Proprietário de Renault Duster sofre com falta de peças de reposição após modelo dar problema mecânico Modelo do professor Silvério Lopes ficará quatro meses na oficina de concessionária da Renault à espera de peça para reposição
- 9 de abril de 2012 17:22
- Leonardo
- Destaques, Renault
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Renault Duster
Ultimamente, casos de montadoras
com produção nacional que sofrem com falta de peças de reposição no
mercado brasileiro têm sido cada vez maiores – esse tipo de caso era (e
ainda é) encontrado na maioria das vezes nas empresas que trazem seus
carros de outros países, como a Hyundai e a Chery, por exemplo. Silvério
Lopes, professor de engenharia, sofre com seu Duster, da Renault, desde
fevereiro, quando o modelo apresentou um problema.
Após três meses de uso e com apenas 2.800 quilômetros rodados, o automóvel apresentou uma falha no motor,
que levou a substituição do cabeçote do motor. O modelo foi levado à
oficina logo depois que foi detectado o problema na mecânica, mas por
conta de falta de peças para o automóvel, não foi concertado. Segundo
Lopes, “três das peças necessárias para o conserto não existiam no
depósito da Renault, que fica em Curitiba, e uma delas nem sequer tinha
código para ser solicitada”.
Devido à demora, o professor registrou dois protocolos no SAC
da Renault. Um mês após seu Renault Duster ter completado um mês parado
na revenda, um representante da empresa telefonou para informar que as
peças seriam importadas e o carro
estaria de volta às mãos dele até maio, quatro meses após sua chegada à
concessionária. “Paguei o carro à vista, R$ 65,5 mil, e agora tenho de
andar de ônibus por causa de um problema que não provoquei”.
Além de Lopes, outros consumidores também registraram
problemas de falta de peças de reposição do automóvel, que foram
registrados no site Reclame Aqui. Um proprietário do SUV de São Bernardo
do Campo (SP) relatou que seu veículo ficou na oficina pelo mesmo motivo, e ressaltou que o modelo estava apenas com 1,4 mil quilômetros rodados.
No site Reclame Aqui, outros consumidores também registram problemas
de falta de peças de reposição do Duster. Um consumidor de São Bernardo
do Campo (SP), por exemplo, relata que seu carro, com apenas 1,4 mil
quilômetros rodados, ficou duas semanas na oficina por falta de peças.
No Facebook, consumidores criaram um grupo para discutir o mesmo
problema.
Matéria publicada com informações do site
Gazeta do Povo.
Consumidor Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Heitor está a pé desde janeiro porque
oficina só teria as peças para o conserto de seu Duster no fim de maio.
Agora, ele tenta desfazer a compra indústria automobilística
Automóvel “globalizado” fica sem peças de reposição Compradores de modelo da Renault ficam com
veículos no conserto indefinidamente por falta de peças, e se juntam na
internet para reclamar
Todo
fabricante e importador deve assegurar a oferta de componentes e peças
de reposição de produtos disponíveis no mercado brasileiro. Essa
garantia expressa, assegurada pelo artigo 32 do Código de Defesa do
Consumidor (CDC), fica sob risco quando o produto em questão é um
automóvel, com centenas de peças e componentes fabricadas por diversos
fornecedores, de países diferentes. Nem essa característica da indústria
automotiva a exime de cumprir essa obrigação, mas, a julgar pelo
acúmulo de ações na Justiça, várias empresas vêm falhando – milhares de
consumidores buscam nos tribunais o cumprimento desse direito ou a
reparação, via pedido de indenização.
A obrigação se estende também aos produtos que deixaram de ser
importados ou fabricados, que devem ter peças disponíveis por período
razoável de tempo. Mas mesmo quem comprou carro novo, zero quilômetro,
pode se deparar com a falta de peças de reposição. O professor de
Engenharia Heitor Silvério Lopes comprou um veículo Duster, da Renault,
em novembro de 2011. Ele conta que, após três meses de uso, com 2,8 mil
quilômetros rodados, o carro apresentou uma falha mecânica que levou à
destruição do cabeçote do motor.
O carro foi deixado da oficina no fim de janeiro, mas não foi
consertado, sob a alegação de falta de peças para o modelo. “Três das
peças necessárias para o conserto não existiam no depósito da Renault,
que fica em Curitiba, e uma delas nem sequer tinha código para ser
solicitada”, diz Lopes.
