Marca alemã define um plano para se consolidar no mercado nacional e acena com uma fábrica local
Por Hugo Cilo
Quando o britânico Ian Robertson, vice-presidente mundial de vendas da BMW, desembarca em um dos países onde a montadora atua é sinal de que algo muito sério está acontecendo. Ou a subsidiária está mal das pernas ou conquistou o respeito da matriz.
Dias atrás, ele visitou o Brasil pela primeira vez. Problemas? A julgar pelo desempenho da montadora no País, a segunda opção é mais plausível. Em 2009, a BMW cresceu 83,3% no País, com 5.375 unidades entregues. Nos primeiros nove meses de 2010, a expansão atingiu 91%, com a venda de mais de sete mil carros.
Ian Robertson, vice-presidente: "Incrível. Antes, o Brasil tinha um pequeno mercado premium.
Agora, esse público tem se multiplicado"
Isso chamou a atenção de Robertson, membro do board mundial e um dos homens mais fortes do grupo. “Incrível. Antes, o Brasil tinha um pequeno mercado premium. Agora, esse público tem se multiplicado, sem nenhum sinal de que vai parar”, disse o executivo, em entrevista exclusiva à DINHEIRO.
Indícios que fazem do País um dos favoritos para receber uma nova fábrica da montadora. Afinal, o executivo admite que recebeu sinal verde da matriz para escolher um país na América do Sul para construção de uma linha de montagem.
Fábrica de motos: montagem de motocicletas da marca em Manaus, a única fora da Alemanha,
serve de laboratório para a companhia no País
“O lugar ainda não está definido, mas será em um mercado consumidor em ascensão e de grande potencial de crescimento”, disse o executivo, ao descrever características que se encaixam perfeitamente no mercado brasileiro, que não é só um dos grandes do continente, mas sim o quarto no ranking mundial, com 3,4 milhões de unidades em 2010.
Sob o ponto de vista dos negócios, a unidade local faria todo sentido. Fora da matriz, a BMW mantém uma fábrica na Rússia, uma na Índia, duas na China e uma na África do Sul – nenhum desses países mantém com o Brasil acordo de livre comércio ou tratado automotivo, como existe com o México.
“Nosso foco é o mercado premium, mas estamos atentos às questões de custo. Para ser competitivo e garantir a liderança no mercado, precisamos estar perto dos consumidores”, afirmou o executivo.
A produção de um BMW made in Brazil reduziria, no mínimo, 35% do preço final – que é a alíquota de importação de veículos. Alguns outros indícios mostram que a fábrica, se sair do papel, dificilmente não será no Brasil. O País é o único mercado fora da Alemanha a produzir motos da marca.
Mercado Premium: o aumento do poder de consumo abriu espaço para os
modelos mais sofisticados, como o 750i, que custa mais de R$ 550 mil
Graças a uma parceria com a Dafra, a empresa monta em Manaus um modelo de luxo, o G650. Uma possível fábrica brasileira de carros da BMW, entretanto, não é garantia de sucesso. Suas compatriotas Audi e Mercedes-Benz já tiveram linhas de montagem no Brasil e não conseguiram emplacar seus produtos.
A Audi montou em São José dos Pinhais (PR) o A3, e a Mercedes, o Classe A, em Juiz de Fora (MG). “O mercado brasileiro vivia outro momento. Estava muito mais para os populares do que para os sofisticados”, diz o consultor José Rinaldo Caporal, da Megadealer Auto Management. “Hoje, a realidade é outra.”
Enquanto a fábrica da BMW não chega, a marca quer seduzir o consumidor com novidades. Em 2011, a montadora lançará seu primeiro carro elétrico com a promessa de replicar o sucesso dos híbridos (funciona com dois motores, um elétrico e outro a gasolina).
Em três anos, a BMW produziu dois milhões de carros com essa tecnologia no mundo. “Tenho certeza de que os híbridos e os elétricos serão sucesso também no Brasil, assim como tem sido a tecnologia bicombustível”, diz Robertson, que descarta ter carros flex no Brasil. “O etanol é válido, mas vamos nos concentrar no desenvolvimento dos elétricos. Essa é a tecnologia do futuro.”
