Lançada em 1983 nos Estados Unidos, a picape Ranger acaba de passar
pela sua mais radical mudança visual desde 1993, ano em que foi lançada
a terceira geração do carro. Com novos faróis e grade frontal invocada,
o modelo reestilizado é fruto do trabalho do Centro de Design da Ford
em Camaçari (BA), que caracterizou o modelo de acordo com o padrão
estético atual da marca. Muda a cara, mas o coração continua o mesmo.
Por baixo do capô a Ford segue oferecendo à Ranger de entrada o
motor 2.3 16V a gasolina de 150 cv a 5 250 rpm e 22,1 kgfm de torque a
3 750 rpm. Já as versões top vem com o bloco 3.0 turbodiesel fornecido
pela International de 163 cv a 3 800 rpm e 39,5 kgfm de torque a 1 600
giros, versão que o Carro Online avaliou em estradas e trechos de terra em Campinas, no interior de São Paulo, a convite da fabricante.
“Com a chegada da Ranger 2010 projetamos um aumento de 20% nas
vendas do modelo a partir de agosto, quando o carro chega efetivamente
às concessionárias”, acredita Wilson Vasconcellos Filho, gerente de
picapes da Ford. No entanto, ao ser perguntado sobre a chegada de um
modelo com motor flexível o executivo foi claro: “ainda estamos
trabalhando nisso”. Enquanto não chega o modelo bicombustível, a picape
que atualmente figura na terceira posição do segmento parte para briga
contra Chevrolet S10 (que possui versão flex), Toyota Hilux e a
Mitsubishi L200 Outdoor, veículos considerados pela Ford como os
principais obstáculos no caminho da Ranger.
Para alcançar essa meta de fato, a Ford reduziu os preços de todas
as versões da nova Ranger em relação ao modelo anterior. A versão XL
4x2 a gasolina cabine simples tem preço inicial de R$ 45 800 (R$ 3 355
a menos que os R$ 49 255 cobrados anteriormente), enquanto que o modelo
Limited recheado de itens e com motor diesel custa R$ 96 730, preço R$
7 210 inferior ao sugerido anteriormente.
Ao volante da nova Ranger
Como as mudanças efetuadas da Ranger foram puramente estéticas,
dirigir o modelo 2010 é exatamente igual a versão 2009. O câmbio de
cinco marchas mantém o bom escalonamento e o fácil manuseio se tratando
de um carro movido a diesel. A embreagem macia também colabora para uma
dirigibilidade agradável. A única ressalva, no entanto, fica para a
posição muito baixa da alavanca de transmissão, o que pode causar certo
incômodo em longas viagens.
Na estrada o veículo é silencioso mesmo com o motor em altas
rotações e a suspensão não é mais tão mole quanto as das Ranger dos
anos 90. Encare uma via de terra e o no primeiro buraco você se
lembrará que está a bordo de uma picape “de verdade”, como exalta a
própria Ford, tamanho o balanço da carroceria e o choque nos
amortecedores. Quem viaja no banco traseiro da picape sofre mais ainda
por conta do assoalho muito alto. As rivais da camionete no país, assim
como modelos da própria marca do oval azul no exterior, já solucionaram
este problema com carrocerias maiores, que, consequemente, são mais
caras.
Ao pisar fundo no acelerador o motor 3.0 International da Ranger
responde com vigor, preenchendo as barrinhas do gráfico do turbo no
painel rapidamente. Medições com o veículo na pista de teste da TRW em
Limeira (SP) marcaram 12s4 na prova de aceleração dos 0 a 100 km/h e
60,7 metros no teste de frenagem a 100 km/h (com ABS). Até aqui um
desempenho razoável. Nas provas de retomada, contudo, o carro mostra
que é feito para o trabalho. Para ir dos 40 km/h aos 100 km/h, o carro
precisou de 10s6, enquanto que a mesma tarefa de 60 km/h a 120 km/h e
80 km/h a 120 km/h o modelo levou 14s6 e 11s3. Não é empolgante e nem
deve ser. Segundo a Ford, o modelo nesta configuração alcança 170 km/h
de velocidade máxima.
