Carro da semana, opinião de dono: Hyundai HB20 1.6 Premium 2013
05/03/2015
Olá pessoal, meu nome é Cleiton e moro em São Paulo/SP, Zona Oeste. Acompanho o NA a cerca de 3 anos, e como a grande maioria dos brasileiros, sou um apaixonado por automóveis. Como vejo vários relatos de automóveis dos donos, e acredito ser de grande ajuda para quem deseja adquirir um modelo específico, buscando informações dos donos mesmo, então decidi relatar minhas impressões do meu automóvel.
Bem, o modelo que vou relatar é o Hyundai HB20 1.6 MT Premium, 13/13, na cor vermelha, que adquiri em março de 2013. Este é o meu 3º carro 0km. Também compactuo da ideia de que carros 0km desvalorizam, mas a chance de você ter dor de cabeça é sempre bem menor quando se adquire um usado, com exceção da certeza da boa procedência do seminovo que você está adquirindo. Meu carro anterior foi um Fiat Punto T-Jet Branco 2010 (adquiri ele usado), e tive certas despesas com ele. Por isso minha troca foi para um 0km, para ficar por um bom tempo, sem me preocupar com custos e manutenções.
A EscolhaTenho 27 anos, e quem dirige o automóvel é apenas eu e a minha esposa. A garagem de casa também é pequena, logo deveria escolher um automóvel pequeno, mas que me atendesse também em viagens, não tivesse uma cara de “tiozão” e não me deixasse deprimido em sair de um carro Turbo. Na época, dos modelos disponíveis no mercado que eu achava interessante, era o VW Gol, o Ford New Fiesta (ainda mexicano na época), Ford Fiesta Rocam (design não me agradava, mas seria uma escolha mais funcional, já que o preço estava bem interessante na versão 1.6, no entanto acabei descartando), Chevrolet Onix 1.4 (versão automática com 6 marchas era o atrativo, além da central multimídia) e o recém chegado Hyundai HB20 1.6 (motor forte, design interessante, acabamento acima dos concorrentes).
O que me influenciou na escolha foi a questão do seguro também. Não queria pagar os R$ 3.000,00 que acabei pagando na época do Punto. Cotando os carros, o Gol chegava na casa dos R$ 2.000,00, o que achei bem caro pelo que o carro oferecia. O Fiesta Rocam já estava fora da lista, por isso nem cotei. No caso do New Fiesta mexicano, achei o carro bem interessante, mas a questão de ser importado fez com que eu ficasse com receio também. Com relação ao Onix, achei o carro até interessante, mas acredito que a GM tenha errado ao colocar um câmbio moderno AT6, no motor 1.4 econoflex “repaginado” (já tive um Corsa 1.4 econoflex, e com o carro carregado, a sensação de estar em um carro 1.0 era nítida). Então resolvi descartar o Onix também, e acabei decidindo em correr atrás do badalado HB20. Logo, fui fazer o teste drive na concessionária, e gostei muito das respostas do motor 1.6!
Claro, não era um turbo, mas me atenderia sem problemas.
Definição do ModeloNo Show room da Concessionária, havia praticamente todos os modelos. Até pensei na escolha de um automático, mas nos dias de hoje ao meu ver, escolher um carro com câmbio de 4 marchas seria regredir um pouco. Tinha um amigo na época que tinha um i30 de 4 marchas, e ele me dizia sempre que, se o carro tivesse ao menos mais 1 marcha a mais, seria perfeito! Na minha opinião, na questão dos automáticos, a Hyundai economizou no câmbio e caprichou no motor do HB20, e a GM fez o inverso com o Onix.
Olhando a diferença de acabamento e itens de série, a versão mais interessante seria a Comfort Plus 1.6, pois já viria com VE, TE, Alarme Perimétrico, AC, DH e os já obrigatórios Air Bag e ABS. No entanto, as rodas eram de ferro, aro 14, com perfil relativamente fino, não tinha porta-óculos, nem faróis de neblina, itens que gostaria de ter na minha escolha, sem ficar colocando adicionalmente depois. Logo, fiquei em dúvida entre as versões Comfort Style e Premium. Na época (se não estou enganado), a diferença era cerca de R$ 2.500,00 a diferença de um para o outro, e o Premium tinha como diferencial as rodas aro 15 de liga leve (Style era de liga leve, mas aro 14), Alarme volumétrico, painel com 2 cores, cinzeiro (uso mais como porta-moedas), sensores de estacionamento, volante e câmbio com acabamento em couro, banco traseiro bipartido e a máscara do farol prateada (embora minha preferência era pela máscara negra, mas me acostumei até com a cor prata). Bem, mais pelo peso das rodas, sensores de estacionamento e do alarme volumétrico que considero itens importantes, optei pela versão Premium. Na época, adquiri ele por R$ 45.600,00.
