Peugeot 208 não é apenas uma carinha bonitaAo contrário dos antecessores 206 e 207, novo hatch compacto trata bem os
ocupantes e tem soluções modernas e inteligentes. Preço elevado limita seu
mercadoRicardo Meier, de Búzios, RJ | 22/3/2013
12:25
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Peugeot
Peugeot 208:
receita para surpreender brasileiro
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Peugeot 208 2014 Griffe 1.6 16V flex 4p manual
Dados técnicos
Preço
R$ 50.690 |
Capacidade
5 passageiros |
Velocidade máxima
0 km/h |
0 a 100 km/h
0 s |
Consumo urbano
0 km/l |
Potência
115 cv |
Torque
15,5 kgfm |
Porta-malas
285 litros |
Veja ficha técnica completa |
Talvez você leve alguns segundos – ou minutos – para saber de qual marca é o
carro da galeria acima quando o ver nas ruas brasileiras. O 208, o modelo em
questão, é o primeiro automóvel da Peugeot que rompe definitivamente com o
famoso estilo dos olhos felinos que inundou o mercado desde 1999. O novo hatch
compacto é a maior aposta da marca para reverter um quadro de queda nas vendas e
de clientes insatisfeitos.
É verdade que a Peugeot já vem nos últimos lutando contra o estigma dos
produtos frágeis e do pós-venda deficiente, mas é com o 208 que essa mudança de
filosofia se fará mais presente. Para entender a razão, é preciso comparar
algumas diferenças entre o 206 e o 208.
Quando o 206 foi lançado em 1999, a Peugeot gozou de um período de vacas
gordas. O compacto encantou o mundo com seu estilo ousado e cheio de
personalidade numa época em que carros pequenos eram relegados a um segundo
plano na maior parte das montadoras.
O problema é que o 206 só era um rostinho bonito. Por dentro, o carro
maltratava seus ocupantes com falta de espaço nos bancos traseiros e uma
ergonomia deficiente. Pior que isso. A rede não dava conta de atender bem e
quando chegava a hora de vender o 206, a depreciação era imensa.
O 208 quer ser justamente o inverso desse cenário. E em parte, há que se
reconhecer que ele já mostrou que pode fazer isso. Resta saber se a convivência
com o modelo será mais pacífica, como promete a Peugeot.
Mas em relação ao carro, quem levar o 208 para casa deve se surpreender.
Embora seja um carro desenhado na França, ele tem tudo para cair no gosto do
brasileiro. O visual, é verdade, não causará furor como o do 206, mas é elegante
e pessoal. Algumas soluções como a da lanterna em formato de bumerangue e
detalhes como os da plaquinha com o nome da marca à frente do capô, são
charmosas.
Interior encantadorO 208 cativa mesmo é a partir do momento que se entra nele. A arquitetura do
interior é, sem dúvida, umas das mais felizes dos últimos anos. A Peugeot se
esmerou em proporcionar prazer aos ocupantes, sobretudo o motorista. Exemplos
disso são o volante oval de diâmetro menor e o painel elevado, que fica na linha
de visão de quem dirige o carro. Os materiais são de bom gosto, sobretudo no
Griffe, mais caro, há espaço de sobra para o passageiro da frente e uma fileira
traseira bem mais confortável que a do 207.
A cereja no bolo é a central multimídia, sensível ao toque. Com uma interface
atraente e várias funcionalidades, ela encanta em quase tudo.
Em nosso
test-drive, se sobressaiu o sistema GPS integrado, que foi preciso durante o
trajeto entre o Rio de Janeiro e Búzios, escolhido como cenário do lançamento. O
Bluetooth também funciona de forma prática como telefone, mas selecionar as
músicas do smartphone foi uma tarefa mais complicada já que ele não reconheceu
os artistas nem as listas de música. A tela responde rapidamente ao toque e é de
fácil manuseio, mas só vem a partir da versão intermediária Allure.
Solução caseiraSegundo a Peugeot, o 208 é praticamente idêntico ao produzido na Europa.
Foram feitas pequenas alterações na entrada de ar (maior devido ao calor), na
altura do solo, na posição do escapamento e no grafismo do painel, que aqui é
mais bonito. Perguntei se a estrutura segue as mesmas especificações do exterior
em matéria de segurança e a Peugeot disse que sim. Em testes de colisão, os
carros feitos no Brasil foram criticados pelo Latin NCAP como frágeis e uma das
razões seria uma legislação menos exigente.
