Testamos o SAC das marcas
SAC, Serviço de Atendimento ao Cliente. Para muitos consumidores, a
solução de problemas, para outros, sinal de mais confusão. Alardeado por
todos os marqueteiros como o principal elo na relação empresa/cliente, o
SAC muitas vezes funciona como um aparato de contra-informação e só
dificulta a vida de quem quer apenas resolver seu problema. Não raro,
vira motivo de piada e de reclamações públicas, mas em algumas
oportunidades também salva a imagem da empresa ao resolver situações
espinhosas.
Sérgio dos Santos Gimenez comprou um Novo Uno
0 km, mas ele veio “recheado” de problemas de fábrica, inclusive
ferrugem e falhas de construção. Ao ligar para o SAC da Fiat, não foi
bem acolhido. Os atendentes não passavam nenhuma solução, diziam apenas
que iam anotar a reclamação e que iam entrar em contato. Mas nunca havia
o retorno; era Sérgio quem sempre era obrigado a ligar de volta. Depois
de ameaçar entrar com processo, finalmente passaram o endereço de uma
concessionária para solução do problema. Que, diga-se, não resolveu o
caso a contento, mas aí já não é culpa do SAC...
Para ver
o que o consumidor sente na pele, resolvemos fazer um “test drive” dos
SACs das 10 principais fabricantes de automóveis do país. Uma pesquisa
informal, sem pretensão de amostragem, mas capaz de revelar como cada
marca atende, afinal, o treinamento às equipes deveria padronizar o
atendimento.
A pergunta foi sobre a sempre polêmica e
inútil limpeza do bico de injeção, e se as marcas recomendavam o serviço
para melhorar um carro que vive “engasgando”. Veja agora como cada
atendimento se saiu:
Fiat
Único serviço de atendimento entre todos os analisados que não tem URA
(Unidade de Resposta Audível), aquele às vezes irritante sistema de
direcionamento da chamada. É só ligar e falar rapidamente com o
atendente. Após a pergunta fatídica sobre a limpeza dos bicos, a
operadora disse que o serviço é feito, mas que seria necessário levar o
carro a uma concessionária para ver realmente qual é o problema.
Depois
disso, perguntou se o carro estava na garantia e se queria que
agendasse a consulta na concessionária. Perante a negativa sobre as duas
perguntas, passou o telefone correto de uma loja mais próxima. Todo o
atendimento durou 3 minutos e 9 segundos. Embora a informação não tenha
sido a ideal, o atendimento em si, mais direto e sem firulas, agradou.
Volkswagen
Atendimento rápido. URA nem tanto. Perguntou se o assunto era
sobre compra de veículos, informações Volkswagen, financiamento, recall,
Banco Volkswagen, ou falar com um atendente. Última opção escolhida,
pediu o CPF ou CNPJ para localizar o carro, ou apenas ir direto para um
atendente. Novamente teclei no último, e aí surgiu uma voz de verdade,
que para tristeza geral disse que a limpeza de bico pode ser feita numa
concessionária VW. De pronto, passou o telefone correto da loja. O
atendimento durou 3 minutos e 12 segundos. A pressa, aqui, foi inimiga
da perfeição.
GM
A URA entrou como uma flecha e perguntou se era para socorro 24 horas ou para atendimento. Depois, se era para Camaro, Malibu ou Captiva; ou para outros carros. Respondi “outros carros”, diminuído, pensando no Celta, mas querendo ser Camaro...
Antes de dar a informação, a atendente perguntou o nome completo, o CPF
e o telefone de contato para gerar o número de protocolo. Com todas as
informações nas mãos, a atendente questionou se o carro está na
garantia. E depois comunicou que não teria como recomendar o serviço,
que só numa concessionária mais próxima técnicos treinados poderiam
dizer se o problema era esse.
Informou que podia ser
feito um agendamento por telefone, mas teria que transferir para outro
setor. Ofereceu após isso o telefone de concessionária. Aceitei e recebi
o número correto. O atendimento durou 5 minutos e 34 segundos. Ponto
para a GM, única entre todas que passou um número de protocolo, um belo
diferencial.
Ford
URA mais complicada de todas. Perguntou se a ligação era sobre socorro 24 horas, automóveis e picapes, caminhões Transit, ou Troller.
Feita a escolha, entrou outra gravação perguntando se era para recall,
ou, carro por carro, qual é o da pessoa que ligou. E como se não
bastasse, ainda indagou qual o CPF ou CNPJ para liberar o atendimento
pessoal. Após as perguntas-base da pesquisa, a atendente informou que
não poderia recomendar nenhum serviço, e que era necessário se dirigir a
uma concessionária mais próxima para ser feito um diagnóstico do
problema do carro. Após isso, perguntou qual o bairro da concessionária
desejada e passou o número correto. Por fim, uma escorregada gananciosa:
queria saber se tínhamos interesse em obter informações sobre o cartão
de crédito da Ford. Todo o atendimento durou 4 minutos e 32 segundos.