Retirada da ConcessionáriaFora a “empurroterapia” comum das Concessionárias que encontrei na loja (fechei apenas Insulfilm, Tapete e Protetor de Cárter), o que me chateou foi que o técnico, embora tenha explicado bem os itens do carro, quando dei a partida, percebi que estava falhando, e já tinha 11km rodados… Questionei ele se conseguiria chegar no posto do outro lado da avenida (uns 500 metros no máximo, contando com o retorno). E ele me garantiu: “Claro, pode ir que chega sem problemas”. Com muito custo, cheguei no posto, e completei com Etanol. A princípio, achando que estava tranquilo, descendo a avenida Giovani Gronchi para voltar pra minha casa, quando do nada o carro apaga, bem na rotatória de frente do estádio do Morumbi! E eu dava partida, e nada… não funcionava, já fiquei desesperado, ligava pro vendedor e ele não atendia. Liguei o alerta, meio preocupado, até que pensei o que poderia ter ocorrido: talvez ar na linha de combustível, já que o tanque agora estava cheio. Então fiz igual carro carburado: dando partida e bombeando o acelerador, até que ele enfim pegou, depois estabilizou e assim fui embora.
ExteriorO design do carro, baseado na “escultura fluída” da Hyundai é um dos pontos que, no meu caso, me agradou bastante. O carro consegue ter um visual agradável, e desde o lançamento até agora, se mantém atualizado, mesmo sem ter recebido nenhuma alteração estética até o momento. Inclusive, muitos confundem o design dele com o da categoria superior (do novo i30). Logo, quando se paga menos por um carro que se assemelha muito a um carro de categoria acima, isso é muito vantajoso.
A versão que escolhi fiquei bastante satisfeito, já que possui repetidor de seta nos retrovisores, rodas de liga leve aro 15, com pneus 185/60, sensores de estacionamento e faróis de neblina, o que me influenciou na escolha para que eu ficasse satisfeito com um carro que tenho intenção de ficar por pelo menos uns 5 anos.
InteriorO interior também merece muitos elogios, afinal de contas a Hyundai caprichou no design e nos encaixes. O painel, por exemplo, possui um estilo dos carros superiores, o que me lembra muito o design do antigo i30, com difusores de ar com desenhos modernos e os botões bem funcionais. Gosto muito do painel de instrumentos também, que comparado com o anterior Elantra, é muito semelhante, com computador de bordo simples e funcional.
Nesta versão Premium, ele possui também sensor crepuscular, que ativa os faróis quando escurece. Embora alguns achem frescura, acho interessante para até não esquecer o farol ligado. Quando desligo o carro, ele fica com o farol ligado por um tempo, e depois apaga… O que auxilia ao chegar em alguma garagem escura.
O som, embora simples, me agrada, já que “casa” bem com o design do painel. Nesta versão, ele possui controle nos volantes, bem como para atendimento de chamadas. Em alguns aparelhos celulares, ele mostra também o número que está sendo discado, já em outros isso não funciona, dependendo da funcionalidade Bluetooth do aparelho. A qualidade, ao meu ponto de vista, é satisfatória. Mas pra quem gosta de um som de melhor qualidade, acredito ser melhor trocar os falantes e talvez o aparelho também, ou acrescentar um módulo e caixas.
De ponto negativo, senti falta de um simples sensor de temperatura, de um AC Digital e do acabamento em tecido das portas traseiras.
Desempenho e ConsumoEstá aqui, na minha opinião, um dos pontos fortes do carro. Motor forte (128 cv no Etanol e 122 cv na Gasolina) com bom torque em baixas rotações (cerca de 80% dos 16,5 Kgfm no Etanol e 16 Kgfm na Gasolina já nas 2.000 RPM).
O consumo foi é outro ponto que me agradou. Rodando na cidade, em trajetos com trânsito moderado, faço médias de 7,5 a 8,0 km/l. Na estrada, a média fica na casa de 12 a 15 km/l, dependendo do rodar. Todas estas médias foram calculadas com 80% de Etanol e 20% com Gasolina Aditivada no tanque. Após vários testes de mistura, elegi sendo esta como a melhor no meu caso, já que o motor fica com um desempenho muito superior (com apenas gasolina o motor fica um pouco “preso”, além do consumo ficar pouco acima desses valores apenas).
