto do automóvel, e seu significado de poder e status, elevavam socialmente seus proprietários.
Á época o Rio de Janeiro era capital da República, usina de modas, comportamentos e seus regulamentos legais. A frota dos mágicos veículos, capazes de unir as vantagens diferenciativas do poder e as facilidades da locomoção, fomentou a ideia. Petrópolis era ainda tratada como Cidade Imperial, pois Dom Pedro II lá tinha residência de verão, ou para lá se dirigia quando queria descanso do exercício do poder.
Entretanto, dificilmente os cariocas se arriscavam a um fim de semana serrano. Era um desafio superar os caminhos da baixada fluminense, e mais ainda se aventurar pela estrada carroçável, seus atoleiros, as escorregadias lajes de pedra, instando os cariocas de bolso saudável a uma curiosidade modal: iam em automóvel até a estação ferroviária Pedro II, colocavam-no sobre uma plataforma, compravam passagens para o vagão Pullman, o mais confortável, e subiam a serra em trem da Estrada de Ferro Leopoldina.
Os sócios do Automóvel Club, com interesse em mostrar sua diferença social e utilizar seus veículos, tomaram a iniciativa. A estrada exigiu pontes e obras de arte, de modo a permitir a viagem. Seu revestimento é em placas de concreto.
Em 1934, durante as comemorações de entidade de rodoviarismo, Getúlio Vargas, em tempo de ditador, aproveitou a ocasião e agregou à data outra comemoração, o festejar da estrada de rodagem. Esta parte perdeu-se no tempo, com construções de baixa qualidade e elevado preço. E a do automóvel, agora transformado em
commodity, e a caminho de se tornar insosso equipamento eletrônico com quatro rodas, segue o caminho da falta de orgulho e do esquecimento.
Villa D’Este, refinado encontro de antigos
Não é espetaculoso como os conhecidos eventos norte-americanos para automóveis antigos — Pebble Beach, Amelia Island, Hershey ou Carlisle —, nem segue o caminho do parisiense Rétromobile, da extensa Essen, na Alemanha, da insuspeitadamente atrativa Feira de Pádua, na Itália. Mas é aula de elegância em cenário, refinamento em presença e unidades expostas. É o Concorso d’Eleganza Villa d’Este, realizado no famoso hotel homônimo, Lago de Como, Itália. A 86ª. edição vai de sexta 22 a domingo 24 (na foto, a do ano passado).
Tema, veículos da década de 1970, decênio assinalador de grandes mudanças sociais e seus reflexos na engenharia automotiva, gerando os conceitos ainda seguidos. Pós-guerra os automóveis se democratizaram, perderam o charme construtivo e, mais recentemente, sofreram processo de pasteurização, com engenharia e projeto comandados por contadores e economistas, um pessoal pró-lucro e anticarro. Por isto, há categorias para outros veículos.
Busca-se, como sempre, atração de raridades, daí premiação luxo pré-guerra, esportivos antidepressivos, os carros feitos à mão, como os grandes cupês pelos
carrozzieri, GTs especiais. Segundo tema, Rolls-Royce Phantom, conceito perdurando há nove décadas. Destes, exemplar atrativo é unidade de 1954, versão Landaulet, portando pioneiro uso da caixa automática, encomendado pela Rainha Elizabeth II e presenteado à sua irmã Margaret.
Dentre esportivos, exemplar do Pegaso Z102, espanhol tecnicamente refinado, existente em menos de centena de unidades; Maserati 60/61, conhecido mundialmente como Bird Cage, gaiola, pela profusão de tubos formando sua estrutura; Panther Six, esportivo inglês com seis rodas, inspirado no Tyrrell P34 de Fórmula 1, tracionado por enorme motor Cadillac 8,2-litros com dois compressores e 600 cv. Atração à parte, quatro BMW decorados nos anos 70 pelos artistas Alexander Calder, Frank Stella, Roy Lichtenstein e Andy Warhol.
Organização de eventos automobilísticos, exceto leilões, são atividades de clubes ou sociedades com fim específico. O Villa D’Este é exceção. Quem o organiza é o BMW Group Classic, área de antigos da marca bávara. Começou como patrocinadora em 1999 e, em 2005, resolveu botar ordem alemã na organização, assumindo-a. Atrações paralelas, ligada à marca, exposição dos Minis dos anos 70 e leilão pela Casa Sotheby’s de 40 veículos. Ingressos baratos: 7 euros (uns R$ 26) no sábado e 10 euros, uns R$ 35, no domingo
Sinal de vida, Alfa patrocina Mille Miglia Storica
Com anúncio de novos planos e produtos em junho, a Alfa Romeo assumiu maior cota de patrocínio da italiana Mille Miglia. Como dizia Enzo Ferrari, mais famoso chefe de sua equipe de competições, a mais bonita corrida do mundo. Partida e chegada em Brescia, após percorrer o neste ano esticado circuito para uma paradinha no circuito de Monza, onde o grupo FCA — também controlador da Alfa — patrocina a Expo 105. Ao final, 1.726 quilômetros, mais de 200 cidades e sete estados percorridos.