Renault
O atendimento automático começou com as opções de emergência e
socorro, consórcio, ou serviço de atendimento. E passou para
informações, reclamações, ou Fluence. Escolhemos
informações e logo entrou um operador. Após a pergunta sobre a limpeza
dos bicos, indagou se podería “estar passando” os dados do carro e nome
do comprador. Falei que o documento estava dentro carro na garagem e que
ele tinha sido comprado seminovo. Ouvi um cordial “sem problema” e a
informação que o serviço existe, que tem um custo, e que é preciso
agendar um diagnóstico na concessionária, porque “só um técnico pode
estar avaliando”. Passou o telefone correto da loja e terminou o
atendimento mais “gerundista” de todos em 4 minutos e 53 segundos.
Hyundai
Entrou a URA e informou que todos os atendentes estavam
ocupados. Um minuto e 5 segundos depois, entrou a operadora, que
respondeu prontamente que informações técnicas só podem ser dadas numa
concessionária da marca. Passou o telefone correto da loja mais próxima e
disse que todas as revisões teriam de ser feitas no mesmo lugar. E
assim, cheia de pressa, me despachou educadamente, num atendimento que
levou 3 minutos e 16 segundos.
Honda
O atendimento eletrônico é rápido ao dizer para aguardar para
ser atendido. Um minuto e 40 segundos depois, ouvi a voz da atendente,
que disse que o serviço de limpeza de bicos de injeção não é recomendado
pela Honda, e que se o problema for nos bicos, eles devem ser trocados.
Transferiu a ligação para o setor de concessionárias. Lá me perguntaram
se é carro ou moto, compra ou serviço, e nos passaram o telefone
correto da concessionária mais próxima. Aplausos para a Honda, apesar da
demora no atendimento, que durou 4 minutos e 40 segundos.
Citroen
Entrou a URA e perguntou se era cliente ou não. Em caso
afirmativo, pedia CPF ou CNPJ. Se não, recomendava ir para outras opções
(reclamação ou informação). Entrou outra gravação oferecendo o catálogo
de um carro preferido, venda para frotista, ou falar com um analista.
Este analista se saiu um perguntador nato. Queria saber se era o
primeiro contato, se tinha visto propagandas da Citroën, se sim,
onde... Aí depois perguntou qual a solicitação. Depois de ouvir a
história dos bicos, afirmou que qualquer serviço deve ser feito numa
concessionária Citroën e desaconselhou fazer em outro lugar para não
perder a garantia. Disse que as lojas da marca fazem todos os serviços e
questionou se queríamos o telefone da mais próxima. Telefone correto
anotado, veio a pergunta final: “o senhor tem tempo de efetuar um
cadastro conosco para participar de promoções e eventos da Citroën?”
Disse
que sim, o atendimento que então estava em 3 minutos e 56 segundos, foi
para 10 minutos e 20 segundos. Mas pelo menos terei a oportunidade de
comer de graça em certos coquetéis a partir de agora.
Toyota
A
gravação perguntou logo de cara se a ligação era sobre pane ou
acidente, serviço ao cliente, nova fábrica no Brasil, informações sobre
recall, informações ou sugestões, ou críticas. Um reflexo honesto do
momento que passa a Toyota no país. Feita a escolha “informações”, a
atendente pediu os dados do carro. Falei que não tinha, estava na
garagem, a mesma desculpa dada a todas. A operadora então solicitou um
momento e voltou 40 segundos depois para brilhar.
Fez um
pequeno cadastro, perguntou se o telefone de atendimento foi pego no
site ou no manual do proprietário, e informou que a Toyota não faz
limpeza de bicos de injeção eletrônica, pois a pressão do combustível é
auto-limpante, e que o problema do carro não é esse. Com essas letras e
essa firmeza orientou-me a procurar uma concessionária para fazer um
diagnóstico do problema do veículo. Passou o telefone correto da loja e
se despediu deixando saudades, após 5 minutos e 34 segundos.
Peugeot
As opções da URA são: mecânico ou reboque para carros na garantia, outros
serviços, ou uma breve explicação que diz que no site há todas as
informações sobre a campanha de recall da Peugeot. Escolhemos outros
serviços, a atendente chegou e já pediu para aguardar um momento. Voltou
3 minutos depois e disse que para fazer o serviço de limpeza de bico
teria de ir a uma concessionária da marca.
Perguntou se
eu queria o número de alguma e passou o telefone certo, depois de se
confundir duas vezes com o bairro solicitado. Todo o atendimento durou 6
minutos e 18 segundos.
