Fred escreveu:Fomentando a discussão, os motores 16v, apesar de apresentarem grandes vantagens em rendimento, não são unanimidade no Brasil. Já tivemos casos de unidades identicas com cabeçotes 8v e 16v sendo o 16v descontinuado em função de baixas vendas. Da mesma forma que o americanos, o brasileiro (o leigo, sua esposa e a mãe dele) prefere torque em vez de potência.
Vou citar minha experiência: estamos com 2 fits LX lá em casa, um 05 (8v i-dsi) e um 09 (16v vtec). Apesar de saber que os gráficos apresentados pela Honda mostram valores iguais para torque em baixa rotação, considero o 8v é muito mais agradável de dirigir na cidade (mesmo com quase 20cv a menos). E isso que EU SEI as incontáveis vantagens das 16v.
Sobre poluição, o fato de um veículo atender normas europeias não quer dizer que o mesmo cumpra o mesmo com a nossa gasolina, que, a princípio, tem o álcool adicionado e teor de enxofre maior. Só Deus sabe o que uma ECU tem que fazer pra deglutir nosso coquetel.
Não sei qual a idade média do pessoal daqui, se sempre foram DOIDOS por carro, como eu, desde pequeno. Meu pai adorava comprar um cacareco e reformar, de preferência, Jeep e Rural Willys, Citroën 2CV e alguns outros, melhorando o carro (motor de Maverick no Jeep e de Opala na Rural, etc.), mas eu sempre acompanhei o que acontece por ser muito curioso quanto a tecnologia, engenharia e mecânica em geral. O Tempra, na minha opinião, era UM HORROR com motor 16v, já uma ex-namorada ("ex" por opção dela, infelizmente para mim) aprendeu a dirigir em Tempra 8v e adorava o carro (até hoje a família só tem Fiat; ela, uma Marea 2.4), apesar do peso do carro para o 2.0, que eu achava excessivo.
Na época do lançamento do Vectra B aqui (1.994?), o 16v era só do GSi e os outros, 2.0 8v. Na Europa, por conta da legislação mais restritiva a emissões de bastante tempo, o motor 16v foi adotado mais tarde com potência em 136 cv para favorecer o torque nos modelos não-esportivos, solução também adotada pela VW, ambas ficando aqui com o 2.0 8v. Outra coisa que não favoreceu a fama dos 16v foram diversas histórias de Tempras que a correia do cabeçote rompia, em geral por falta de manutenção correta por parte do dono, e aí os pistões DESTRUIAM as válvulas porque sem a correia perdia-se a coordenação entre as duas partes do motor, e aí, o conserto ficava MUITO, MAS MUITO CARO.
Sobre TORQUE X POTÊNCIA, concordo, mas também lembro aos colegas que o tipo de condução que estes carros precisam tende a se tornar comum, habitual. Primeiro porque, como já disse, vindo de um 1.0, qualquer coisa acima já é uma grande melhora. Segundo, porque quando os 16v se tornarem padrão, acostuma-se; como é que você vai sentir falta de algo que nunca conheceu? Fora a grande revolução que está acontecendo hoje, que é a dispersão de sistemas como comandos variáveis e turbos em todo o tipo de motor, das mais variadas cilindradas.
É bom lembrar que até mesmo o famoso 1.8 20v tão usado em Audis e VW sob o ponto de vista puramente tecnológico, HOJE, pode ser considerado um motor de baixa de tecnologia, pois como aspirado, mesmo tendo 5 válvulas por cilindro, não se valia de comandos variáveis para melhorar o torque em baixas rotações. Daí o fato destes 1.8 aspirados terem vendido tão pouco por aqui e nem mesmo serem oferecidos nos EUA. Tinham, isso sim, um conceito de aplicação de turbina de tamanho relativamente pequeno que fazia dele algo muito bom. Este é conceito que a Fiat aplica HOJE em seu 1.4 Turbo com dez ou mais anos de atraso(!!!!). Os atuais motores 2.0 da VW/Audi já começam a adotar comandos variáveis junto com os turbos. Naquela época já apareciam com bastante freqüência os VTEC da Honda e que logo passaram a ser disseminados a modelos médios, como o Civic 1.7 feito aqui. Mesmo sabendo-se que a aquele 1.7 sofria de alguma fala de fôlego, problema atribuído ao (sucesso( New Civic hoje, o carro foi bem.
Sobre poluição, lembro aos colegas que o álcool é tão bem cotado porque NÃO TEM ENXOFRE NEM COMPOSTOS QUE O ORIGINEM. A questão da poluição também deve contemplar algo que eu sempre disse que era o problema dos tais motores vetustos brasileiros (GM e VW), que é a falta de atualização em seus blocos para que a queima fosse mais eficiente. A VW foi quem mais fez neste sentido em relação AOS BLOCOS, mas não nos cabeçotes. SE o enxofre está lá, vai estar do mesmo modo e aí, para lidar com ele, só mesmo o catalisador (ou a Petrobras ser FORÇADA a distribuir menos lucros e investir em refinarias que produzam gasolina mais limpa), a questão a que eu me refiro é a queima em si, onde cabeçotes 16v, com ou sem injeção direta (que não lida bem com o enxofre), vaporizam melhor o combustível, que queima melhor, aumentando a eficiência calorífica e produz resíduos que podem ser melhor tratados nos catalisadores exatamente por conta desta queima mais perfeita.