Inscritos há 464 automóveis, com crescente adesão dos museus dos fabricantes. Neste ano a Jaguar confirmou participar e a Mercedes-Benz lidera com seu time com mais de 20 veículos, entre próprios e de clientes vip sob a frondosa árvore de seu patrocínio. Lidera-a o vencedor e veteraníssimo Sir Stirling Moss, 86!
Alfa Romeo retirou dois exemplares de seu Museu: 1900 Sport Spider de 1954 e 750 Competizione de 1955, conversíveis de alto desempenho. O 1900 tem a base do motor depois utilizado no FNM JK aqui produzido e também para o Alfa 2300. Fazia 138 cv e atingia 220 km/h. O número 750 não é cilindrada, mas indicativo do modelo Giulietta. Usava motor 1.500 e 148 cv. A Giulietta mudou a cara da Alfa.
Se tiver competência festeira, marca poderá capitalizar feitos importantes: venceu 11 vezes a Mille Miglia — nenhuma outra a superou — e esta edição registra 80 anos da vitória de Carlo Pintacuda e Della Stufa em um Tipo B “P3” preparado especialmente para a prova, seguido de cinco outros Alfas.
À época era uma corrida alucinada, e hoje o complemento Storico mantém o espírito da elevada disputa, mas a velocidade se transformou num exercício aritmético para perder a menor quantidade de pontos nos 84 pontos de aferição de passagens com velocidade assinalada em casas centesimais. É um charmoso rali, e seus participantes são reconhecidos mundialmente por usar um cronógrafo Choppard, construído, datado e marcado com o numeral do participante a cada edição.
Roda a Roda
Mercado – Audi mantém crescimento de vendas e marcou em abril 75% de aumento em emplacamentos comparados com abril de 2014. Modelos mais vendidos, Q3 e A3 Sedan 1,4.
Base – Crescimento da Audi baseia-se em expansão da rede concessionária, investimentos em marketing e pós-vendas, e a reimplantação de fábrica da marca no país.
Não – Volkswagen do Brasil descartou a possibilidade de importar da Índia o novo VW Polo, geração posterior à recentemente encerrada aqui. Operação neste sentido será efetivada pela VW na Argentina.
Tempo – Chery conseguiu se compôr com o sindicato dos metalúrgicos do Vale do Paraíba e botar sua fábrica a funcionar. Logo após a inauguração em fevereiro, houve greve, e aos 6 de maio a produção de automóveis Celer foi reiniciada. São 30 veículos/dia, a marcha industrial mais lenta, para compatibilizar com o mercado. As instalações da empresa são para 150 mil ao ano.
Solução – Associações como a Anfavea, reunião dos fabricantes de veículos, e Fenabrave, dos concessionários, criaram movimento para agrupar marcas, a Feira do Consórcio. Objetivo não é vender cotas, mas convencer, por vantagens adicionais, consorciados já sorteados a retirar seus veículos.
Parte – Acredite se quiser, há 240 mil consorciados aptos a retirar seus veículos, mas hesitam em função do momento atual, ou postergam decisão e escolha. Número se aproxima de um mês cheio em vendas de todas as marcas.
Ocasião – Seguindo a regra de atrevimento econômico, segundo a qual crise é oportunidade, Citroën promove ousada ação, acreditando no desejo do consumidor em levar para casa carro 0-km, charmoso e bem equipado. Oferece financiamento competitivo, bônus e entradas facilitadas para C3, Aircross, C4 Lounge.
Irmã – Peugeot faz ação assemelhada e com o Desafio Test Drive Peugeot 208, e discurso curto: testou conteúdo, a invejável posição de dirigir, mas comprou concorrente — Ford Fiesta 1,5/1,6, Hyundai HB20 1,6, Honda Fit 1,5, VW Fox 1,6, Chevrolet Onix 1,4 ou Fiat Punto 1,4 —, levará R$ 300 da Peugeot. Vale até 31 de maio.
Festa – BMW comemora o 40º. aniversário do lançamento do Série 3. Lançamento vitorioso, substituindo a série 2000, responsável por sedimentá-la como marca estável no grande funil dos reflexos da Segunda Guerra Mundial.
Caminho – Série 3 foi a base de desenvolvimento das famílias maiores, síntese de qualidades, tornando-se o mais vendido do mundo em sua categoria. Hoje, está na sexta geração e registra 14 milhões de unidades produzidas em 10 países.
