Gasolina brasileira mais limpa alivia ambiente, motor e conta da manutenção
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Fernando Calmon
Colunista do UOL 08/01/201412h14
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Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
Gasolina mais limpa reduz emissão de poluentes, aumenta vida útil do motor e reduz conta de manutenção
Ofuscada pela celeuma irresponsável sobre a (quase) continuidade por mais dois anos de produção de modelos sem airbags e ABS de série, uma ótima notícia passou praticamente despercebida. Desde 1º de janeiro último, toda a gasolina comercializada no Brasil terá teor de enxofre de apenas 50 ppm (partes por milhão), a chamada gasolina S-50.
Antes a especificação da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) era de absurdas 800 ppm, embora a Petrobrás já viesse reduzindo bastante essa carga ao longo dos anos.
Ajudou a mistura com etanol que tem zero de enxofre.
Os benefícios atingem motores futuros, com tecnologias avançadas (por exemplo, diminui consumo em conjuntos com injeção direta estratificada) e os atuais. Nestes haverá redução de depósitos e contaminação do óleo, diminuição de poluentes, além de menor teor de aromáticos e olefínicos.
Por fim,
a gasolina S-50 é menos sujeita à oxidação e à consequente formação de goma e seus depósitos indesejáveis. Oxidação, fenômeno natural de envelhecimento do combustível, pode ser retardada em no mínimo três vezes -- de três meses para nove meses ou mais.
Desentendimento inacreditável entre ANP e Petrobras adiou por 18 meses, até julho de 2015, a aditivação obrigatória de toda a nova gasolina, hoje opcional. A Agência quer adição feita nas refinarias (monopólio da estatal) e a empresa desejava empurrar para as distribuidoras. Como a regulamentação é de 2009, dá para ver mais uma vez como o governo federal administra mal suas próprias decisões.
GASOLINA MELHOR ALIVIA BOLSO
Graças a essa gasolina de maior qualidade, as operações (desnecessárias na maioria das vezes) de limpeza de válvulas injetoras e corpo de borboleta perderão o sentido. Era hora também de pelo menos dois fabricantes, Ford e Volkswagen, cancelarem a discutível troca de óleo do motor a cada seis meses. Trata-se de desperdício financeiro para os motoristas, com reflexos ambientais.
Assim, o combustível fóssil se alinha às melhores especificações mundiais, embora alguns países já ofereçam a S-10 -- 10 ppm de enxofre (no Brasil só a gasolina Podium, da Petrobras).
E A FORÇA DO ETANOL?
Por outro lado, não se cogita de incentivar o aumento de eficiência energética no uso de etanol em motores flex. Estudo interessante foi apresentado em recente seminário do Instituto Nacional de Eficiência Energética. Entre 1983, quando se criou o programa de economia de combustível, e 2013 o consumo médio de gasolina dos motores dos quatro maiores fabricantes evoluiu 21% e o de etanol, apenas 7%.
A comparação em MJ/km, mais adequada por compensar a diferença de conteúdo energético entre os dois combustíveis, mostrou que a média atual favorece em 1,5% o uso de gasolina nos motores flex. Como se trata de média há motores melhores e piores, quanto a esse indicador. No programa Inovar-Auto, cujo maior mérito é impor menor consumo, erroneamente não há distinção entre os dois combustíveis.
Já se sabe que tecnologias como injeção direta e turbocompressor são favoráveis ao etanol em motores flex. Isso acaba de se comprovar na unidade turboflex do BMW 320i. Embora sem fornecer dados de consumo, a fábrica estima que bastam 25% de diferença no preço dos postos para garantir menor custo/km ao rodar com etanol.
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Os 10 carros mais vendidos do país em 201310 fotos1 / 10
1º) Volkswagen Gol/Gol G4 -- 255.057 unidades
Ranking considera dados absolutos de emplacamento da Fenabrave para carros de passeio e comerciais leves em 2013 Leia mais Murilo Góes/UOL
RODA VIVA
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+ Barreira mágica de 4 milhões em vendas anuais de veículos não se atingiu em 2013 e nem se prevê este ano. Em relação a 2012 houve queda de 0,9% (veículos leves e pesados somados). As 3,76 milhões de unidades (nacionais e importadas) interromperam a trajetória de nove anos de licenciamentos recordes. Anfavea espera que o mercado cresça só 1,1% em 2014.
+ Pelo menos, foram dois recordes em 2013. Produção cresceu 9,9%, para 3,74 milhões de unidades, graças à substituição de produtos importados e ao grande salto de 26,5% nas exportações (563.000 unidades). Mercado externo ainda está longe das 900.000 unidades de 2005. Mas em valores (US$ 16,5 bilhões), novo recorde, graças às autopeças e máquinas agrícolas.
+ Agora que a Fiat adquiriu controle de 100% da Chrysler abre-se caminho para a completa fusão. A empresa americana, hoje, é lucrativa graças à rápida recuperação do seu mercado interno. O grupo italiano ainda é deficitário, mas passa a ter acesso total ao caixa da Chrysler. Grande alívio para a Fiat, que poderá depender menos de resultados no Brasil.
+ Carlos Ghosn, principal executivo da aliança Renault-Nissan, veio ao Brasil para anunciar produção de motores Nissan na nova fábrica do March/Versa, em Resende (RJ), a inaugurar em abril próximo. Essa coluna antecipara a informação há mais de um ano. Produção, por enquanto, será apenas do motor de 1,6 litro; o de 1 litro continuará vindo da Renault.
+ Finalmente garantia total de três anos começa a ser regra no Brasil. Volkswagen anunciou ampliação (antes limitada a motor/câmbio) aos veículos produzidos aqui. Ficaram de fora apenas Saveiro (veículo comercial) e modelos que saíram de linha (Gol G4 e Kombi) ou estão saindo em 2014 (Golf antigo e Polo). Outras marcas terão que acompanhar.
Esta coluna é publicada originalmente às terças-feiras.
COMENTÁRIOS: Como já disse, ainda bem que veio, mas veio tarde. Gostaria de comentar sobre a deleção da opinião do Calmon sobre Latin CAP. Acho que o cara estava, no mínimo, equivocado em suas colocações sobre o mesmo. Já deveríamos ter tais testes, SEMPRE INDEPENDENTES, como ocorre lá fora faz tempo. No máximo, como ocorre nos EUA, com alguma dinheiro colocado pelas montadoras de forma indireta para não "contaminar" os resultados. Se formos nos fiar nos resultados das montadoras, seus carros vão ser seguros como tanques de guerra, leves como bicicletas, farão 30 km/l com álcool e terão potência de Ferrari. MAS acho um erro eliminar o comentário do cara, pois no mínimo, alguém novo que viesse a entrar no tópico, em um comentário interno, posterior à postagem da coluna, não entenderia o que estávamos dizendo. De mais a mais, por pior que seja a opinião do cara, e foi péssima, é a opinião dele. Fazer o quê?