Fonte: AutoEsporte
SAC, Serviço de Atendimento ao Cliente. Para muitos consumidores, a
solução de problemas, para outros, sinal de mais confusão. Alardeado por
todos os marqueteiros como o principal elo na relação empresa/cliente, o
SAC muitas vezes funciona como um aparato de contra-informação e só
dificulta a vida de quem quer apenas resolver seu problema. Não raro,
vira motivo de piada e de reclamações públicas, mas em algumas
oportunidades também salva a imagem da empresa ao resolver situações
espinhosas.
Sérgio dos Santos Gimenez comprou um Novo Uno
0 km, mas ele veio “recheado” de problemas de fábrica, inclusive
ferrugem e falhas de construção. Ao ligar para o SAC da Fiat, não foi
bem acolhido. Os atendentes não passavam nenhuma solução, diziam apenas
que iam anotar a reclamação e que iam entrar em contato. Mas nunca havia
o retorno; era Sérgio quem sempre era obrigado a ligar de volta. Depois
de ameaçar entrar com processo, finalmente passaram o endereço de uma
concessionária para solução do problema. Que, diga-se, não resolveu o
caso a contento, mas aí já não é culpa do SAC...
Para ver
o que o consumidor sente na pele, resolvemos fazer um “test drive” dos
SACs das 10 principais fabricantes de automóveis do país. Uma pesquisa
informal, sem pretensão de amostragem, mas capaz de revelar como cada
marca atende, afinal, o treinamento às equipes deveria padronizar o
atendimento.
A pergunta foi sobre a sempre polêmica e
inútil limpeza do bico de injeção, e se as marcas recomendavam o serviço
para melhorar um carro que vive “engasgando”. Veja agora como cada
atendimento se saiu:
Fiat
Único serviço de atendimento entre todos os analisados que não tem URA
(Unidade de Resposta Audível), aquele às vezes irritante sistema de
direcionamento da chamada. É só ligar e falar rapidamente com o
atendente. Após a pergunta fatídica sobre a limpeza dos bicos, a
operadora disse que o serviço é feito, mas que seria necessário levar o
carro a uma concessionária para ver realmente qual é o problema.
Depois
disso, perguntou se o carro estava na garantia e se queria que
agendasse a consulta na concessionária. Perante a negativa sobre as duas
perguntas, passou o telefone correto de uma loja mais próxima. Todo o
atendimento durou 3 minutos e 9 segundos. Embora a informação não tenha
sido a ideal, o atendimento em si, mais direto e sem firulas, agradou.
Volkswagen
Atendimento rápido. URA nem tanto. Perguntou se o assunto era
sobre compra de veículos, informações Volkswagen, financiamento, recall,
Banco Volkswagen, ou falar com um atendente. Última opção escolhida,
pediu o CPF ou CNPJ para localizar o carro, ou apenas ir direto para um
atendente. Novamente teclei no último, e aí surgiu uma voz de verdade,
que para tristeza geral disse que a limpeza de bico pode ser feita numa
concessionária VW. De pronto, passou o telefone correto da loja. O
atendimento durou 3 minutos e 12 segundos. A pressa, aqui, foi inimiga
da perfeição.
GM
A URA entrou como uma flecha e perguntou se era para socorro 24 horas ou para atendimento. Depois, se era para Camaro, Malibu ou Captiva; ou para outros carros. Respondi “outros carros”, diminuído, pensando no Celta, mas querendo ser Camaro...
Antes de dar a informação, a atendente perguntou o nome completo, o CPF
e o telefone de contato para gerar o número de protocolo. Com todas as
informações nas mãos, a atendente questionou se o carro está na
garantia. E depois comunicou que não teria como recomendar o serviço,
que só numa concessionária mais próxima técnicos treinados poderiam
dizer se o problema era esse.
Informou que podia ser
feito um agendamento por telefone, mas teria que transferir para outro
setor. Ofereceu após isso o telefone de concessionária. Aceitei e recebi
o número correto. O atendimento durou 5 minutos e 34 segundos. Ponto
para a GM, única entre todas que passou um número de protocolo, um belo
diferencial.
Ford
URA mais complicada de todas. Perguntou se a ligação era sobre socorro 24 horas, automóveis e picapes, caminhões Transit, ou Troller.
Feita a escolha, entrou outra gravação perguntando se era para recall,
ou, carro por carro, qual é o da pessoa que ligou. E como se não
bastasse, ainda indagou qual o CPF ou CNPJ para liberar o atendimento
pessoal. Após as perguntas-base da pesquisa, a atendente informou que
não poderia recomendar nenhum serviço, e que era necessário se dirigir a
uma concessionária mais próxima para ser feito um diagnóstico do
problema do carro. Após isso, perguntou qual o bairro da concessionária
desejada e passou o número correto. Por fim, uma escorregada gananciosa:
queria saber se tínhamos interesse em obter informações sobre o cartão
de crédito da Ford. Todo o atendimento durou 4 minutos e 32 segundos.