FONTE:
http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/42060_BMW+MADE+IN+BRAZIL
Por Hugo Cilo
Quando o britânico Ian Robertson, vice-presidente mundial de vendas da BMW, desembarca em um dos países onde a montadora atua é sinal de que algo muito sério está acontecendo. Ou a subsidiária está mal das pernas ou conquistou o respeito da matriz.
Dias atrás, ele visitou o Brasil pela primeira vez. Problemas? A julgar pelo desempenho da montadora no País, a segunda opção é mais plausível. Em 2009, a BMW cresceu 83,3% no País, com 5.375 unidades entregues. Nos primeiros nove meses de 2010, a expansão atingiu 91%, com a venda de mais de sete mil carros.
Ian Robertson, vice-presidente: "Incrível. Antes, o Brasil tinha um pequeno mercado premium.
Agora, esse público tem se multiplicado"
Isso chamou a atenção de Robertson, membro do board mundial e um dos homens mais fortes do grupo. “Incrível. Antes, o Brasil tinha um pequeno mercado premium. Agora, esse público tem se multiplicado, sem nenhum sinal de que vai parar”, disse o executivo, em entrevista exclusiva à DINHEIRO.
Indícios que fazem do País um dos favoritos para receber uma nova fábrica da montadora. Afinal, o executivo admite que recebeu sinal verde da matriz para escolher um país na América do Sul para construção de uma linha de montagem.
Fábrica de motos: montagem de motocicletas da marca em Manaus, a única fora da Alemanha,
serve de laboratório para a companhia no País
“O lugar ainda não está definido, mas será em um mercado consumidor em ascensão e de grande potencial de crescimento”, disse o executivo, ao descrever características que se encaixam perfeitamente no mercado brasileiro, que não é só um dos grandes do continente, mas sim o quarto no ranking mundial, com 3,4 milhões de unidades em 2010.
Sob o ponto de vista dos negócios, a unidade local faria todo sentido. Fora da matriz, a BMW mantém uma fábrica na Rússia, uma na Índia, duas na China e uma na África do Sul – nenhum desses países mantém com o Brasil acordo de livre comércio ou tratado automotivo, como existe com o México.
“Nosso foco é o mercado premium, mas estamos atentos às questões de custo. Para ser competitivo e garantir a liderança no mercado, precisamos estar perto dos consumidores”, afirmou o executivo.
A produção de um BMW made in Brazil reduziria, no mínimo, 35% do preço final – que é a alíquota de importação de veículos. Alguns outros indícios mostram que a fábrica, se sair do papel, dificilmente não será no Brasil. O País é o único mercado fora da Alemanha a produzir motos da marca.
Mercado Premium: o aumento do poder de consumo abriu espaço para os
modelos mais sofisticados, como o 750i, que custa mais de R$ 550 mil
Graças a uma parceria com a Dafra, a empresa monta em Manaus um modelo de luxo, o G650. Uma possível fábrica brasileira de carros da BMW, entretanto, não é garantia de sucesso. Suas compatriotas Audi e Mercedes-Benz já tiveram linhas de montagem no Brasil e não conseguiram emplacar seus produtos.
A Audi montou em São José dos Pinhais (PR) o A3, e a Mercedes, o Classe A, em Juiz de Fora (MG). “O mercado brasileiro vivia outro momento. Estava muito mais para os populares do que para os sofisticados”, diz o consultor José Rinaldo Caporal, da Megadealer Auto Management. “Hoje, a realidade é outra.”
Enquanto a fábrica da BMW não chega, a marca quer seduzir o consumidor com novidades. Em 2011, a montadora lançará seu primeiro carro elétrico com a promessa de replicar o sucesso dos híbridos (funciona com dois motores, um elétrico e outro a gasolina).
Em três anos, a BMW produziu dois milhões de carros com essa tecnologia no mundo. “Tenho certeza de que os híbridos e os elétricos serão sucesso também no Brasil, assim como tem sido a tecnologia bicombustível”, diz Robertson, que descarta ter carros flex no Brasil. “O etanol é válido, mas vamos nos concentrar no desenvolvimento dos elétricos. Essa é a tecnologia do futuro.”
FONTE:
http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/42060_BMW+MADE+IN+BRAZIL