Devo dizer que minha preferência por carros compactos vem desde cedo. Aos 9 anos , achava o Motomachine o máximo e aos 10, adorava o Supermini. Confesso que tenho vontade de, um dia, comprar um para restaurar e manter.
O Gurgel fez o mais difícil, que era produzir carros, com soluções avançadas até hoje(vide o Itaipu) e não ter recebido ajuda do governo para evitar a falência. Já as 4 grandes, produzem carros defasados aqui e trazem os mais avançados do México ou Argentina; ainda assim, recebem uma série de incentivos que acabam por sabotar a concorrência- vide o ridículo aumento do IPI para importados em 2011.
Achei melhor colocar o link direto dos artigos, clube e reportagens de revistas.Segue abaixo:
História da marca: http://bestcars.uol.com.br/classicos/gurgel-1.htm
No artigo, são mencionados o jipe Carajás,que fez um relativo sucesso.
Na página 5 e 6,é dada ênfase ao BR 800 , Motomachine e Supermini; ao passo que na página 7 tem a ficha técnica dos carros que a Gurgel produziu e um editorail do Bob Sharp que coloco abaixo:
O sonho não acabou
O sonho de Gurgel era ser fabricante de automóveis. Mais do que isso: um fabricante nacional de automóveis. Na época em que nasceu, a General Motors estava chegando ao Brasil; a Ford, fazia pouco que estava aqui. Estava em andamento a colonização industrial.
Foi nesse ambiente que o menino João Augusto cresceu: carros vinham "de fora" ou eram montados a partir de peças e componentes importados, o que hoje se entende por CKD, sigla de completamente desmontado na língua inglesa.
Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial em setembro de 1939, logo cessariam as importações de automóveis, em nome do esforço de guerra dos aliados contra o expansionismo alemão. Gurgel era adolescente, mas com idade suficiente para perceber o absurdo que era um país quase continente como o Brasil ficar sem locomoção devido a fatores externos. Foi nesse momento que acendeu nele a chama da idéia de fabricar automóveis.
O resto da história de João Augusto Conrado do Amaral Gurgel é conhecido, que, inclusive, foi contado nas páginas anteriores. Ele quase chegou lá, tendo inclusive realizado o mais difícil numa fábrica de automóveis: produzir o motor.
O que fica são perguntas: por que o Brasil não possui indústria automobilística própria, com empresas e marcas nacionais, como ocorre em inúmeras nações, das mais ricas e opulentas às menos expressivas?
O que dizer do Japão, da Coréia do Sul e da Malásia, no outro lado do mundo, hoje com marcas próprias, muitas das quais notáveis, a pura expressão da tecnologia? Seriam seus povos seres superiores, dotados de inteligência e capacidade de trabalho várias vezes superiores ao nosso? É claro que não.
Reunimos todas as condições para termos nossa própria indústria automobilística -- verdadeira, brasileira, e não os "transplantes" que aí estão e não param de chegar. Temos tecnologia mais do que suficiente para projetar e fabricar qualquer tipo de veículo. Se assim não fosse, a Embraer não seria o que é hoje, disputando ombro a ombro o mercado de aviação regional com poderosos e tradicionais grupos industriais -- e vencendo.
Se assim não fosse, não teríamos essa vasta aplicação de tecnologia de informação que faz do Brasil um destaque entre todas as nações, como a votação eletrônica e o ajuste anual do imposto de renda pela Internet. Recentemente vimos o fiasco que foi a apuração das eleições presidenciais no país mais poderoso do planeta.
A única e plausível explicação é letargia, pura e simples. Qualquer empresa ou grupo industrial que deseje fabricar de automóveis -- partindo do zero, como se diz -- terá aqui todas as condições para fazer do empreendimento um sucesso. Em qualquer mercado. Sem medo ou vergonha. Querer é o que basta.
Não, o sonho de Gurgel não acabou. Pode ser que se tenha sublimado em asas de jatos regionais, mas continua a vagar pelas nossas mentes.
