Fabiano escreveu:Exato, e por isso eu torço para que a Renault pelo menos possa trazer carros modernos com sequencia, mas se continuar a vir da Argentina, só sobras as Japonesas mesmo, vejam onde fomos parar, mais 5 anos e estaremos novamente na mesma situação do Before-Collor.....
A grande questão, para mim pelo menos, é que se reclama dos impostos altos, o que é justo e correto, mas usar isso como desculpa para transferir produção de modelos daqui para a Argentina não cola. Não cola porque se os impostos são altos, SÃO ALTOS PARA
TODAS AS EMPRESAS e aí fica a pergunta do por quê as japonesas conseguem fazer seus modelos atualizados, equipados parelhamente com seus concorrentes e estes usam este artifício dos impostos para ir para o vizinho.
A questão da escala já não me convence, embora alguns jornalistas como o Fernando Calmon, alguém a quem se deve respeito, compactue com esta justificativa, mas isso acaba parecendo uma corrida de cachorro atrás do rabo e que no fim, quanto mais avançamos em produção, mas aos básicos nos voltamos.
Só como esclarecimento, na época pré-Collor produzia-se aqui algo em torno de 600 unidades/ano com capacidade de 900 mil e a "escala necessária" era de pelo menos HUM MILHÃO. Chegamos lá e mudou-se o patamar de escala para DOIS MILHÕES. Vieram os investimentos, chegamos a uma capacidade de mais de TRÊS MILHÕES DE UNIDADES/ANO mas ao mesmo tempo, diversas crises fizeram com que estacionássemos em algo logo acima de um milhão. Pois bem, nos últimos anos tivemos recordes sucessivos até ano passado quando, a rigor, batemos no teto da capacidade de produção somando-se à venda interna, algo ao redor de 2,8 milhões de unidades, as exportações. As empresas já reclamavam há anos dos custos de desenvolvimento de projetos, tentavam unificar plataformas, fazê-las multiuso, etc., sendo o exemplo mais gritante de plataforma cara que precisou ser reciclada DURANTE A VIDA ÚTIL DO PROJETO, o Golf V que, para a unidade VI muito se anunciou da participação de engenheiros brasileiros. Agora, para escala, já falam em QUATRO MILHÕES DE UNIDADES, além do referido jornalista, entrevistas de executivos do segmento dadas ao site/revista AUTO DATA, especializado no setor, já colocam este número como "meta" e sempre afirmando que para "subirmos na cadeia alimentar", termos o direito de pleitear a feitura de modelos médios mais modernos e equipados este é o "target" a ser alcançado (expressões deles).
Só que o que vemos é que a cada recorde alcançado, a cada ano de lucro daqui, em contrapartida aos prejuízos no exterior, ou lucro proporcionalmente menor lá fora, nos voltamos mais e mais aos carros pequenos e sem tecnologia embarcada. Enquanto a Ford não dá lucro na Europa, lançam o Fiesta; sem lucro nos EUA, lançam o renovado Fusion, o novo Taurus. A GM vendendo a Opel, que chegou a dar prejuízo SETE ANOS SEGUIDOS, e na Europa lançam o Insignia e agora, o Astra; a empresa afundando nos EUA e agora mesmo, lançam o novo Equinox, com novos motores a injeção direta, motores estes que equipam lançamentos do ano passado, como o Cadillac SRX e o Buick La Crosse. Enquanto isso por aqui, falavam do Ford Fiesta europeu para 2.011 e agora já aparecem fotos de um compacto de TERCEIRO MUNDO sendo testado na Índia e que este sim seria o substituto do nosso Fiesta. No caso da Chevrolet Brasil que foi A ÚNICA UNIDADE DO MUNDO A DAR LUCRO ANO PASSADO, em sua divisão LAAM, o que temos é reforma para trás do Vectra, adotando o visual que o Opel Astra ostenta desde o lançamento com um motor com gambiarra para poluir menos e agora, um carro, o Viva/Agile que vai compartilhar da "tecnologia" de motor "gambiarrado" e que até que seja lançado, a mim não parece grande coisa também. Só como comparação, na Argentina foram lançados o C4, que se ainda não usa os modernos motores a injeção direta lá da Europa, ao menos está muitíssimo mais atualizado que os motores usados nos médios das 4 Grandes aqui; o Focus, igualzinho ao europeu, mesmo que com menos equipamentos; daqui a meses, a primeira pick up VW, que foi cogitada a ser feita aqui, lembram?
No futuro mais imediato, o único modelo a ser lançado, fora variações de modelos existentes, será o City que, de novo, ainda que menos equipado do que em países como Austrália, Indonésia (!!) e Tailândia (!!!) vai ser, como disse, o único lançamento de um produto realmente moderno feito no Brasil este ano.
Como já afirmei, e reafirmo, estamos dando lucro para garantir o conforto e a segurança lá fora. Basta ver o tanto de lucro com qual tipo de carro que se faz aqui.