Renault
O atendimento automático começou com as opções de emergência e
socorro, consórcio, ou serviço de atendimento. E passou para
informações, reclamações, ou Fluence. Escolhemos
informações e logo entrou um operador. Após a pergunta sobre a limpeza
dos bicos, indagou se podería “estar passando” os dados do carro e nome
do comprador. Falei que o documento estava dentro carro na garagem e que
ele tinha sido comprado seminovo. Ouvi um cordial “sem problema” e a
informação que o serviço existe, que tem um custo, e que é preciso
agendar um diagnóstico na concessionária, porque “só um técnico pode
estar avaliando”. Passou o telefone correto da loja e terminou o
atendimento mais “gerundista” de todos em 4 minutos e 53 segundos.
Hyundai
Entrou a URA e informou que todos os atendentes estavam
ocupados. Um minuto e 5 segundos depois, entrou a operadora, que
respondeu prontamente que informações técnicas só podem ser dadas numa
concessionária da marca. Passou o telefone correto da loja mais próxima e
disse que todas as revisões teriam de ser feitas no mesmo lugar. E
assim, cheia de pressa, me despachou educadamente, num atendimento que
levou 3 minutos e 16 segundos.
Honda
O atendimento eletrônico é rápido ao dizer para aguardar para
ser atendido. Um minuto e 40 segundos depois, ouvi a voz da atendente,
que disse que o serviço de limpeza de bicos de injeção não é recomendado
pela Honda, e que se o problema for nos bicos, eles devem ser trocados.
Transferiu a ligação para o setor de concessionárias. Lá me perguntaram
se é carro ou moto, compra ou serviço, e nos passaram o telefone
correto da concessionária mais próxima. Aplausos para a Honda, apesar da
demora no atendimento, que durou 4 minutos e 40 segundos.
Citroen
Entrou a URA e perguntou se era cliente ou não. Em caso
afirmativo, pedia CPF ou CNPJ. Se não, recomendava ir para outras opções
(reclamação ou informação). Entrou outra gravação oferecendo o catálogo
de um carro preferido, venda para frotista, ou falar com um analista.
Este analista se saiu um perguntador nato. Queria saber se era o
primeiro contato, se tinha visto propagandas da Citroën, se sim,
onde... Aí depois perguntou qual a solicitação. Depois de ouvir a
história dos bicos, afirmou que qualquer serviço deve ser feito numa
concessionária Citroën e desaconselhou fazer em outro lugar para não
perder a garantia. Disse que as lojas da marca fazem todos os serviços e
questionou se queríamos o telefone da mais próxima. Telefone correto
anotado, veio a pergunta final: “o senhor tem tempo de efetuar um
cadastro conosco para participar de promoções e eventos da Citroën?”
Disse
que sim, o atendimento que então estava em 3 minutos e 56 segundos, foi
para 10 minutos e 20 segundos. Mas pelo menos terei a oportunidade de
comer de graça em certos coquetéis a partir de agora.
Toyota
A
gravação perguntou logo de cara se a ligação era sobre pane ou
acidente, serviço ao cliente, nova fábrica no Brasil, informações sobre
recall, informações ou sugestões, ou críticas. Um reflexo honesto do
momento que passa a Toyota no país. Feita a escolha “informações”, a
atendente pediu os dados do carro. Falei que não tinha, estava na
garagem, a mesma desculpa dada a todas. A operadora então solicitou um
momento e voltou 40 segundos depois para brilhar.
Fez um
pequeno cadastro, perguntou se o telefone de atendimento foi pego no
site ou no manual do proprietário, e informou que a Toyota não faz
limpeza de bicos de injeção eletrônica, pois a pressão do combustível é
auto-limpante, e que o problema do carro não é esse. Com essas letras e
essa firmeza orientou-me a procurar uma concessionária para fazer um
diagnóstico do problema do veículo. Passou o telefone correto da loja e
se despediu deixando saudades, após 5 minutos e 34 segundos.
Peugeot
As opções da URA são: mecânico ou reboque para carros na garantia, outros
serviços, ou uma breve explicação que diz que no site há todas as
informações sobre a campanha de recall da Peugeot. Escolhemos outros
serviços, a atendente chegou e já pediu para aguardar um momento. Voltou
3 minutos depois e disse que para fazer o serviço de limpeza de bico
teria de ir a uma concessionária da marca.
Perguntou se
eu queria o número de alguma e passou o telefone certo, depois de se
confundir duas vezes com o bairro solicitado. Todo o atendimento durou 6
minutos e 18 segundos.
Fonte: AutoEsporte