Bob Sharp (http://bestcars.uol.com.br/classicos/gurgel-7.htm)
O Gurgel fez o mais difícil, que era produzir carros, com soluções avançadas até hoje(vide o Itaipu) e não ter recebido ajuda do governo para evitar a falência. Já as 4 grandes, produzem carros defasados aqui e trazem os mais avançados do México ou Argentina; ainda assim, recebem uma série de incentivos que acabam por sabotar a concorrência- vide o ridículo aumento do IPI para importados em 2011.
Achei melhor colocar o link direto dos artigos, clube e reportagens de revistas.Segue abaixo:
História da marca: http://bestcars.uol.com.br/classicos/gurgel-1.htm
No artigo, são mencionados o jipe Carajás,que fez um relativo sucesso.
Na página 5 e 6,é dada ênfase ao BR 800 , Motomachine e Supermini; ao passo que na página 7 tem a ficha técnica dos carros que a Gurgel produziu e um editorail do Bob Sharp que coloco abaixo:
O sonho não acabou
O sonho de Gurgel era ser fabricante de automóveis. Mais do que isso: um fabricante nacional de automóveis. Na época em que nasceu, a General Motors estava chegando ao Brasil; a Ford, fazia pouco que estava aqui. Estava em andamento a colonização industrial.
Foi nesse ambiente que o menino João Augusto cresceu: carros vinham "de fora" ou eram montados a partir de peças e componentes importados, o que hoje se entende por CKD, sigla de completamente desmontado na língua inglesa.
Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial em setembro de 1939, logo cessariam as importações de automóveis, em nome do esforço de guerra dos aliados contra o expansionismo alemão. Gurgel era adolescente, mas com idade suficiente para perceber o absurdo que era um país quase continente como o Brasil ficar sem locomoção devido a fatores externos. Foi nesse momento que acendeu nele a chama da idéia de fabricar automóveis.
O resto da história de João Augusto Conrado do Amaral Gurgel é conhecido, que, inclusive, foi contado nas páginas anteriores. Ele quase chegou lá, tendo inclusive realizado o mais difícil numa fábrica de automóveis: produzir o motor.
O que fica são perguntas: por que o Brasil não possui indústria automobilística própria, com empresas e marcas nacionais, como ocorre em inúmeras nações, das mais ricas e opulentas às menos expressivas?
O que dizer do Japão, da Coréia do Sul e da Malásia, no outro lado do mundo, hoje com marcas próprias, muitas das quais notáveis, a pura expressão da tecnologia? Seriam seus povos seres superiores, dotados de inteligência e capacidade de trabalho várias vezes superiores ao nosso? É claro que não.
Reunimos todas as condições para termos nossa própria indústria automobilística -- verdadeira, brasileira, e não os "transplantes" que aí estão e não param de chegar. Temos tecnologia mais do que suficiente para projetar e fabricar qualquer tipo de veículo. Se assim não fosse, a Embraer não seria o que é hoje, disputando ombro a ombro o mercado de aviação regional com poderosos e tradicionais grupos industriais -- e vencendo.
Se assim não fosse, não teríamos essa vasta aplicação de tecnologia de informação que faz do Brasil um destaque entre todas as nações, como a votação eletrônica e o ajuste anual do imposto de renda pela Internet. Recentemente vimos o fiasco que foi a apuração das eleições presidenciais no país mais poderoso do planeta.
A única e plausível explicação é letargia, pura e simples. Qualquer empresa ou grupo industrial que deseje fabricar de automóveis -- partindo do zero, como se diz -- terá aqui todas as condições para fazer do empreendimento um sucesso. Em qualquer mercado. Sem medo ou vergonha. Querer é o que basta.
Não, o sonho de Gurgel não acabou. Pode ser que se tenha sublimado em asas de jatos regionais, mas continua a vagar pelas nossas mentes.
Bob Sharp (http://bestcars.uol.com.br/classicos/gurgel-7.htm)