O câmbio possui engates precisos e curtos, comum ao gosto dos brasileiros. Outro ponto positivo para os coreanos que fizeram bem o levantamento do gosto nacional, para poder lançar o carro aqui.
Comodidade e ConfortoGostei muito do nível de tecnologia embarcada no veículo e conforto oferecido. Dentro do automóvel, por exemplo, o ruído é muito pequeno, o som do motor é suave, e os engates do câmbio são bem macios e diretos, bem semelhantes aos do modelo do atual VW Gol. No meu veículo anterior (Fiat Punto), embora o desempenho do motor era muito satisfatório, sentia falta da precisão do câmbio, algo que no conjunto motor x câmbio da Hyundai, na minha opinião, isso ficou bem acertado.
Um ponto negativo, que muitos donos salientam do veículo, tanto versão Sedan, X ou do hatch, é da suspensão traseira. Acredito que deve ser uma característica do veículo, mas que ao rodar com o carro com 4 ou 5 pessoas, há bastante incômodo para os passageiros que ficam parte de trás. A impressão é de que o curso da mola e amortecedor é curto, transmitindo com mais facilidade as irregularidades com o carro carregado. Com 1 ou 2 pessoas, esta sensação não é percebida.
RevisõesJá realizei 2 revisões, de 10.000 km e 20.000 km. Pelo manual da Hyundai, a regra é 10.000 km ou 1 ano, o que vier primeiro. Na primeira revisão, pela minha falta de tempo, pedi que minha esposa levasse na concessionária mais próxima, que foi a mesma que adquiri o veículo.
Paguei o seguinte:
– Revisão 10.000 km: R$ 153,19 (valor tabelado na época)
– Alinhamento / Balanceamento / Rodízio dos Pneus R$ 120,00
– Total: R$ 273,19
Com relação ao serviço, fiquei muito insatisfeito com o alinhamento e balanceamento que foram feitos no carro, já que percebi que não foram feitos o rodízio dos pneus, e o meu volante ficou completamente torto.
Na 2ª revisão, resolvi tirar tempo e eu mesmo levar o carro, mas agora em outra concessionária. Relatei o problema e a minha insatisfação com a rede e que, não faria mais alinhamento na autorizada da marca. Ele me pediu uma nova chance para fazer o serviço, e acabei pagando o serviço lá.
Valores:
– Revisão 20.000 km: R$ 219,01
– Filtro de Ar Condicionado: R$ 53,00 (me sugeriram a troca e aceitei)
– Alinhamento / Balanceamento / Rodízio dos Pneus R$ 120,00
– Total: R$ 392,01
Desta vez saí mais satisfeito com o carro e os serviços que foram prestados.
Achei apenas um absurdo que, em ambas as concessionárias e revisões, eles não realizarem o serviço de lavagem como cortesia para o cliente, querendo cobrar quando o serviço fosse realizado. Em ambas, preferi não pagar.
ConclusãoApós rodar mais de 20.000 km com o meu HB20, aprovo e recomendo a compra pra que procura um veículo do segmento de hatch compacto. Para o meu caso, consegui um seguro mais acessível, um carro que atende e supera em muitos pontos a minha necessidade, e que embora possua alguns pontos negativos (como a suspensão traseira e baixa qualidade da rede autorizada), ainda sim estou satisfeito com o veículo.
Gostaria apenas que a HMB olhasse com mais atenção para a versão automática, e colocasse um câmbio mais moderno, pois com certeza ganharia mais clientes, já que não apenas eu, mas muitos consideram a caixa AT4 utilizada no automático atual “antiquada” para o bom motor Gamma 1.6.
Senti falta também de alguns itens tecnológicos presentes em alguns rivais, como o Controle de Estabilidade, assistente de partida em rampa e Ar Condicionado Digital, itens que, talvez se eu fosse adquirir o carro hoje, pensaria melhor olhando com melhores olhos outros da mesma categoria. Poderiam ter colocado também cinto de três pontos e apoio de cabeça para o assento traseiro central, uma pena…
Logo, concluo que o HB20 está dentro dos planos de ficar na minha família por mais uns 3 anos ao menos, e quem sabe o que nos aguarda no mercado automobilístico em um futuro próximo. Quem sabe a tecnologia de injeção direta seja mais utilizada, e o turbo pare de ser item de luxo e desculpa para elevar o valor do seguro dos automóveis sobrealimentados.
Por Cleiton Amaral
Fonte:http://www.noticiasautomotivas.com.br/carro-da-semana-opiniao-de-dono-hyundai-hb20-1-6-premium-2013/