Corte – No processo de reduzir custos para garantir o futuro, Peugeot Citroën mudará de endereço.
Futuro – Tens jeito para desenhar automóveis? Estudas design, arquitetura, programação visual? Volkswagen abriu concurso para novos designers. Tema é Meio de Transporte ideal para as diversas regiões do Brasil. Prêmio: um ano de estágio remunerado na área de design, possibilidade de contratação. De lá saíram Raul Pires, autor do desenho do Bentley Continental, e Marco Antônio Pavone, do Up. Mais: http://www.vwbr.com.br/design/.
Negócio – Embrapa Agroenergia desenvolveu e expõe em feiras especializadas pesquisas para uso de microalgas na produção de biocombustíveis. Contatos são para identificar outros materiais em aplicações agroenergéticas, e facilitar fabricação por produtores rurais. Microalgas podem ser cultivadas em água salgada, salobra, residual.
Guariba – Termo, no jargão automobilês, indica melhorada geral no estado do carro, com lavagem e polimento, custando entre 400 e 1.000 reais. Inglês Paul Dalton criou sua Miracle Detail, e cobra 7.000 euros — uns R$ 25 mil. É a guariba mais cara do mundo. Melhores ingredientes do mundo: pano antimicrobiano da Austrália, brasileira cera de carnaúba, outros não declarados, cuidado e paciência.
Processo – Inclui 61 passos, duas semanas. Começa com espuma removedora de sujeira da carroceria; a seguir, quatro lavagens com esponjas adequadas; secagem com panos de microfibra. Após, máscara de argila descontaminando a tinta, e aplicação manual de cera. Diz, efeito dura três anos. Maior clientela, jogadores de futebol — com carros novos, sem necessidade do serviço.
Finame – Caminhões Actros da Mercedes-Benz atingiram índice de nacionalização capaz de habilitá-los ao financiamento do Finame PSI, do BNDES. Produtos estão no topo da marca, rico em equipamentos e acessórios.
Duas rodas – Dafra manauara inicia disponibilizar sua motoneta Citycom 300. Freios a disco, rodas 16 pol, novos faróis, acabamento acarpetado, painel com iluminação por leds. Motor monocilíndrico, 264 cm³, 23 cv.
Retífica RN – Coluna passada informou Miguel Figari, diretor geral da Peugeot Brasil, como mexicano. Morou no novo líder latino-americano na produção de veículos, mas é chileno.
Gente – Pablo Sanchez, diretor de comunicação da Peugeot argentina, fora. Avisou ao mercado e saiu. / José Carlos Macedo, administrador com MBA em marketing, mudança. Deixou diretoria regional GM para direção de vendas Nissan. / José Luiz Vendramini, antes no cargo, é diretor de suporte estratégico.
Mercedes quer reduzir consumo de energia em 12%
Economia de insumos, ganhos de produtividade, otimização dos equipamentos e redução de custos são metas perseguidas empresarialmente, em especial na atividade industrial. Recentemente, por causas exógenas, incluindo a preocupação ecológica no poupar recursos naturais, como a água, empresas conscientes têm lançado programas reduzindo consumo de água, seja no uso direto, seja na contenção dos dispêndio de energia elétrica.
A Mercedes-Benz do Brasil está em campanha para obter economia marcante: 12% em energia elétrica no triênio 2012/2015. Neste esforço, até ano passado havia economizado 13.100 megawatt-hora — na prática, por índices da Secretaria de Energia do estado de São Paulo, tal montante é o bastante para iluminar durante um ano 5.000 residências na cidade de São Bernardo do Campo, onde está localizada sua usina principal.
Os cuidados adotados pela empresa se dividem entre os que podem ser adotados na hierarquia superior, como a reforma de imóveis com o uso de cores mais claras nas paredes, forro, piso, mobiliário, e a substituição das lâmpadas fluorecentes por outras de leds. A meta, ambiciosa, pretende no atual exercício agregar 4% de redução.
Fundamental a participação dos colaboradores. Empresa fixa adesivos em todas as máquinas e equipamentos sugestão de verificação da necessidade de mantê-los funcionando durante espaços não produtivos, como horários de refeições, troca de turno, finais de semana. Para implantar a campanha a Mercedes-Benz realizou um Projeto Piloto durante um ano no prédio da produção de agregados e obteve economia de 30%.
Para implementar, monitores foram treinados, instalados subcomitês e comitês para motivar os operadores das máquinas e criar o hábito da redução de consumo. Em paralelo há um sistema de monitoramento on-line do consumo, identificando as áreas com maior ou menor gasto, e onde o consumo pode ser contido. A meta, ambiciosa, pretende no atual exercício agregar 4% de redução.