Aumentam as vendas de carros de categoria superior

Além disso, os carros que não apresentam mudanças são relegados, com o consumidor trocando de categoria em busca de novidades. Tanto que os segmentos de entrada estão em baixa este ano: o hatch caiu 1,5% e o sedã cresceu apenas 0,9%. Já os carros de categoria superior aumentaram as vendas bem acima da média: os hatchs compactos subiram 27,6% e os sedãs compactos 64,2%.

A preferência do consumidor brasileiro é o carro hatch de entrada. Entenda-se como preferência o carro que o consumidor compra e não aquele que ele gostaria de comprar. A preferência pelo hatch de entrada é por causa do preço, possível de ser adquirido pela maior parte dos compradores de carro zero.Esse segmento, no entanto, não está acompanhando as vendas neste ano, ao contrário, além de não acompanhar o crescimento do mercado total - que foi de 8,5% de janeiro a agosto - o carro de entrada teve queda nominal de vendas, - 1,5%, quer dizer: vendeu menos em número de unidades do que no mesmo período do ano passado.

Isso é um bom sinal: o consumidor de carro básico estaria subindo um degrau no mercado, passando a comprar o que a Fenabrave (a associação dos distribuidores) classifica como compacto, que é o carro pequeno equipado.Observe o comportamento das picapes pequenas, que tiveram muitas novidades, como a Strada cabine dupla, a Saveiro, a versão 1.4 da Montana, a Peugeot 207 e a Hafei, que vendeu 930 unidades este ano. O segmento teve o segundo melhor desempenho neste ano, com crescimento de 40,5% em relação a janeiro-agosto de 2009.

O consumidor do sedã pequeno (Siena, Prisma, Logan, Fiesta etc) também está subindo um degrau na escala, passando a comprar o sedã compacto, segmento formado por carros como o City, o Focus e Polo. Enquanto o segmento dos sedãs pequenos teve um crescimento abaixo da média (apenas 0,9%), o dos compactos foi o que mais cresceu: um aumento de 64,2% de janeiro a agosto em relação ao mesmo período de 2009.

Também os hatchs médios tiveram um crescimento espantoso, 32,1%, quatro vezes maior do que a média, onde despontaram o Hyundai i30, o Focus novo e o C4.
Na outra ponta do ranking estão as minivans, que tiveram uma queda de 21,2% este ano, com média de vendas mensais de 1,8 mil carros. Esse era o volume que apenas um dos modelos vendia por mês. A queda não veio por acaso: a maioria das minivans que estão no catálogo das montadoras não teve mudanças nos últimos anos.

No caso das peruas, a falta de novidades resultou numa queda drástica de vendas este ano. O segmento das grandes caiu 23,7% e o das pequenas 33,6% (veja quadro). Muitos compradores de peruas foram migrados para outros segmentos, como o dos utilitários esportivos (que cresceu 21,8% de janeiro a agosto) e o das picapes médias, cujas vendas subiram 17,5%.

O segmento das peruas, no entanto deve reverter essa tendência, pois a maioria dos modelos tiveram mudanças recentes, como a Volkswagen Spacefox e a Hyundai i30 CW.
Veja a evolução de vendas de todos os segmentos do mercado de janeiro a agosto.