Renault Duster: policiais do Ceará reclamam de novas viaturas e 30 já estão paradas no primeiro mês
166 comentários
3 Minutos de Leitura
O governo do Ceará entregou no dia 11 de julho 329 novas viaturas para a polícia militar do estado, toda composta por exemplares do Renault Duster. No entanto, após 30 dias de uso, a frota já tem 30 unidades paradas por conta de acidente e problemas mecânicos, inclusive com um incêndio. Além disso, policiais estariam reclamando das aquisições, alegando que os carros são desconfortáveis, possuem baixa potência e gastam muito combustível, no caso gasolina.
A denúncia foi feita pela Associação dos Profissionais de Segurança (APS), mas a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Ceará afirmou que cinco carros estão sendo reparados e que a própria polícia militar aprovou o modelo escolhido. Segundo policiais, a picape Toyota Hilux é um veículo “melhor para o trabalho policial”.
A maior queixa contra o Renault Duster é o consumo. De acordo com a APS, os agentes falam em um consumo médio de apenas 4 km/litro de gasolina, bem superior ao das picapes Hilux. O motivo poderia ser o baixo desempenho apresentado pelo modelo no patrulhamento, de acordo com os policiais. A alegação dos militares é que o alto consumo obriga as viaturas a ficarem paradas mais tempo para economizar combustível.
Ainda de acordo com os policiais, com o veículo mais tempo parado, existe a sensação de insegurança nas ruas, visto que o patrulhamento ostensivo exige que a viatura percorra ao máximo as ruas das cidades. Já a SSPDS diz que os veículos adquiridos têm consumo médio de 7 km/litro com gasolina.
Outro ponto abordado pelos PMs cearenses é o conforto. Eles reclamam do espaço interno e também do câmbio. Além disso, um agente que não se identificou, fala que o Renault Duster é inadequado para perseguições, ao contrário da Toyota Hilux. Os agentes ponderam que as picapes possuem um valor maior, mas em compensação são mais duráveis no serviço policial. Superaquecimento do motor e também desgaste excessivo de algumas peças também são relatados.
Há também uma advertência feita por um dos policiais, que alerta para o fato de que em breve pode haver um acúmulo de viaturas com problemas, que acabarão saindo das ruas. A Secretaria de Segurança Pública do Ceará rebate novamente as alegações, dizendo que dos 329 veículos, 270 foram para a PM e que outros 17 estados operam com o Renault Duster em suas forças policiais.
De acordo com o jornalista e engenheiro Fernando Calmon, da coluna Alta Roda, utilitário esportivo não é um veículo adequado para uma atividade que exige força, como é o caso do patrulhamento ostensivo. A recomendação é que leve-se em consideração o tipo de atividade que o veículo irá exercer e não somente seu custo de aquisição. A compra do governo foi orçada em R$ 28 milhões.
Uma picape, como a Hilux, por exemplo, é muito mais robusta que um SUV como Duster. Já em relação o consumo, Calmon diz que o ideal nesses casos é o diesel, já que o alto consumo de gasolina limita uma operação diária nesse tipo de serviço. Mas, no geral, a aquisição sempre dependerá da atividade. Viaturas que ficarão mais tempo paradas em pontos estratégicos, por exemplo, podem muito bem ser utilitários esportivos.
[Fonte: G1]