Peugeot 2008, quase pronto, terá bom recheio na estreia em junho
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Leonardo Felix
Colaboração para o UOL, em Engenheiros Passos (RJ)
05/01/201516h27
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Modelo terá duas opções de motor 1.6 e versões com três câmbios diferentes
O Peugeot 2008 não foi apenas a grande estrela da marca francesa no
Salão de São Paulo 2014. Será, a partir da segunda metade deste ano, a esperança de retomada após fase de queda livre da marca no mercado brasileiro. Antes candidata a ser uma das cinco maiores montadoras do país, a Peugeot hoje detém menos de 1,3% de participação -- nem no top 10 ela figura mais.
Com o SUV compacto, que será o único grande lançamento da fabricante em 2015 (que ocorre entre fim de maio e, o mais provável, início de junho; a outra novidade importante é o 308 europeu, que se tornará versão de topo da gama do hatch médio), o objetivo é voltar a crescer, embora em patamares mais modestos: 10% em 2015 (de 41 mil para 45 mil unidades por ano) e mais 10% em 2016, retornando ao patamar de 50 mil.
Daqui dois anos, um em cada cinco automóveis vendidos pela marca seria um 2008.
Ainda é pouco para a capacidade da fábrica de Porto Real (RJ), de 200 mil veículos/ano, mas o foco momentâneo da Peugeot é recuperar os prejuízos com aumento de rentabilidade, e não com crescimento das vendas. Isso significa reposicionar a marca como "premium", acima da Citroën (sempre foi o contrário, mas tudo bem) e abaixo da DS no grupo PSA, e oferecer produtos recheados de equipamentos e um pouco mais salgados no preço.
Por isso, não espere encontrar versões do 2008 muito abaixo de R$ 70 mil.
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Peugeot 2008 roda no Brasil antes da estreia20 fotos
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Produzido em Porto Real (RJ), modelo vai se posicionar com status mais premium e pacote mais recheado que rivais como Ford EcoSport e Renault Duster; por isso, não espere preços muito abaixo de R$ 70 mil
DivulgaçãoEm dezembro, a convite da Peugeot,
UOL Carros visitou a fábrica da PSA no Rio de Janeiro e andou num exemplar pré-série do 2008. Foi possível conhecer vários itens que estarão nas versões definitivas do jipinho (ou crossover).
Conforme antecipado, a motorização será apenas 1.6, com o conhecido motor aspirado e bicombustível de 115/122 cv (gasolina/etanol) acoplado ao câmbio manual de cinco marchas do 208; e com o THP turboflex de 165/173 cv, recentemente lançado no
C4 Lounge e com duas opções de transmissão de seis velocidades: manual (do DS3) ou automática (também do C4 Lounge).
Parece que a Peugeot acertou nas combinações: mecanicamente, as suspensões estão bem calibradas, e a estabilidade fica acima da média do segmento -- muito por conta do perfil baixo do modelo. O propulsor aspirado dá conta do recado sem dificuldades, enquanto o THP sobra -- e por isso deve virar referência no segmento. O ponto mais frágil está no câmbio de cinco marchas, bastante impreciso e com curso demasiadamente longo.
A lista de equipamentos também é robusta. No teste, o 2008 de entrada continha airbags frontais, direção, vidros, travas e retrovisores externos elétricos, sensor de estacionamento, ar-condicionado digital de duas zonas e central multimídia (bem completa e com comandos muito simples e intuitivos, diga-se).
O THP acrescentava controles de estabilidade e aderência (semelhante ao controle de tração), assistente de subida em rampas, airbags laterais e de cortina, faróis de neblina com dosagem da intensidade da luz em curvas e teto panorâmico de vidro. Uma câmera de ré seria bem-vinda, mas não chega a fazer tanta falta.
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Interior está praticamente idêntico ao do 208, incluindo quadro de instrumentos acima do pequeno e ovalado volante; marca ainda pode rebuscar acabamento
O acabamento é semelhante ao do 208, e talvez possa ser aprimorado para dar ao utilitário refinamento interno um pouco maior. De qualquer forma, faltando cinco meses para o lançamento, o 2008 já está em um bom caminho de desenvolvimento, e pode virar uma opção interessante em meio à fortíssima concorrência de Ford EcoSport, Renault Duster, Jeep Renegade e Honda HR-V (sem citar os que correm por fora).
Para além disso, ficou claro que itens como o motor THP turboflex e os câmbios de seis marchas são boas opções para incrementar os modelos de entrada do grupo (como 208 e 308), facilitando, inclusive, a nacionalização de algum modelo da recém-criada DS no futuro. Portanto, acertar a mão no 2008 é fundamental para definir o que será do futuro da Peugeot e da PSA no Brasil.
COMENTÁRIOS: Não entendo o por quê de mostrar agora um modelo com lançamento comercial tão para adiante. E pior, onde se diz que as versões automáticas chegarão ainda depois. Não gostei do desenho das rodas. Olhando o site da empresa, tem outras mais interessantes, inclusive aquelas mostradas no Salão. Deve ser porque, ao que parece, no processo de tirar coisas do modelo, não vamos ter por aqui as rodas aro 17. Uma pena...