Já o consumo de 8,1 km/l em regime urbano e 12,8 km/l na estrada é
condizente para um veículo a diesel de duas toneladas. Com um tanque de
75 litros de capacidade a Ranger é capaz de rodar mais de 800 km sem
abastecer. Se for levar peso na caçamba, a marca alerta que a picape
carrega no máximo 1 058 kg. A versão Limited desta Ranger ainda conta
com os modos de tração 4x4 e 4x4 reduzida, selecionados pelo motorista
por meio de um botão giratório no painel. O item é muito mais cômodo,
porém, mais sucessível a quebras, diferente dos controles por alavanca.
Porém, mantém o carro grudado e muito mais controlável em pisos de
pouca aderência.
Interior de sempre
O motorista que acaba de trocar de Ranger verá ao entrar no modelo
2010 da picape um painel de instrumentos, que assim como o novo
volante, busca inspiração no Fiesta. Os designers brasileiros da Ford
também beberam na mesma fonte ao escolher o novo rádio do utilitário,
que possui conexão com reprodutores sonoros externos e iPod. Porém,
apesar das mudanças, o lançamento segue praticamente igual ao modelo
anterior. As alterações mais significativas neste ponto são os airbags
frontais, agora disponível de série, assim como freios ABS
(antitravamento) em todas as versões da picape de visual reformulado.
O couro preto que reveste os bancos e portas da Ranger Limited é de
boa qualidade, porém a picape ainda deve mais porta-objetos pela
cabine, assim como um sistema de iluminação interna mais eficiente.
Fora isso, o modelo se destaca pelo baixo ruído interno, que, rodando a
120 km/h, gira em torno dos 69,4 decibéis.
Um “agroboy” reclamaria da falta de espaço de interno da nova
picape da Ford, mas se daria por satisfeito com seu desempenho. Já quem
procura um carro para trabalho pesado e com bom índice de
confiabilidade a Ranger 2010 oferece sem dúvida um dos melhores
custo/beneficio da categoria disponíveis no Brasil. Neste caso, a cara
nova é apenas um mero detalhe de um carro construído sobre a mesma
plataforma desde o início dos anos 1980.
pela sua mais radical mudança visual desde 1993, ano em que foi lançada
a terceira geração do carro. Com novos faróis e grade frontal invocada,
o modelo reestilizado é fruto do trabalho do Centro de Design da Ford
em Camaçari (BA), que caracterizou o modelo de acordo com o padrão
estético atual da marca. Muda a cara, mas o coração continua o mesmo.
Por baixo do capô a Ford segue oferecendo à Ranger de entrada o
motor 2.3 16V a gasolina de 150 cv a 5 250 rpm e 22,1 kgfm de torque a
3 750 rpm. Já as versões top vem com o bloco 3.0 turbodiesel fornecido
pela International de 163 cv a 3 800 rpm e 39,5 kgfm de torque a 1 600
giros, versão que o Carro Online avaliou em estradas e trechos de terra em Campinas, no interior de São Paulo, a convite da fabricante.
“Com a chegada da Ranger 2010 projetamos um aumento de 20% nas
vendas do modelo a partir de agosto, quando o carro chega efetivamente
às concessionárias”, acredita Wilson Vasconcellos Filho, gerente de
picapes da Ford. No entanto, ao ser perguntado sobre a chegada de um
modelo com motor flexível o executivo foi claro: “ainda estamos
trabalhando nisso”. Enquanto não chega o modelo bicombustível, a picape
que atualmente figura na terceira posição do segmento parte para briga
contra Chevrolet S10 (que possui versão flex), Toyota Hilux e a
Mitsubishi L200 Outdoor, veículos considerados pela Ford como os
principais obstáculos no caminho da Ranger.
Para alcançar essa meta de fato, a Ford reduziu os preços de todas
as versões da nova Ranger em relação ao modelo anterior. A versão XL
4x2 a gasolina cabine simples tem preço inicial de R$ 45 800 (R$ 3 355
a menos que os R$ 49 255 cobrados anteriormente), enquanto que o modelo
Limited recheado de itens e com motor diesel custa R$ 96 730, preço R$
7 210 inferior ao sugerido anteriormente.
