AutoUniverso
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Você não está conectado. Conecte-se ou registre-se

Prorrogação do IPI revela contradições

3 participantes

Ir para baixo  Mensagem [Página 1 de 1]

Fabiano

Fabiano

Prorrogação do IPI revela contradições 05176-abre-prec

Medida anima indústria, mas etanol em alta não traduz incentivo ao flex como governo sugere.....

O governo não resistiu. Livrou os carros
flex da segunda retomada do Imposto Sobre Produtos Industrializados –
IPI – até março de 2010. Como forma de proteger a própria indústria com
a "ameaça" do dólar em baixa – que favorece os importados movidos a
gasolina –, a medida incentiva a compra de modelos flex e se baseia na
ideia de que o uso de etanol ajuda na redução da emissão de poluentes.
A alíquota para os flex se mantém em 3% para motores até 1-litro e em
7,5% para veículos até 2-litros, enquanto os modelos a gasolina voltam
a pagar 13%. Mas a atitude do governo esconde contradições. A principal
delas é incentivar a preservação do ambiente com o uso de etanol
enquanto o combustível está em alta no mercado. Para o professor da
Fundação Getúlio Vargas, Robson Gonçalves, a medida é frágil. "O que o
governo deveria fazer era tributar mais os combustíveis. Assim, o
consumidor optaria pelo combustível que polui menos, por ser o mais
barato", argumenta.

Outras resoluções são ainda estudadas pelas
autoridades, como o uso de selos que classifiquem o carro pela economia
de combustível e outro que destaca os carros compactos e menos
poluentes. Desta forma, a alíquota do IPI variaria de acordo com a
eficiência do veículo. E funcionaria como acontece atualmente com a
chamada "linha branca" de eletrodomésticos, classificada de acordo com
a eficiência energética. Só que, com o país em um período pós-crise,
muitos analistas acreditam que a preocupação dos governantes se dá mais
por conta da economia do que por uma questão ambiental. "Pode até ser
que o governo tenha pensado no ambiente, mas a médio e longo prazo. O
objetivo nesse momento é a indústria, que não pode parar", acredita
Alexandre Andrade, economista da Consultoria Tendências.

Para os
fabricantes, é claro, a prorrogação do IPI até março de 2010 serviu
como uma injeção de ânimo para a indústria, que já em novembro sentiu o
recuo de 15,23% nos emplacamentos de automóveis e comerciais leves.
Segundo a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores, a
Fenabrave, foram 238.504 unidades comercializadas em novembro, contra
281.342 unidades em outubro. E os picos em volume de vendas ocorreram
justamente a cada período que o IPI era "simbolicamente" finalizado.
"As altas aconteceram em março, junho e setembro. Essa nova prorrogação
traz novas perspectivas para 2010 e um incentivo extra para a
recuperação do mercado", analisa Tai Kawasaky, vice-presidente
comercial da Nissan.

Em contrapartida, surge a questão do preço
do etanol. Segundo analistas, o que elevou o preço do combustível de
origem vegetal nos últimos tempos foi a demanda. Isso porque o açúcar
estava valorizado no mercado. Logo, grande parte dos produtores
resolveu canalizar a produção do álcool para o produto. "A tendência,
no entanto, é que o valor do combustível se normalize", aposta Andrade,
da consultoria Tendências. O Brasil, aliás, é o segundo maior produtor
mundial de etanol – o primeiro no ranking são os Estados Unidos –, com
mais de 25 bilhões de litros do combustível produzidos anualmente.

De
qualquer forma, antes do incentivo da compra de veículos flex, os
modelos já dominavam as vendas. Em novembro foram comercializadas
206.980 unidades com propulsor que aceita os dois combustíveis, ou 86%
do total – apenas 31.524, ou 14%, tinham motorização a gasolina e a
diesel. "Os carros flex já são a preferência nacional. Com a manutenção
da redução do imposto, o que existe é um aumento da margem do
crescimento para o próximo ano. O que fizeram foi apenas privilegiar
essa escolha desse consumidor", acrescenta Dario Gaspar,
vice-presidente da AT Kearney Consultoria. E a suposta "ideia" de
conscientizar o consumidor brasileiro quanto aos gases poluentes
emitidos pelos veículos automotores não é de todo ruim, caso o
abastecimento coubesse no bolso do consumidor. "A melhor forma para que
as pessoas tomem conhecimento sobre a preservação do ambiente é fazer
com que elas sintam os prejuízos também no bolso", reforça o professor
da Fundação Getúlio Vargas, Robson Gonçalves

Instantâneas

#
A redução do IPI vai custar cerca de R$ 1,3 bilhão aos cofres públicos
no período de 1º de dezembro de 2009 a 31 de março de 2010.

