Buick supera um milhão vendidos em 2016 e bate recorde histórico
22/10/2016 12:0029 comentários4 Minutos de Leitura
buick-envision-eua-1
Em 2009, a GM estava em seu momento decisivo: encolher ou morrer. Naturalmente, a opção foi encolher. Assim, o processo de extinção de marcas retirou do mercado bandeiras como Hummer, Saab, Pontiac e Saturn.
Mas, com esse enorme navio naufragando, os lugares nos botes já estavam reservados e por muito pouco GMC e Buick não tiveram a mesmo destino. Até a Opel esteve perto de pular na água. Dessas que sobreviveram, a Buick agora mostra que realmente valeu a pena.
Após nove meses, as vendas da marca americana superaram a marca de um milhão de carros vendidos. Nem em seus eternos 113 anos de história, a Buick conseguiu vender tantos carros assim em tão pouco tempo. E olha que o mercado americano já teve seus tempos áureos.
Foram 1.046.746 unidades vendidas entre janeiro e setembro, um volume 23% maior que o de 2015, tendo sido registrados um acréscimo de mais de 200 mil clientes. Essa é a quarta vez consecutiva que a Buick bate recorde de vendas, mas agora tem um gostinho diferente.
2017 Buick Encore
Tudo isso não foi porque o americano decidiu voltar-se para a Buick. Quem realmente aprecia a marca é o consumidor chinês. Apesar disso, Duncan Aldred, vice-presidente de Vendas Globais Buick, Serviços e Marketing diz: “A demanda mundial (lê-se China) continua a crescer para o luxo da Buick e os belos, tranquilos e confortáveis carros e SUVs que oferecemos”.
Atualmente, a Buick é classificada como a segunda marca de carros mais vendida da China – a primeira é a Volkswagen – mas nos EUA, sua performance é bem mais modesta, apesar de superar Acura, Audi, Infiniti e Lincoln.
Em seu lineup, o modelo mais vendido é o SUV Envision, uma criação destinada inicialmente ao mercado chinês, que já emplacou mais de 200.000 exemplares esse ano. O estoque do utilitário esportivo não dura mais do que 23 dias contra 65 dias de vendas do mercado. E isso nos EUA, onde o modelo chega importado da China. O que ajudou bastante foram as cinco estrelas do NHTSA e o Top Safety Pick Plus da IIHS.
Com isso, a GM através da Buick mostra que o preconceito americano contra carros chineses – lembrando certo país da América do Sul – está sendo deixado de lado. Outro modelo que está dando orgulho para a marca é o Encore, irmão mais premium do Chevrolet Tracker. Em setembro, vendeu quase 8 mil unidades nos EUA.
buick_excelle_2003
Mas como aconteceu?
A sobrevivência da Buick não foi garantida em uma simples decisão de mantê-la em 2009. Começou bem antes, lá por volta dos anos 90, quando a GM começou a se aproximar da China. Comandada por Rick Wagoner, a montadora americana acreditou que o mercado chinês trocaria as bicicletas por carros e acabariam ávidos por carros americanos, tais como Buick, Chevrolet e Cadillac.
No começo dos anos 2000, as vendas da Buick começaram a mostrar a preferência do consumidor chinês e em 2001, o modelo GL8 já estava sendo exportado para as Filipinas. Naquela época, a marca se tornou muito popular na China, tanto que os nossos Corsa e Corsa Wagon foram vendidos sob os três escudos. Mas a grande sacada foi converter o Daewoo Lacetti em Buick Excelle.
A partir daí, as vendas da Buick decolaram na China, superou em 100% os emplacamentos da marca nos EUA já em 2007 com 330 mil vendidos. Então, quando chegou o momento decisivo de 2009, havia um crédito na conta da empresa e o saldo era em yuans.
Para resolver de vez a questão do lineup, ainda muito mesclado, a GM transferiu a sinergia que havia entre Saturn e Opel para a Buick, que passou a ter seus produtos intimamente ligados ao fabricante germânico. Assim aconteceu tanto nos EUA quanto na China, onde a imagem da marca ganhou ainda mais força.