A receita francesa só recebeu uma pitada de molho brasileiro na parte de
motor e transmissão. A Peugeot optou por usar os mesmos motores do novo C3 por
questão de escala. Com isso, o 208 pode usar o 1.5 flex de até 92 cv nas versões
Active e Allure, e o 1.6 Flex Start, de 122 cv, na versão top Griffe. As duas
transmissões também são velhas conhecidas dos clientes, tanta a manual de 5
marchas quanto a automática com opção sequencial no volante de 4 velocidades. E
isso se traduz em que? Vejamos no próximo parágrafo.
Faltou a cereja no boloHá carros que lhe cativam de cara e outros que demoram a lhe conquistar. O
208 está na primeira categoria. Nota-se claramente que a Peugeot quis agradar
desde o primeiro toque na maçaneta. Em vez daquela sensação de vazio de outros
modelos da marca, a porta abre com firmeza e silêncio. Graças aos vários
ajustes, é possível encontrar rapidamente a melhor posição de dirigir.
De cara, o volante ovalado e o painel de instrumentos convidam a dirigir. O
console central é de fácil visão, mesmo em relação aos controles do ar
condicionado, que ficam na parte inferior. A central multimídia, destacada e bem
elevada, é uma atração à parte.
Andamos na versão Griffe na primeira parte do test-drive.
O acabamento
interno, mais caprichado, deixa o 208 com cara de carro médio. Há cuidados em
vários detalhes, mas alguns escorregões como na junção de plástico do topo do
painel que fica levemente solta.Damos partida no carro e duas constatações vêm de cara: a direção elétrica
tem um peso ideal, sem ser leve demais em trechos urbanos ou pesada na estrada.
Ela também tem um comportamento direto, que instiga o motorista. O bom motor
1.6, com torque elástico e a surpreendente suspensão bem acertada, que apoia bem
nas curvas e não bate seca em lombadas, tornam o conjunto quase perfeito.
Quase.
A “cereja do bolo” seria o câmbio manual, mas ele não evoluiu, aparentemente.
A alavanca tem engates longos e duros, o que rouba parte do prazer de dirigir e
da agilidade natural do modelo. Segundo a marca, é apenas o comando o
responsável por essa sensação e não a transmissão em si. Uma pena.
Outro dos poucos pecados do 208 é uma pequena depressão do assoalho atrás do
pedal de embreagem. Algumas vezes, a ponta do pé enroscou nessa saliência e
causa uma certa apreensão. No mais, o 208 é silencioso e agradável, seja na
cidade ou estrada, de uma forma que nunca vi nos carros menores da marca.
Para poucosSe a parte técnica é quase impecável no hatch, a estratégia da Peugeot é que
confunde. A marca decidiu cobrar pelo 208 valores semelhantes aos do C3, alguns
até superiores ao Citroën. É fato que o 208 é melhor carro que seu primo, com o
qual compartilha vários componentes. O prazer de dirigir que ele entrega é muito
maior que o do C3, apesar de ambos usarem os mesmos motores, câmbios, direção e
suspensão.
A questão é que o 208 não é o real sucessor do 207, que se nunca foi um hatch
popular também não custava tanto quanto o novo modelo. Embora exista a versão
Active, por R$ 39.990, ela deve responder por um quarto apenas das 3 mil
unidades que a Peugeot quer vender. Se tanto.
Isso porque o 208 começa a ficar interessante na versão Allure, que tem de
série vários itens que são mandativos nesse segmento mais elevado de compactos
como faróis de neblina, rodas de liga leve e, no caso dele, central multimídia e
até teto solar panorâmico. Para isso, o cliente precisa desembolsar R$ 45.990,
ou R$ 6 mil a mais.
O problema é que a versão Griffe tem atributos que podem deixar o cliente em
dúvida. Ela troca os freios a disco sólido por ventilado, mais eficientes,
substitui as rodas aro 15 por aro 16, e acrescenta vidros elétricos na traseira,
ar condicionado digital de duas zonas, sensores crepuscular, de chuva e de
estacionamento e piloto automático. Além disso, tem acabamento mais caprichado e
motor mais forte, o 1.6 sem tanquinho de partida a frio. Aí já são R$ 50.690 na
versão manual – quase R$ 5 mil a mais.
Em resumo, estamos falando de um hatch médio. Sim, um Peugeot 308 com o mesmo
motor do 208 Griffe e com uma lista respeitável de equipamentos e interior bem
mais espaçoso custa R$ 50.990. Se você pagar mais R$ 3 mil leva um hatch médio
com quase tudo que o 208 tem, exceto a central multimídia.
Pagar preço de carro médio em compacto, dilema cruel esse: “se o cliente
ficar em dúvida entre o 208 e o 308, então tudo bem”, disseram os executivos da
Peugeot.
iG viajou a convite da Peugeot.