Domingos V escreveu:E em outros países pode não ser total então?
Bom, isso já explica porque na Argentina o Corolla tem um preço bem melhor que aqui mesmo sendo feito aqui...
Aqui tem o problema base do imposto ser cobrado em etapas. Você faz uma parte do produto e gera imposto, ao passar o produto para o industrial seguinte da cadeia, a montadora, ela se credita do imposto e recolhe a diferença entre o imposto devido por ela e aquele pago por você; isso em todas as etapas. Lá fora, o imposto é basicamente sobre a renda e, em menor escala sobre o consumo (final), então, o industrial que faz peças para carros vai pagar o grosso do imposto via I.R. e não como aqui, com IPI e ICMS, quando da venda para montadora, bem entendido. Portanto, o carro tem imposto cobrado basicamente na hora da venda ao consumidor final apenas, facilitando e simplificando o processo. Tanto assim que nas Notas Fiscais lá de fora a gente vê o preço X e embaixo, o imposto cobrado. Não tem "devolução" por parte do governo porque o imposto não é cobrado. Este é o problema básico do Brasil com a OCDE. Eles não aceitam "devolução", tanto porque dá margem a manobras, quanto para facilitar a vinda dos produtos deles e dificultar a venda dos nossos lá fora.
Entrando na OCDE, o Brasil teria direito a voto e mais influência sobre decisões de lá, mas para isso, teria de abrir mão de meios de incentivo e FACILITAR E DIMINUIR cobranças. Seria uma tremenda faca de dois gumes, principalmente porque chegaríamos com o jogo já rolando, portanto, para entrar, teríamos que facilitar a entrada de produtos estrangeiros e isso, hoje, seria problemático.