"Dodge Dart custaria R$ 130 mil", lamenta Chrysler; leia impressões
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Eugênio Augusto Brito
Do UOL, em Trenton (EUA)
03/07/201315h04 > Atualizada 03/07/201315h49
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Não é para o seu bolso: veja detalhes do Dart18 fotos
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Dart é um médio padrão: são 4,67 metros de comprimento com 2,70 m de entre-eixos; preço no Brasil, porém, seria de carro grande de luxo e, neste cenário, Chrysler descarta importação
DivulgaçãoEra uma vez o Salão de Detroit de 2012. Há um ano e meio, uma Chrysler recém-salva da crise financeira fazia sobrancelhas se erguerem em seu estande no Cobo Center (local onde o "auto show" norte-americano é realizado) ao mostrar o primeiro fruto real da aliança com a italiana Fiat (nada de simples troca de emblemas, como no caso do crossover Dodge Journey convertido em Fiat Freemont).
Nascia ali o novo Dodge Dart.
Executivos americanos e europeus afinaram o discurso, mas ainda assim soaram falsos como vilões de contos de fada a alguns ouvidos ao negar a possibilidade de vender o sedã no Brasil, fosse com o emblema da Dodge ou com o escudo da Fiat: "Este sedã é premium demais, recheado demais, grande demais para ser um novo Linea".
Arautos da mídia, os primeiros a não acreditarem no que havia sido dito, cravaram à época que o três-volumes construído sobre a plataforma do Alfa Romeo Giulietta seria, sim, o herdeiro do Fiat Linea em terras brasileiras. Mas, de fato, o carro nunca fez seus 184 cavalos (da versão mais poderosa) "cavalgarem" pelo país. Nem mesmo a versão chinesa do modelo, o simplificado Viaggio (este sim ostentando o brasão italiano), é confirmada para desfilar no asfalto local... ainda que se acredite que até 2015 ela virá. Fim da história?
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Sim, acho que o Dodge Dart vale tudo isso
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Não, prefiro o espaço de Fusion, Sonata ou Optima
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Nem em sonho! Isso é preço de BMW ou Mercedes-Benz
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NÃO PAGARÁS "Há apenas um problema:
o Dart custaria R$ 130 mil no Brasil, mais ou menos o preço do Volvo V40".
UOL Carros ouviu esta explicação de um executivo da marca mais de uma vez -- a repetição foi para ter certeza de que a mensagem seria entendida -- na última semana, durante o "What's New".
Realizado anualmente pela Chrysler, o evento mostra (como diz o nome em inglês) o que há de novo em todas as linha do grupo americano (agora sob comando total da Fiat) e pela primeira vez contou com membros da imprensa especializada de fora dos Estados Unidos.
Também para termos certeza de que tudo ficou claro, questionamos novamente sobre a possibilidade do Dart ser vendido no Brasil. A justificativa dada parece ser definitiva: o Dart seria tão caro, que jogaria por terra qualquer estratégia comercial da empresa no país. Em resumo, venderia pouco, prejudicaria outros modelos da empresa e impediria todos de serem felizes para sempre.
"Outras empresas podem achar viável vender um carro deste tamanho neste preço, mas a Chrysler acredita que inviabiliza a venda e ainda nos atrapalha, pois fica perto demais do patamar dos Jeep", completou, antes de desafiar: "É um carro com diferenciais, mas você pagaria tão caro para ter um carro dessa categoria?"
De fato, a Volvo acaba de lançar no Brasil o
hatch V40 por iniciais R$ 116 mil. A estratégia sueca é vendê-lo como carro premium de entrada e brigar com os alemães Mercedes-Benz Classe A, Audi A3 e BMW Série 1. O atrativo está na tecnologia (o carro é tão conectado como um smartphone) e segurança (é considerado o modelo "mais seguro do mundo", segundo testes da Euro NCAP), ainda que isso só possa ser aproveitado com pacotes opcionais, que jogam o preço para algo entre R$ 130 mil (bingo!) e R$ 153 mil.
Isso não serve para a Chrysler: "Premium o Dart, mas não queremos vendê-lo como um rival de
[Volvo] S60 e dos alemães", afirmou a mesma fonte.
UOL Carros fez algumas contas e chegou a esta conclusão: com tamanho de sedã médio (são 4,67 metros de comprimento com 2,70 m de entre-eixos, 1,83 m de largura e 1,46 m de altura), o Dart deveria custar entre R$ 80 e R$ 90 mil, no máximo, para competir com rivais mexicanos, japoneses e coreanos e ter uma história verossímil no país.
Tecnologia para atrair compradores e mecânica para satisfazer motoristas, ele tem. Mas a origem do Dart "mancha" seus predicados tanto quanto a fuligem no rosto da Cinderela no começo do conto infantil: fabricado apenas em Belvidere (Estados Unidos), teria de pagar imposto cheio de importação (o que, aliás, os sul-coreanos fazem), pesando na conta e tirando toda a competitividade.
"Príncipe" moderno, Dart GT tem cores como o laranja acima, ousado demais para o Brasil. Além disso, alguns dos "mágicos" recursos tecnológicos não poderiam ser usados no país.
- VEJA A FICHA TÉCNICA DO DART GT (EM INGLÊS)
Viagem a convite da ChryslerComunicar erroImprimir
É A MESMA CRETINICE DE SEMPRE. Parece que estão lançando um balão de ensaio, na base do "se colar, colou", ainda mais pensando que ultimamente tanto se tem elogiado a recuperação da indústria norteamericana, que os custos diminuíram por lá, etc. e tal. Ainda como exemplo, temos o (já caro) Hyundai Elantra, que tão importado quanto o Dart, modelo que não me parece oferecer nenhum diferencial TÃO DIFERENTE ASSIM DO COREANO, este, custa R$ 91 mil. E aí? Como justificar então tal preço absurdo para o Dodge? CONTA OUTRA FIAT...
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