Diante da demora em resolver o problema, ele registrou dois
protocolos no SAC da empresa. Segundo ele, ao completar um mês de carro
parado na concessionária, um representante da Renault ligou informando
que as peças seriam importadas e o prazo previsto para a conclusão do
serviço era o fim de maio – quatro meses após a entrada do carro na
concessionária. “Paguei o carro à vista, R$ 65,5 mil, e agora tenho de
andar de ônibus por causa de um problema que não provoquei”, reclama
Lopes.
ResponsabilidadeDiante da falta de solução para o problema do carro, o consumidor diz
que optou por desfazer o negócio, o que levou a um jogo de empurra. “A
Renault disse que a questão deveria ser resolvida com a concessionária,
que por sua vez devolveu a questão para a fabricante”, alega. Lopes diz
que a Renault chegou a oferecer um acordo para devolução do dinheiro. “O
documento, entretanto, não reconhece a falha do veículo, não estabelece
prazos para a devolução do dinheiro e não prevê a correção monetária do
valor pago no carro”, diz.
No site Reclame Aqui, outros consumidores também registram problemas
de falta de peças de reposição do Duster. Um consumidor de São Bernardo
do Campo (SP), por exemplo, relata que seu carro, com apenas 1,4 mil
quilômetros rodados, ficou duas semanas na oficina por falta de peças.
No Facebook, consumidores criaram um grupo para discutir o mesmo
problema.
Prazos Conserto de veículos não pode passar de 30 dias, diz Procon-PRA coordenadora do Procon-PR, Claudia Silvano, explica que, além da
obrigação de manter peças de reposição em estoque, o prazo máximo para
conserto de um veículo deixado na oficina é de 30 dias. “O
descumprimento desse prazo dá ao consumidor o direito de optar, a seu
critério, pela troca do carro ou pelo desfazimento do negócio, com
restituição do valor pago, devidamente corrigido”, diz.
Procurada para se posicionar sobre o episódio, a Renault informou que
ofereceu toda a assistência, inclusive um veículo reserva ao cliente.
“O problema técnico foi resolvido e o veículo encontra-se à disposição
do cliente”, disse a montadora por meio de nota.
Oficina troca mangueira da Duster sem avisar cliente A montadora Renault estaria promovendo um “recall branco” do modelo
Duster, fazendo a substituição de uma peça com defeito durante as
revisões de rotina, sem dar conhecimento do caso aos clientes.
Pedindo para não ser identificado, o chefe de oficina de uma
concessionária da Renault em Curitiba confirmou que os veículos do
modelo estão apresentando dilatação da mangueira da direção hidráulica, o
que resulta na trepidação anormal do volante durante manobras ou curvas
mais fechadas. Segundo ele, a oficina já fez o reparo de “mais de meia
dúzia” de veículos com esse problema. “Não vai ter recall. Quando o
cliente traz o carro conferimos se o carro apresenta o problema e, em
caso positivo, agendamos a troca da mangueira”, afirma.
O supervisor de pós-vendas da Globo Renault, Gilberto Alecrim,
confirma o defeito de fabricação no veículo. Segundo ele, a montadora
tem ciência do problema. “Tanto que já forneceu a mangueira para fazer a
substituição”, afirma. O gerente garante que o problema não oferece
riscos ao condutor e passageiros, mas que todos os veículos do modelo
que passam pela oficina são avaliados. “Gera um desconforto, mas não há
risco de rompimento da mangueira ou acidentes”, afirma.
ObrigaçãoPara a coordenadora do Procon-PR, Cláudia Silvano, o fabricante tem
obrigação de convocar um recall assim que for detectado qualquer
problema ou defeito de fabricação em um produto. “Deixar de fazê-lo pode
configurar infração penal”, avalia.
Segundo ela, o “recall branco” é uma forma de as empresas evitarem os
custos envolvidos com a divulgação do recall e para minimizar os
eventuais danos à imagem da empresa.
Em nota, a Renault reconheceu a necessidade de substituição da peça,
mas garantiu que o problema não envolve qualquer risco associado à
segurança do motorista. “A Renault busca constantemente a satisfação de
seus clientes. Por esta razão, foram substituídas algumas unidades da
mangueira da direção hidráulica que, em determinadas situações, poderiam
gerar desconforto ao cliente”, afirmou.
FONTE: http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=1242279&tit=Automovel-globalizado-fica-sem-pecas-de-reposicao