No início de abril, o empresário paulista Daminse Fernandes foi buscar seu carro, um Volkswagen Voyage, na garagem para ir ao trabalho e se assustou ao ver o para-brisa trincado. "À noite, quando estacionei o carro, o vidro estava normal. De manhã, a trinca começava no meio do para-brisa e ia em direção ao lado do passageiro", lembra Daminse. Ele levou o carro à concessionária, que informou ser o quarto problema
semelhante. Abriu-se uma ordem de serviço, a autorização foi solicitada à fábrica e, depois de 20 dias, o problema foi solucionado sem custos para o consumidor.
Já o caso do analista de tecnologia André Luiz Rocha, de Itaberaí (GO), é mais complexo. Depois de um mês usando o Voyage, que havia comprado zero-quilômetro, o para-brisa trincou na mesma situação: estacionado na garagem. Ele procurou a concessionária VW da região e foi orientado a usar o seguro, que incluía cobertura do para-brisa. Pelo serviço, ele pagou R$ 90 de franquia. Porém, depois de 15 dias, o vidro voltou a trincar.
André procurou a revenda novamente e foi informado de que o problema estava ocorrendo com vários
Voyage (e também com o Gol, que compartilha a plataforma com o sedã), mas que não teria o vidro trocado, pois o dele não era mais original.
Indignado, André conseguiu um laudo da empresa que trocou o para-brisa pela primeira vez, certificando que a trinca não foi provocada por nenhum agente externo. Também entrou em contato com a ouvidoria da Volkswagen, mas já faz quase um mês que o para-brisa permanece trincado sem uma solução.
Procurada pela reportagem para se posicionar sobre os dois casos e também sobre outras reclamações (veja frases ao lado com reclamações recolhidas na comunidade do site de relacionamento Orkut, onde existem
tópicos com dezenas de reclamações), a Volkswagen emitiu apenas uma sentença, que reconhece o problema: "A Volkswagen do Brasil está avaliando individualmente as ocorrências mencionadas e apresentadas junta à sua rede de concessionárias e tomará as medidas necessárias para a sua solução".
A reportagem ligou para uma concessionária de Belo Horizonte, simulando ser um proprietário de Voyage com problema no para-brisa, e obteve a seguinte informação do consultor: "A fábrica nos informou que certa quantidade de chassi está com esse tipo de problema, tanto do Gol quanto do Voyage. Você tem que trazer o carro aqui, que abriremos uma ordem de serviço, vamos fazer o pedido para a fábrica e fazemos a troca dentro da garantia". O consultor disse também que o tempo médio de espera é de dois dias.
Fonte: Vrum
AutoUniverso