22/10/2016 12:0029 comentários4 Minutos de Leitura
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Em 2009, a GM estava em seu momento decisivo: encolher ou morrer. Naturalmente, a opção foi encolher. Assim, o processo de extinção de marcas retirou do mercado bandeiras como Hummer, Saab, Pontiac e Saturn.
Mas, com esse enorme navio naufragando, os lugares nos botes já estavam reservados e por muito pouco GMC e Buick não tiveram a mesmo destino. Até a Opel esteve perto de pular na água. Dessas que sobreviveram, a Buick agora mostra que realmente valeu a pena.
Após nove meses, as vendas da marca americana superaram a marca de um milhão de carros vendidos. Nem em seus eternos 113 anos de história, a Buick conseguiu vender tantos carros assim em tão pouco tempo. E olha que o mercado americano já teve seus tempos áureos.
Foram 1.046.746 unidades vendidas entre janeiro e setembro, um volume 23% maior que o de 2015, tendo sido registrados um acréscimo de mais de 200 mil clientes. Essa é a quarta vez consecutiva que a Buick bate recorde de vendas, mas agora tem um gostinho diferente.
2017 Buick Encore
Tudo isso não foi porque o americano decidiu voltar-se para a Buick. Quem realmente aprecia a marca é o consumidor chinês. Apesar disso, Duncan Aldred, vice-presidente de Vendas Globais Buick, Serviços e Marketing diz: “A demanda mundial (lê-se China) continua a crescer para o luxo da Buick e os belos, tranquilos e confortáveis carros e SUVs que oferecemos”.
Atualmente, a Buick é classificada como a segunda marca de carros mais vendida da China – a primeira é a Volkswagen – mas nos EUA, sua performance é bem mais modesta, apesar de superar Acura, Audi, Infiniti e Lincoln.
Em seu lineup, o modelo mais vendido é o SUV Envision, uma criação destinada inicialmente ao mercado chinês, que já emplacou mais de 200.000 exemplares esse ano. O estoque do utilitário esportivo não dura mais do que 23 dias contra 65 dias de vendas do mercado. E isso nos EUA, onde o modelo chega importado da China. O que ajudou bastante foram as cinco estrelas do NHTSA e o Top Safety Pick Plus da IIHS.
Com isso, a GM através da Buick mostra que o preconceito americano contra carros chineses – lembrando certo país da América do Sul – está sendo deixado de lado. Outro modelo que está dando orgulho para a marca é o Encore, irmão mais premium do Chevrolet Tracker. Em setembro, vendeu quase 8 mil unidades nos EUA.
buick_excelle_2003
Mas como aconteceu?
A sobrevivência da Buick não foi garantida em uma simples decisão de mantê-la em 2009. Começou bem antes, lá por volta dos anos 90, quando a GM começou a se aproximar da China. Comandada por Rick Wagoner, a montadora americana acreditou que o mercado chinês trocaria as bicicletas por carros e acabariam ávidos por carros americanos, tais como Buick, Chevrolet e Cadillac.
No começo dos anos 2000, as vendas da Buick começaram a mostrar a preferência do consumidor chinês e em 2001, o modelo GL8 já estava sendo exportado para as Filipinas. Naquela época, a marca se tornou muito popular na China, tanto que os nossos Corsa e Corsa Wagon foram vendidos sob os três escudos. Mas a grande sacada foi converter o Daewoo Lacetti em Buick Excelle.
A partir daí, as vendas da Buick decolaram na China, superou em 100% os emplacamentos da marca nos EUA já em 2007 com 330 mil vendidos. Então, quando chegou o momento decisivo de 2009, havia um crédito na conta da empresa e o saldo era em yuans.
Para resolver de vez a questão do lineup, ainda muito mesclado, a GM transferiu a sinergia que havia entre Saturn e Opel para a Buick, que passou a ter seus produtos intimamente ligados ao fabricante germânico. Assim aconteceu tanto nos EUA quanto na China, onde a imagem da marca ganhou ainda mais força.