# Em 2008, cerca de 86% da frota de automóveis e comerciais leves vendidos foi de modelos flex.

#
O programa "Pró-Álcool" foi criado pelo governo brasileiro em 1975, em
plena ditadura militar, pelo governo do general Ernesto Geisel, por
conta da crise mundial do petróleo na época. O primeiro carro a ser
lançado com um propulsor movido a etanol foi o extinto Fiat 147, em
1978.

# Atualmente existem 9,2 milhões de veículos flex no Brasil. O número equivale a 1/3 da frota brasileira.

#
Segundo um estudo realizado por meio de um consórcio de instituições
brasileiras e pela embaixada britânica, o Brasil pode perder R$ 3,65
trilhões de seu Produto Interno Bruto – PIB – nos próximos 40 anos para
conter efeitos das mudanças climáticas.

Tudo e nada

A
medida do Ministério da Fazenda em relação ao IPI atingiu a indústria
automotiva em três patamares. Reduziu a alíquota a 3% para carros 1.0 e
7,5% para veículos 2.0, dá isenção total para caminhões – até o dia 30
de junho de 2010 –, e manteve a taxa original de 13% para veículos a
gasolina. Para os fabricantes de caminhões e ônibus, a alíquota zerada
é bem-vinda para que aconteça uma estabilidade nos preços dos produtos.
"A notícia é boa, mas ainda não é suficiente", afirma Antonio Dadalti,
vice-presidente comercial da Iveco na América Latina. Ele acrescenta
que a indústria de caminhões aguarda a extensão do Finame
Pró-Caminhoneiro, programa de financiamento de caminhões zero e usados
criado pelo BNDES, em 2006.

Para os fabricantes que
comercializam carros movidos a gasolina, a notícia do desconto até
março de 2010 não foi motivadora. "Essa ação acaba sendo prejudicial
para nós, pois passamos a ter uma desvantagem competitiva", argumenta
Ary Jorge Ribeiro, diretor de vendas da Kia. A solução encontrada para
a montadora foi então absorver o imposto e não repassar para o
consumidor. "Somos frontalmente contrários a esta medida protecionista.
Mas, em respeito aos consumidores, não vamos repassar o retorno gradual
do IPI", disse José Luiz Gandini, presidente da Kia.

Fonte: Webmotors

http://www.oticainova.com.br

Fabiano

Fabiano

É uma forma muito bruta de controlar os gases de carros apenas na gasolina, o que este governo ignorante não sabe, é que um carro hoje flex rodando na gasolina polui mais que um 100% a gasolina, pela aberação que essa tecnologia ainda é.

Ainda sou mais a tecnica da etiquetagem, pois um carro flex nem sempre será mais economico e menos poluente que um carro a gasolina.

Como disse o Domingos a muito tempo atras no RCB, a melhor maneira de ter um carro economico e pouco poluente dentro das suas caracteristicas é manter ele revisado e bem ajustado.

http://www.oticainova.com.br

R8V

R8V
Administrador

Mais uma medida questionável do governo, normal....

Domingos V


Administrador

É que o álcool tem toda aquela imagem de ecologia, da mesma forma que hoje em dia você é considerado ecológico se usar roupas de algodão que podem durar muito pouco e usar um ônibus movido a diesel para trabalhar. O segredo não é realmente ser ecológico e sim apenas parecer ecológico, mesmo perante alguns grupos que dizem que são ecologistas...

Muito carro flex cospe álcool pelo escape por não ter a compressão necessária ou pelo menos o ajuste necessário da injeção. Então o certo é ver pela etiqueta e pelos fatos mesmo, além de incentivar que motores flex mais eficiêntes sejam feitos - pois aí sim o álcool polui menos.

A medida acaba sendo meia-boca por causa disso, mas até que não é ruim de todo por compensar um pouco o dólar baixo sem recorrer à medidas protecionistas mais radicais que costumam serem ruins e como no geral os flex poluem menos mesmo acaba beneficiando sim o meio-ambiente. Faltou pensar mais e associar a redução à etiqueta de eficiência também.

Fabiano, sobre a manutenção, exatamente. Um carro bem mantido em frequencia e qualidade da manutenção é uma das coisas mais importantes a se fazer tanto para a economia de combustível e de dinheiro a longo prazo como para o meio-ambiente. Felizmente as inspeções anuais estão ficando mais abrangentes pelo Brasil agora.

Conteúdo patrocinado



Ir para o topo  Mensagem [Página 1 de 1]

Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos