Face: a grande aposta da Chery

Quanto custa um carro compacto 4 portas equipado de série com recursos
como airbags, freios ABS, ar-condicionado, sensor de estacionamento,
rodas de liga leve, rádio integrado, entre outros? Um Renault Sandero
1.6 em configuração semelhante, por exemplo, sai por R$ 44.140. Já o
Volkswagen Fox 1.0, com os mesmo itens, custa R$ 44.020. O Chery Face,
lançamento da marca chinesa no Brasil, vai para sua garagem com isso
tudo e muito mais por R$ 31.900. Qual é o milagre?

Os baixos
custos com matéria prima e mão-de-obra na China são os principais
segredos para alcançar tal valor. Fabricado em Wuhu, em uma das maiores
linhas de montagem de carros do país, o Chery Face, nas palavras de Luis
Curi, presidente da marca no Brasil, é a “grande aposta” da marca para
se consolidar no mercado nacional. Até o final deste ano, a empresa
espera vender mais de 10.000 carros, entre os modelos das gamas Cielo,
Tiggo e o modelo estreante.

Os carros chineses estão seguindo a
mesma história da indústria automotiva japonesa e sul-coreana, que
nasceram desacreditadas e se tornaram gigantes com produtos de qualidade
atualmente inquestionável. Porém, a China precisa correr. E isso já
está acontecendo. O Chery Face, segundo Curi, foi desenvolvido
respeitando o gosto do público ocidental, e mostra uma relativa evolução
em relação aos veículos oriundos da região já à venda por aqui. Mas é
evidente que ainda é preciso melhorar mais.

O Face vem equipado
somente na opção com motor 1.3 16V a gasolina de 84 cv a 5.750 rpm e
11,4 kgfm de torque a 4.500 rpm. Durante nosso test-drive com o modelo,
realizado a convite da marca em estradas pelos arredores da cidade de
Itú (SP), o propulsor se mostrou suficiente para o carro. Não empolga,
mas também não lhe deixará na mão durante uma ultrapassagem. “A versão
com motor flex chegará na segunda metade de 2011”, garantiu Curi. Ponto
também para o câmbio manual de 5 marchas, que tem bons engates.

De
um modo geral, o Face é um carro agradável de conduzir. Mas uma freada
mais forte faz a traseira balançar demais, apesar da ação dos freios
ABS. Isso é uma das mazelas da busca por mais conforto, conseguida a
partir do amaciamento da suspensão traseira, no caso composta por um
eixo rígido com braços arrastados e amortecedores pressurizados. A
Chery, no entanto, ainda não divulga dados de desempenho e consumo do
lançamento.

O modelo também conta com um visual interessante.
Suas linhas foram traçadas no estúdio italiano Bertone, que já desenhou
modelos consagrados como o Fiat Panda e o Lamborghini Miura. Toda essa
experiência em criação automotiva fez do Face um carro bem resolvido.
Uma única exceção a sua cara é o detalhe da fina grade frontal, que
deixa a mostra o chassi. Fora isso, nenhum problema de encaixe de peças
ou falhas graves de acabamento, erros muitas vezes associados aos carros
chineses.

O visual externo agradável e a motorização
satisfatória, porém, se opõem ao interior. Aqui o Face mostra que é
barato. Os plásticos do painel e volante dão impressão de qualidade
inferior, mas por outro lado o console central vem com porta-copos
retrátil e rádio MP3 player com entrada USB integrado. Os bancos também
possuem revestimento de boa qualidade e o assoalho conta com tapetes de
série. Alavanca de freio de mão, no entanto, nem aqui, nem da China. O
lançamento possui um sistema diferenciado, cujo acionamento é feito com
as pontas dos dedos. É um arrojo descabido ao carro. Para puxar o manete
é preciso enfiar a mão inteira entre os bancos e o espaço é apertado.

Já
o interior conta com bom espaço para quatro ocupantes, mas o
porta-malas tem diminutos 190 litros de capacidade volumétrica. Para
compensar, o Face pode ter a fileira de assentos traseira repartida ou
inteiramente rebatida, aumentando o compartimento para 460 l. Esses
recursos, que aparentemente parecem simples, em muitos rivais do modelo
chinês são itens opcionais e custam caro.

O valor do Face,
claro, é irresistível. O modelo possui todos os recursos de um compacto
nacional top de linha e seu visual tem forte apelo. A Chery garante
assistência total, tanto que dá 3 anos de garantia ao veículo e possui
um programa de revisões periódicas com preço fixo. Além disso, a empresa
garante que abrirá mais 30 concessionárias por todo o Brasil, dobrando o
número para 60 pontos oficiais. Comprá-lo ou não, depende apenas de uma
questão de confiança do consumidor. Algo que o dinheiro não compra tão
fácil.

Motor	4 cilindros em linha, 16 válvulas, transversal, dianteiro, gasolina
Cilindrada	1 297 cm³
Potência	84 cv a 5 750 rpm
Potência específica	64,6 cv/l
Torque	11,4 Kgf.m 3 500 - 4 500 rpm
Taxa de compressão	10,8:1
Transmissão	Manual, 5 marchas
Tração	Dianteira
Direção	Hidráulica
Suspensão dianteira	Independente tipo McPherson com barra estabilizadora
Suspensão traseira	Eixo rígido
Freios dianteiros	Discos
Freios traseiros	Tambores
Rodas	Liga leve, 14 polegadas
Pneus	175/60 R14
Comprimento	3,70 m
Altura	1,56 m
Largura	1,57 m
Entreeixos	2,39 m
Porta-malas	190 Litros
Tanque	46 Litros
Peso	1 040 Kg
Peso/potência	12,3 Kg/cv

Fonte: CarroOnline

Como ja fui ver o carro, só posso dizer que o carro vale apena, mesmo tendo ainda seus pontos a melhorarem, mas o pacote HSD é bom, e muito atraente.

Deixo lembrado a todos podem fazer votação multipla na enquete.

O visual e os equipamentos são bem interessantes, mas acho que ele fica posicionado muito próximo ao Picanto - que é mais confiável.

Não sei... ainda tenho receio quanto à segurança passiva (crash frontal/lateral/traseiro/capotagem)e durabilidade dos carros chineses .

Evoluíram , claro, mas compará-los aos japoneses e coreanos nesse tocante não é o mais adequado, a indústria automobilística chinesa está mais próxima da indiana do que das outras duas.

De modo geral, tanto o Japão quanto a Coréia do Sul, foram obrigadas a desenvolver em razão de que esses países foram devastados por guerras, ao passo que a China desenvolveu a sua indústria para crescer economicamente, são situações bem diferentes, até porque a China busca o menor preço à custa de muita exploração dos trabalhadores, sendo que não se sabe por mais quanto tempo essa situação vai se manter, pois já percebe-se alguns movimentos , tal como a greve dos funcionários chineses na fábrica da Honda .
Se não me engano, a Chery logo vai se instalar aqui e eles mesmos sabem que não vão conseguir manter o preço atual, em razão dos custos que terão por aqui(mão de obra, insumos, tributos, etc).
Claro que isso não significa que toda marca chinesa seja ruim, apenas prefiro aguardar o tempo vai mostrar desses produtos.

Por ora, tenho boa expectativa com a JAC, cujos preços serão menos atrativos. Em resumo: não há almoço grátis. Afinal, alguém sempre vai pagar a conta.

Quanto ao Face : ele em si, parece interessante- o Effa M100 tb parecia. Só o tempo vai dizer....

R8V escreveu:...até porque a China busca o menor preço à custa de muita exploração dos trabalhadores, sendo que não se sabe por mais quanto tempo essa situação vai se manter, pois já percebe-se alguns movimentos , tal como a greve dos funcionários chineses na fábrica da Honda

Justamente isso que ia comentar. Logo a China pode acabar experimentando do seu próprio veneno e essas condições miraculosas, conquistadas de formas muito duvidáveis, podem começar a desaparecer. Será interessante ver o resultado disso tanto na qualidade de vida dos chineses como na qualidade de seus produtos e sua competitividade.

Do Face: Fabiano, o que você foi ver não tinha um preço muito maior que esse anunciado?

Sim Domingos, aqui nem uso mais como parametro, se eu fosse hoje comprar um carro zero denovo 100% financiado como fiz com o Clio ou mesmo avista não exitaria em ir até SP buscar o carro.

Agora sobre a situação trabalhista da China me ocorreu o que in representante de polimeros cliente nosso falou estes dias: "Tem muita empresa multi-nacional importanto Chineses para todas as partes do mundo, pois uma empresa como a GM que manda vir 100 Chineses para o Brasil se instalarem e trabalharem aqui, podem ganhar 3x mais que na China e ainda sairia 50% mais barato que pagar pessoal daqui para trabalhar" o exemplo dado foi apenas uma que me ocorreu, pois ele vem observando chineses saindo da China para trabalharem por muito mais do que na China, o que apesar de tudo, mesmo tenso 1.3 bilhões de habitantes, muita mão-de-obra ja treinada vem sendo tirada do país para ser aproveitada em outros paises mundo afora, o que vai ter alguma consequencia futuramente no pais para segurarem os emrpegos treinados no pais.

Já que tem uma boa margem, eles poderiam fazer alguma condição arrasadora...exemplo, 3 anos de garantia e 29.900,00. Ou Em 24 x sem juros com 50% entrada. Em termos de estética e equipamentos dá de 10 em qualquer carro nacional do mesmo valor. Resta saber a confiabilidade, que poderia ser dada pela garantia estendida. O mesmo, na minha opinião, já não ocorre com o Cielo. Por 42,900 é possível comprar um Symbol completo com 3 anos de garantia, um Fiesta sedan 1.6 completo ou por um pouco a mais (3 mil) é possível levar um Megane 1.6! Para emplacar, O Cielo deveria partir dos 35 mil pelo menos, e com garantia extendida.

Eu achei o Cielo um carro muito bonito por dentro principalmente, sobre o preço a 42 mil ele seria interesante por aqui se custasse isso, mas aqui estão pedidno 49.900,00 pelo Cielo, o que coloca ele em situação pior ainda, pois por 50 mil compra se umFocus muito mais carro que um Cielo.