Domingos V escreveu:Então ou a GM brasileira vai ter só GM's de verdade ou vai virar Opel aqui também (porque tirando o Omega, Captiva e a linha S-10 é tudo Opel na verdade). A não ser que role algum acordo...
Primeiro, eu não imaginava que eu ia viver para ver a GM sem a Opel. É bom lembrar que a Opel é da GM desde ANTES DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL e, convenhamos, com um nome como OPEL GMBH, era uma ótima presa para o governo nazista. Resisitiram à II Guerra, mas não conseguiram resistir à própria incompetência.
Sobre os modelos, só mesmo a S-10 não é Opel, pois o Captiva vendido aqui é igualzinho ao Opel Antara, especialmente na versão 4 cilindros, só mudando a grade e os dísticos por fora e o painel central por dentro, dá só uma olhada:
Até o ano passado, até as rodas eram as mesmas.
Sobre o Omega, é um produto "genérico" da empresa, sendo Omega aqui, Lumina no Oriente Médio e vendido até mesmo na Coréia com a marca Daewoo, mas é bom lembrar que em suas versões "bravas" é vendido como Vauxhall na Inglaterra, portanto, um "primo" dos Opel.
Por fim, comentando sobre a situação da empresa, é bom lembrar que a Opel tem dado prejuízos reiterados, ou lucros muito aquém dos esperados para sustentar a operação, a pelo menos sete anos. Isso, mesmo com carros belíssimos como os hatchs 3 portas do Astra e do Corsa e agora, o Insignia, com alegados 100 pedidos feitos na Europa. Complementando que, como fez a VW lá atrás, a Opel agora está lançando toda uma nova linha de motores com injeção direta e turbos em sua linha, com o Insignia na ponta de lança, primeiro com o 2.0 turbo, o mesmo do Saturn Sky/Opel GT, embora com menos potência do que nos conversíveis esportivos, que naturalmente vendem menos, agora, com o 1.6 turbo de 180 hp também no sedan grande e mais para a frente com o motor que deve/deveria ocupar um lugar de destaque na linha mundial da GM: o 1.4 turbo com injeção direta também.
Sobre o Brasil, é um dos poucos lugares do mundo onde a GM ainda tem lucro, mesmo com seus carros velhos: Classic do começo dos anos 90; Astra de 95, 96 (?); Zafira, um pouco depois do Astra; S-10/Blazer, nem se fala e o "Vectra"/Astra, que chegou bem depois de seu irmão europeu e usando uma plataforma menos evoluída e com os mesmo motores da época do Monza. Não creio que esta situação se sustente por muito mais tempo, primeiro porque o mercado está avançando. A Fiat já começou sua renovação de motores, primeiro com o 1.9 e daqui a pouco com a aplicação dos Tritec. A Ford já usava o Duratec 2.0 no Eco e no Focus; no primeiro, já é Flex, no segundo fica devendo a vertente "alcoólatra", mas é o padrão em um carro totalmente novo e alinhado com o modelo europeu; daqui a pouco aparecem os Sigma, que ainda por cima vão ser os motores dos futuros Fiesta e Eco (é bom lembrar que a participação dos 1.0 está caindo) e que ainda por cima provavelmente são a base dos Ecoboost, ou seja, com esta nova família a Ford tem pelo menos uns 10 anos de motorização atualizada, pois são modernos agora e provavelmente permitem upgrades no futro. Faltam a VW e Chevrolet. Da primeira, volta e meia se fala dos 1.4, que até agora ninguém VIU.
No caso GMB, a questão é que a empresa não investiu no passado para garantir alguma folga e agora, teria que fazer um grande investimento para ter uma nova linha/fábrica de motores. Será que o buraco na matriz vai permitir isso?
Não acho o Cruze de todo feio e os testes do carro mostram que ele precisa melhorar, mas melhorar em acertos apenas, não em projeto, o que é uma grande coisa, mas de novo, a questão é como vai ser a partir daí. Será que a GM tem modelos em projetos avançados o suficiente que possam ser lançados, pois se ainda estiver pensando no que fazer lá na frente, não vai dar... Como cresci vendo os carros da Chevrolet sendo modelos Opel transferidos para cá, ainda acho que este seria o caminho a ser trilhado aqui e não esta "coreanização" que se prenuncia com o Cruze, inclusive porque Ford e Citroën já mostraram que é possível sim termos os mesmos carros que na Europa, ainda que menos equipados.
Sobre o futuro da GM e em especial da GMB, acho que a empresa vai manter as operações do Brasil/América Latina e se realmente não conseguir resultados em sua reestruturação, vai oferecer estas operações aos compradores da Opel; é o que eu faria.