Ao volante da nova Ranger
Como as mudanças efetuadas da Ranger foram puramente estéticas,
dirigir o modelo 2010 é exatamente igual a versão 2009. O câmbio de
cinco marchas mantém o bom escalonamento e o fácil manuseio se tratando
de um carro movido a diesel. A embreagem macia também colabora para uma
dirigibilidade agradável. A única ressalva, no entanto, fica para a
posição muito baixa da alavanca de transmissão, o que pode causar certo
incômodo em longas viagens.
Na estrada o veículo é silencioso mesmo com o motor em altas
rotações e a suspensão não é mais tão mole quanto as das Ranger dos
anos 90. Encare uma via de terra e o no primeiro buraco você se
lembrará que está a bordo de uma picape “de verdade”, como exalta a
própria Ford, tamanho o balanço da carroceria e o choque nos
amortecedores. Quem viaja no banco traseiro da picape sofre mais ainda
por conta do assoalho muito alto. As rivais da camionete no país, assim
como modelos da própria marca do oval azul no exterior, já solucionaram
este problema com carrocerias maiores, que, consequemente, são mais
caras.
Ao pisar fundo no acelerador o motor 3.0 International da Ranger
responde com vigor, preenchendo as barrinhas do gráfico do turbo no
painel rapidamente. Medições com o veículo na pista de teste da TRW em
Limeira (SP) marcaram 12s4 na prova de aceleração dos 0 a 100 km/h e
60,7 metros no teste de frenagem a 100 km/h (com ABS). Até aqui um
desempenho razoável. Nas provas de retomada, contudo, o carro mostra
que é feito para o trabalho. Para ir dos 40 km/h aos 100 km/h, o carro
precisou de 10s6, enquanto que a mesma tarefa de 60 km/h a 120 km/h e
80 km/h a 120 km/h o modelo levou 14s6 e 11s3. Não é empolgante e nem
deve ser. Segundo a Ford, o modelo nesta configuração alcança 170 km/h
de velocidade máxima.
Já o consumo de 8,1 km/l em regime urbano e 12,8 km/l na estrada é
condizente para um veículo a diesel de duas toneladas. Com um tanque de
75 litros de capacidade a Ranger é capaz de rodar mais de 800 km sem
abastecer. Se for levar peso na caçamba, a marca alerta que a picape
carrega no máximo 1 058 kg. A versão Limited desta Ranger ainda conta
com os modos de tração 4x4 e 4x4 reduzida, selecionados pelo motorista
por meio de um botão giratório no painel. O item é muito mais cômodo,
porém, mais sucessível a quebras, diferente dos controles por alavanca.
Porém, mantém o carro grudado e muito mais controlável em pisos de
pouca aderência.
Interior de sempre
O motorista que acaba de trocar de Ranger verá ao entrar no modelo
2010 da picape um painel de instrumentos, que assim como o novo
volante, busca inspiração no Fiesta. Os designers brasileiros da Ford
também beberam na mesma fonte ao escolher o novo rádio do utilitário,
que possui conexão com reprodutores sonoros externos e iPod. Porém,
apesar das mudanças, o lançamento segue praticamente igual ao modelo
anterior. As alterações mais significativas neste ponto são os airbags
frontais, agora disponível de série, assim como freios ABS
(antitravamento) em todas as versões da picape de visual reformulado.
O couro preto que reveste os bancos e portas da Ranger Limited é de
boa qualidade, porém a picape ainda deve mais porta-objetos pela
cabine, assim como um sistema de iluminação interna mais eficiente.
Fora isso, o modelo se destaca pelo baixo ruído interno, que, rodando a
120 km/h, gira em torno dos 69,4 decibéis.
Um “agroboy” reclamaria da falta de espaço de interno da nova
picape da Ford, mas se daria por satisfeito com seu desempenho. Já quem
procura um carro para trabalho pesado e com bom índice de
confiabilidade a Ranger 2010 oferece sem dúvida um dos melhores
custo/beneficio da categoria disponíveis no Brasil. Neste caso, a cara
nova é apenas um mero detalhe de um carro construído sobre a mesma
plataforma desde o início dos anos 1980.