Li este artigo agora e embora seja fora do assunto CAOA, segue na linha da reclamação de preços e afins.
Na internet, todos reclamam de tudo
19/04/2013
Por: Eber |
77 comentários
Reclamamos de tudo. Do design, da tecnologia, do preço, dos impostos, da margem de lucro, do ágio e até do vendedor. Reclamamos tanto, que até tenho a impressão que nós sofremos de certo transtorno distímico.
“Os carros aqui são tão caros e inseguros.”
“Nos EUA eu compraria um Mustang GT com o valor de um Golf GT. Aliás, viram quão defasado os carros da VW são no Brasil?!”
“Já desisti do Brasil. Nossos políticos não colaboram.”
Gostaria de contribuir com meu ponto de vista sobre dois assuntos que, em minha opinião, definem o cenário atual:
O marketing adequa a oferta à demanda
Talvez você tenha percebido – ou não: As montadoras e importadoras adequam a oferta dos produtos em função das características e peculiaridades de cada mercado onde atuam. O mesmo vale para os preços, para a distribuição e para a comunicação.
Elucidando. Se no Japão o público demanda por Key Cars baratos, pois bem, Mr. Matsunaga irá à concessionária em Tóquio e encontrará Key Cars baratos a venda. Ainda sim, se na Europa a demanda é por eficiência energética e segurança, isto significa que o Fritz encontrará em Berlim carros seguros e econômicos. Por sua vez, se no Brasil a demanda é por status…
Ou seja, estamos falando de segmentação de mercado: a mais básica estratégia de marketing que define a atuação de uma empresa em um dado mercado. E, acredite, a base desta estratégia se dá por meio de pesquisas de mercado (com pessoas reais e aleatórias).
Mas e o ágio – o vilão da internet?
Entenda dois conceitos:
A) Empiricamente ou teoricamente, toda revenda e concessionária também traça um plano de vendas. E, em sua maioria, possui bancos de dados com potenciais compradores. Encenando, neste banco de dados consta que Mr. Bonitão comprou em janeiro de 2012 um Veloster vermelho por R$ 93.900,00. Em julho de 2012, o vendeu por R$ 69.900,00 e arrematou outro Veloster branco por R$ 95.900,00: Consumidor potencial detectado. Enviar mailing com convite para o lançamento do Veloster rosa. Inserir ágio de R$ 5.000,00.
B) A não ser que se trabalhe com causas sociais, observe que o único objetivo de uma empresa é gerar lucro. Todo o resto (bom atendimento, sorriso no rosto, cordialidade, ISO 9001 e cafezinho na sala de espera) são meros meios de se levar ao resultado que o acionista espera, mais uma vez: LUCRO.
Agora una fato ”A” com fato “B” e conclua: O ágio existe porque os compradores estão dispostos a pagar por ele. Em suma, de nada adianta reclamar de tudo, se você continua comprando. “Ah, mas sou bem informado e não me encaixo na massa de manobra petista. Sou vítima.” Não, amigo! Você tem o poder da mudança em suas mãos. Se encontrar ágio, espere a poeira baixar. Se o preço do carro zero é injusto, compre um seminovo. Se o carro zero tirou apenas uma estrela na LatinNCAP, compre um usado que tenha três ou mais.
Faça sua parte e convença seus amigos. A mudança é institucional e, portanto, feita através de pequenas ações ao longo do tempo.
Reclamar na internet não leva a nada
Em primeiro lugar, de nada adianta ficar balbuciando na internet. A pressa de ter o comentário em primeiro lugar faz com que muita gente escreva asneiras despropositadas e absurdas. Quase heresias. Leia com atenção, informe-se melhor e pense a respeito. Entenda que a prioridade não é o primeiro lugar na fila dos posts, mas a opinião respeitosa e construtiva. Qual a finalidade de perder o foco e encher a internet com desinformação? Disparates sem finalidade só asseguram tua entrada para o merecido rol dos esquecidos.
Outrossim, você tem o direito assegurado pela lei de não se satisfazer com o cenário atual brasileiro. Dito isto, vejo três opções: conformar-se, reclamar e agir. Não há mal em ser conformista, desde que o faça sozinho. Continue comprando carros inseguros e caros. A indústria agradece!
O problema está em se queixar de tudo e de todos, mas recusar-se a fazer parte da mudança. Conte os casos onde, na internet, aconteceram movimentos que resultaram em um abaixo assinado com mais de 500 mil participantes e no dia combinado para o protesto na rua, somente 15 indivíduos compareceram. Estou mentindo?
Qual o mérito de ficar confortavelmente protegido atrás de sua tela de LED? Amigo, você não está agregando nada. Acredite: os governantes não se intimidam com sua pífias ações. Quer mudar? Aja! Se estiver caro, não compre. Se o imposto é alto, participe do panelaço na rua. Mais uma vez, comece convencendo seus amigos e familiares. Pequenas ações, dedicadas às boas causas e feitas nos locais adequados, certamente irão nos levar a um lugar diferente.
Concluindo
Encher a internet de reclamações pontuais não resolverá a vida de ninguém e não irá gerar nenhuma mudança. Tenha em mente que a sociedade é o espelho de seus habitantes. Sendo assim, quer que o Brasil mude? Comece na sua casa, mas dê as caras na rua de vez em quando!
Texto enviado pelo leitor augustrehl
Fonte:http://www.noticiasautomotivas.com.br/na-internet-todos-reclamam-de-tudo/
Concordo, com ressalvas.
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